A finalidade do déficit é comprar apoio ou “é a economia, estúpido”?
O governo Temer subiu ao poder aos gritos de “cortar, cortar,
cortar!”. Era a voz da mídia, amplificado a voz do “mercado”, isto é, a
voz do dinheiro. A fúria “cortista” não economizava...
O governo Temer subiu ao poder aos gritos de “cortar, cortar, cortar!”.
Era a voz da mídia, amplificado a voz do “mercado”, isto é, a voz do dinheiro.
A fúria “cortista” não economizava exemplos: cortem-se ministérios (com o da Cultura, aliás, saiu “caro”), corte-se publicidade nos “blogs sujos” (de minha parte, agradeço a comprovação de que não me vinha um “tusta” do Governo), corte-se até assessores e a despensa do Palácio da Alvorada, onde aquela malvada Dilma gastadeira (só rindo) comia demais.
Para qualquer um com mais de dois neurônios, claro, pura quinquilharia de efeito publicitário.
Para valer – um dia, claro – a “retomada” do dinheiro à disposição do BNDES para ofertar crédito às empresas e as “metas orçamentárias” para não gastar mais – apenas a variação inflacionária, e olhe lá – durante uma geração.
Bastou um mês e mais metade para que se visse que a verdade é outra.
Pode-se, claro, cortar naquilo que é estruturante: capacidade produtiva, educação, saúde pública.
Mas não se pode senão gastar mais no que é a única “meta” para valer do governo Temer: consumar a usurpação de poder.
Quem não teve voto, claro, precisa de apoio político.
E apoio político, do dia para a noite, porque a votação do impeachment está logo ali.
Então, aí está a razão do “pacote de bondades”.
Para o “mercado”, já sem a paixão inicial, promete-se que serão dadas todas as “provas de amor” após a cerimônia de entronização definitiva no poder.
O que vai ficando difícil, está-se a ver, porque a toda hora é preciso desmentir que se vá cortar o salário mínimo, as aposentadorias, o bolsa-família, o etecétera e o tal.
Aí está a diferença, bem clara, entre uma política econômica expansionista, como a que o Brasil precisa para sair da crise e a estranha simbiose entre o contracionismo neoliberal e sua aventura politiqueira do golpe.
É preciso gastar, e muito, até a sua consumação.
Depois, como disse ontem, “faca”.
Mas há sinais de que, até lá, a crise possa se tornar tão veloz que nem mesmo a caixa engordada artificialmente pelo déficit-monstro que ser autorizou no Orçamento possa resolver, porque economia não é o mesmo que lei orçamentária.
Há saída de capitais do Brasil e há sinais de que o BC – é de rir de sua independência – está disposto a destruir o único equilíbrio que se tinha, o das contas externas – usando o dólar como (duvidoso) freio inflacionário.
Assim, constrói-se déficit – e não é o passageiro, o das larguezas orçamentárias – estrutural, porque toda esta “bondade” se faz à custa de mais endividamento e endividamento caro, caríssimo, pago a juros altíssimos.
Sem que disso resulte seuqer uma pífia reação da economia, restrita às pesquisas e declarações de que “a confiança voltou”.
Chegamos a uma situação em que, mesmo com uma inflação acumulada em 12 meses que beira os 10%, termos queda nominal de arrecadação.
O povo brasileiro vai pagar, à custa de muitas “maldades” o pacote de “bondades” de Temer.
A finalidade do déficit é comprar apoio ou “é a economia, estúpido”?
O governo Temer subiu ao poder aos gritos de “cortar, cortar, cortar!”.
Era a voz da mídia, amplificado a voz do “mercado”, isto é, a voz do dinheiro.
A fúria “cortista” não economizava exemplos: cortem-se ministérios (com o da Cultura, aliás, saiu “caro”), corte-se publicidade nos “blogs sujos” (de minha parte, agradeço a comprovação de que não me vinha um “tusta” do Governo), corte-se até assessores e a despensa do Palácio da Alvorada, onde aquela malvada Dilma gastadeira (só rindo) comia demais.
Para qualquer um com mais de dois neurônios, claro, pura quinquilharia de efeito publicitário.
Para valer – um dia, claro – a “retomada” do dinheiro à disposição do BNDES para ofertar crédito às empresas e as “metas orçamentárias” para não gastar mais – apenas a variação inflacionária, e olhe lá – durante uma geração.
