Delação Silêncio em CPIs foi comprado Silêncio em CPIs foi comprado Ex-presidente da Andrade Gutierrez conta que ex-senador pediu dinheiro para blindar empreiteiras


Delação

Silêncio em CPIs foi comprado

Ex-presidente da Andrade Gutierrez conta que ex-senador pediu dinheiro para blindar empreiteiras

 

PUBLICADO EM 25/06/16 - 03h00
Curitiba. O ex-presidente da Andrade Gutierrez e delator da Lava Jato, Otávio Marques de Azevedo, disse em depoimento ao juiz Sergio Moro que “sem dúvida” o ex-senador Gim Argello (ex-PTB-DF) pediu a ele doação a políticos em troca de proteção aos empreiteiros nas CPIs da Petrobras no Congresso, em 2014.

O delator contou que nos dois encontros que teve em 2014 com o ex-senador, preso na 28ª fase e réu na Lava Jato, foi tratado de “contribuições especiais” da Andrade e de outras empreiteiras para o grupo de Argello. Segundo Azevedo, não foi tratado de explicitamente qualquer proteção na CPI, mas ao ser indagado por Moro sobre o motivo que o fazia não ter dúvidas que os repasses envolviam a proteção aos empresários o empreiteiro respondeu: “Considerando que já tínhamos um plano de doação para o PMDB e o PTB, partidos que eles (Gim Argello e Vital do Rêgo, na época senador e que participou de um dos encontros) representavam e que haveria contribuição já planejada para o PMDB e ao PTB, não via razão para outro tipo de contribuição, quanto mais para um grupo que eu não conhecia”, disse.

O empreiteiro afirmou ainda que nem queria saber para qual grupo político era a doação solicitada e indagou: “Por que eu iria fazer contribuição para um grupo político? Só podia ser assim um grupo que desse sustentação à ação política de uma agenda da CPI, foi a nossa conclusão (dele e de outros executivos da Andrade), não foi por causa de nenhuma outra vinculação”, contou.

Otávio Azevedo disse ainda que, apesar de ter participado das primeiras reuniões com os grupos de empresários e políticos, a Andrade acabou não fazendo os pagamentos.

O depoimento do empreiteiro foi tomado na ação penal contra Gim Argello e outros réus, incluindo o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, pelo pagamento de propinas de ao menos R$ 5,3 milhões em forma de doações eleitorais e até doação para uma paróquia de Brasília ligada ao ex-senador. Parte da propina teria sido entregue em dinheiro vivo a Argello, incluindo uma parcela em euros.

Em 2014, as duas CPIs da Petrobras encerraram os trabalhos sem ouvir nenhum dos empresários das empreiteiras investigadas na Lava Jato. As investigações indicam que ao menos a OAS e a UTC acertaram os pagamentos, sendo que parte da quantia foi repassada via doações oficiais a partidos da coligação de Argello em 2014: DEM, PR, PMN, PRTB e PTB.

 

copiado http://www.otempo.com.br/ca

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