Berlim
Partido populista alemão quer o sul da Europa fora do euro
"Os
franceses têm [uma cultura] diferente, já para não falar dos italianos,
espanhóis, portugueses e gregos", disse o líder do partido, Jörg
Meuthen
O partido populista alemão
Alternative für Deutschland defende que a França e os países do sul da
Europa deveriam ser excluídos da moeda única europeia, de acordo com
declarações de altos responsáveis do AfD hoje publicadas.
"Podemos
ter uma moeda comum com a Holanda, Áustria, Finlândia ou com os países
do Báltico. Têm culturas de estabilidade como a nossa", afirmou Jörg
Meuthen, co-líder do AfD, ao diário alemão Frankfurter Allgemeine
Zeitung, declarações que serão publicadas na segunda-feira e hoje
divulgadas pela agência France Press.
"Mas
os franceses têm [uma cultura] diferente, já para não falar dos
italianos, espanhóis, portugueses e gregos. Esses não querem qualquer
tipo de austeridade", afirmou o copresidente do AfD, um partido
constituído há três anos com um discurso anti-euro, mas que hoje exibe
como sua principal bandeira posições anti-imigração.
Interrogado
sobre se o seu partido defende a saída de França da moeda única, o
vice-presidente do AfD, Alexander Gauland afirmou que "ninguém quer
tirar a França. Mas a França é seguramente um problema político para o
qual não tenho nenhuma solução", acrescentou.
No
plano dos princípios, disse ainda Gauland, é bom para a França
partilhar a moeda comum, "mas se não quer ou não consegue suportar essa
participação economicamente, então tem que procurar outras estruturas".
O
AfD teve entre 12% e 14% dos votos em três estados importantes nas
últimas eleições regionais na Alemanha em março. Está agora representado
em metade das 16 assembleias regionais alemãs e no Parlamento Europeu e
tem perspetivas de aceder ao parlamento nacional alemão nas próximas
legislativas, previstas para o final do próximo ano.
A
França, segunda maior economia da zona do euro, tem-se debatido com uma
subida constante da dívida pública e do desemprego. A dívida pública
francesa está em 96,2% do produto interno bruto, em 2,1 biliões de
euros, e com tendência de crescimento neste e no próximo ano.
A taxa do desemprego em França está nos 10% e também em curva ascendente.
copiado http://www.dn.pt/mundo/i
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