Bastou um mês e mais metade para que se visse que a verdade é outra.
Pode-se, claro, cortar naquilo que é estruturante: capacidade produtiva, educação, saúde pública.
Mas não se pode senão gastar mais no que é a única “meta” para valer do governo Temer: consumar a usurpação de poder.
Quem não teve voto, claro, precisa de apoio político.
E apoio político, do dia para a noite, porque a votação do impeachment está logo ali.
Então, aí está a razão do “pacote de bondades”.
Para o “mercado”, já sem a paixão inicial, promete-se que serão dadas todas as “provas de amor” após a cerimônia de entronização definitiva no poder.
O que vai ficando difícil, está-se a ver, porque a toda hora é preciso desmentir que se vá cortar o salário mínimo, as aposentadorias, o bolsa-família, o etecétera e o tal.
Aí está a diferença, bem clara, entre uma política econômica expansionista, como a que o Brasil precisa para sair da crise e a estranha simbiose entre o contracionismo neoliberal e sua aventura politiqueira do golpe.
É preciso gastar, e muito, até a sua consumação.
Depois, como disse ontem, “faca”.
Mas há sinais de que, até lá, a crise possa se tornar tão veloz que nem mesmo a caixa engordada artificialmente pelo déficit-monstro que ser autorizou no Orçamento possa resolver, porque economia não é o mesmo que lei orçamentária.
Há saída de capitais do Brasil e há sinais de que o BC – é de rir de sua independência – está disposto a destruir o único equilíbrio que se tinha, o das contas externas – usando o dólar como (duvidoso) freio inflacionário.
Assim, constrói-se déficit – e não é o passageiro, o das larguezas orçamentárias – estrutural, porque toda esta “bondade” se faz à custa de mais endividamento e endividamento caro, caríssimo, pago a juros altíssimos.
Sem que disso resulte seuqer uma pífia reação da economia, restrita às pesquisas e declarações de que “a confiança voltou”.
Chegamos a uma situação em que, mesmo com uma inflação acumulada em 12 meses que beira os 10%, termos queda nominal de arrecadação.
O povo brasileiro vai pagar, à custa de muitas “maldades” o pacote de “bondades” de Temer.
Janio de Freitas: viva a nova (i)moralidade!
No meio da hipocrisia da grande imprensa, que noticia como simples
curiosidade o encontro entre um cidadão que ocupa a Presidência da
República por artes de um processo de impeachment originado por outro
cidadão...lítica
No meio da hipocrisia da grande imprensa, que noticia como simples curiosidade o encontro entre um cidadão que ocupa a Presidência da República por artes de um processo de impeachment originado por outro cidadão que, por reiterada ordem do Supremo Tribunal Federal, está afastado de seu cargo, de seu mandato eletivo e proibido de pisar na Câmara, há ainda esperança.
Janio de Freitas, em sua coluna de hoje na Folha, rompe esta crosta de cinismo e trata, com a condenação moral que merece, o que não foi tratado: o encontro Temer-Cunha é o de cúmplices, o de “protetor e protegido”. Papéis que, a cada hora da política, podem se alternar.
Descoberto por jornalistas o encontro sorrateiro de Cunha e Temer na noite de domingo (26), o primeiro fez o que mais faz: negou. Não falava com Temer desde a semana anterior. Com a mentira, comprovou que a combinação era de encontro oculto. O segundo deu esta explicação: “Converso com todo mundo. Embora afastado, ele é um deputado no exercício do seu mandato”.
A frase é uma medida da lucidez de Temer ou da honestidade de sua resposta ao flagrante: “afastado” mas “no exercício do mandato”. Nada de muito novo. Mas a pretensa justificativa de que “conversa com todo mundo” excede o aspecto pessoal. Se é isso mesmo, em quase seis anos de convívio com o Poder ainda não o compreendeu. À parte a liturgia do cargo, de que Sarney tanto falou, o Poder requer cuidados com sua respeitabilidade. Ao menos no sentido, tão do agrado de jornalistas brasileiros, cobrado às aparências da mulher de César.
O sítio de alto luxo não combina, mas não tira o título do Palácio do Jaburu, nem, muito menos, a sua condição de uma das sedes do mais alto poder governamental. O recepcionado aí para a barganha de espertezas não é, porém, como “todo mundo”. É um múltiplo réu no Supremo Tribunal Federal, tão excluído do exercício de mandato que está proibido até de simplesmente entrar na Câmara dos Deputados, Casa aberta a todos. Proibição, ao que consta, sem precedente. Não no conceito, de moralidade ao menos duvidosa, que o atual morador aplica ao uso do palácio de governo.
Eduardo Cunha viu-se necessitado de reforço em duas instâncias. Na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, à qual encaminhou recurso contra a decisão do Conselho de Ética, que o considerou passível de perda do mandato. E também na substituição de Waldir Maranhão, em exercício na presidência da Casa, por alguém de sua confiança, para assegurar-lhe decisões favoráveis nas manobras de defesa ao ser julgado em plenário.
Já na segunda-feira (27), Temer fazia iniciar a ação do seu pessoal em favor da eleição de Rogério Rosso para presidir a Câmara. É o preferido por Eduardo Cunha. E viva a nova (i)moralidade.
Janio de Freitas: viva a nova (i)moralidade!
No meio da hipocrisia da grande imprensa, que noticia como simples curiosidade o encontro entre um cidadão que ocupa a Presidência da República por artes de um processo de impeachment originado por outro cidadão que, por reiterada ordem do Supremo Tribunal Federal, está afastado de seu cargo, de seu mandato eletivo e proibido de pisar na Câmara, há ainda esperança.
Janio de Freitas, em sua coluna de hoje na Folha, rompe esta crosta de cinismo e trata, com a condenação moral que merece, o que não foi tratado: o encontro Temer-Cunha é o de cúmplices, o de “protetor e protegido”. Papéis que, a cada hora da política, podem se alternar.
Ponto de encontro
Janio de Freitas, na Folha
Michel Temer e seu governo agem para salvar Eduardo Cunha na Câmara.
Talvez não fosse preciso dizer mais nada sobre a atitude de Temer.
Afinal, apesar de todo o esforço da Lava Jato e dos pró-impeachment para
incriminar petistas, na opinião nacional ninguém simboliza mais a
calamidade política do que Eduardo Cunha. Está dito quase tudo sobre
protetor e protegido. Mas Temer leva a algumas observações adicionais.Descoberto por jornalistas o encontro sorrateiro de Cunha e Temer na noite de domingo (26), o primeiro fez o que mais faz: negou. Não falava com Temer desde a semana anterior. Com a mentira, comprovou que a combinação era de encontro oculto. O segundo deu esta explicação: “Converso com todo mundo. Embora afastado, ele é um deputado no exercício do seu mandato”.
A frase é uma medida da lucidez de Temer ou da honestidade de sua resposta ao flagrante: “afastado” mas “no exercício do mandato”. Nada de muito novo. Mas a pretensa justificativa de que “conversa com todo mundo” excede o aspecto pessoal. Se é isso mesmo, em quase seis anos de convívio com o Poder ainda não o compreendeu. À parte a liturgia do cargo, de que Sarney tanto falou, o Poder requer cuidados com sua respeitabilidade. Ao menos no sentido, tão do agrado de jornalistas brasileiros, cobrado às aparências da mulher de César.
O sítio de alto luxo não combina, mas não tira o título do Palácio do Jaburu, nem, muito menos, a sua condição de uma das sedes do mais alto poder governamental. O recepcionado aí para a barganha de espertezas não é, porém, como “todo mundo”. É um múltiplo réu no Supremo Tribunal Federal, tão excluído do exercício de mandato que está proibido até de simplesmente entrar na Câmara dos Deputados, Casa aberta a todos. Proibição, ao que consta, sem precedente. Não no conceito, de moralidade ao menos duvidosa, que o atual morador aplica ao uso do palácio de governo.
Eduardo Cunha viu-se necessitado de reforço em duas instâncias. Na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, à qual encaminhou recurso contra a decisão do Conselho de Ética, que o considerou passível de perda do mandato. E também na substituição de Waldir Maranhão, em exercício na presidência da Casa, por alguém de sua confiança, para assegurar-lhe decisões favoráveis nas manobras de defesa ao ser julgado em plenário.
Já na segunda-feira (27), Temer fazia iniciar a ação do seu pessoal em favor da eleição de Rogério Rosso para presidir a Câmara. É o preferido por Eduardo Cunha. E viva a nova (i)moralidade.
copiado http://www.tijolaco.com.br/blog/
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