PCPJerónimo: Portugal deve estar preparado para sair do euro Açores Costa brinda à autonomia. "Só Portugal dá 13 ilhas à União Europeia"



Jerónimo de Sousa após a reunião deste domingo do Comité Central do PCP


Comunistas não apoiam ideia de fazer um referendo sobre o assunto em Portugal
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, disse hoje que Portugal deve estar preparado para se libertar do euro, mas mostrou-se reticente quanto à realização de um referendo, remetendo as decisões em matérias europeias para "as instituições nacionais".
Jerónimo de Sousa, que falava após uma reunião do comité central do PCP para analisar a situação política e económica nacional e internacional, destacou "a urgência e a necessidade de Portugal se preparar e estar preparado para se libertar da submissão ao euro", salientando que este deve ser "um processo" e não "um ato súbito".
"Devemos estar preparados para ter iniciativa própria ou corremos o risco de outros tomarem iniciativa, visando que Portugal seja excluído da moeda única. Devíamos ter condições de decidir soberanamente o que pretendemos para o nosso país", frisou o dirigente do PCP, considerando que Portugal perdeu com o euro e não deve estar sujeito ao "amarramento" do euro.
Quanto a um eventual referendo, lembrou que, tal como a adesão à CEE não foi objeto de consulta popular, o mesmo se deve aplicar noutros casos, já que as instituições nacionais "têm legitimidade" para reconsiderar as decisões no que diz respeito à Europa.
"As decisões a adotar pelo povo português em relação à defesa da soberania e independência nacionais não obrigam necessariamente à realização de um referendo. As instituições nacionais tal como recorreram à legitimidade para aderir à CEE, à União Europeia, ao euro, devem ter essa mesma legitimidade para reconsiderar essas adesões, em particular na questão do euro", declarou Jerónimo de Sousa.
O líder comunista elogiou a decisão britânica de abandonar a União Europeia, que classificou como "uma vitória sobre o medo", as "inevitabilidades" e a "submissão", bem como uma forma de mostrar "rejeição" pelas políticas europeias, recusando que seja analisada apenas à luz dos argumentos de xenofobia.
"As medidas mais xenófobas, mais discriminatórias são as que resultam de um acordo entre Grã- Bretanha e UE, que não chegou a entrar em vigor e que visava atingir duramente os direitos dos imigrantes, incluindo dos emigrantes portugueses", salientou o secretário-geral do PCP, desvalorizando o impacto do Brexit sobre os cidadãos estrangeiros.
"O grande problema é esta UE e os seus objetivos", designadamente o facto de apoiar "o capital transnacional" e promover "um diretório de potências que têm determinado a vida, as regras e os tratados dessa mesma União Europeia", afirmou Jerónimo de Sousa, considerando que esta Europa "não é reformável".
O comité central também abordou hoje também o tema do Conselho Europeu, que se realiza nas próximas terça e quarta-feira, e defendeu que o encontro deve "lançar as bases para a convocação de uma cimeira intergovernamental" com o objetivo de consagrar a reversibilidade dos tratados, a suspensão imediata e revogação dos tratado orçamental e do Tratado de Lisboa.
O assunto foi igualmente discutido com o primeiro-ministro, com Jerónimo de Sousa a apelar a António Costa para que recuse "a estigmatização do Reino Unido e do seu povo" e reforce a cooperação com o Reino Unido.




Jornadas parlamentares do PS decorrem no arquipélago. Líder socialista não quis comentar resultados em Espanha.
É da meteorologia: quando o anticiclone dos Açores sobe para Norte e para nas imediações das ilhas britânicas, o mau tempo abate-se sobre Portugal continental. Quando estaciona junto aos Açores, o bom tempo chega ao continente. Sem nenhuma cábula no bolso, António Costa não foi ao clima para brindar às autonomias regionais - mas com o anticiclone que vem das ilhas britânicas, o secretário-geral do PS preferiu o seu otimismo militante. "Agora que a Europa vai perder algumas ilhas atlânticas", o país tem para a troca "um contributo de 13 ilhas atlânticas que só Portugal dá à União Europeia."
Num jantar com a bancada do PS - os deputados socialistas encontram-se em São Miguel para as suas jornadas parlamentares - e na presença de deputados e dirigentes regionais, António Costa também apontou às eleições regionais de outubro, onde quer ver a maioria socialista do atual líder açoriano "renovada" e "ampliada".
Recordando uma efeméride que será celebrada esta segunda-feira: os 40 anos das primeiras eleições nas regiões autónomas na Madeira e nos Açores, que aconteceram a 27 de junho de 1976 (no mesmo dia das primeiras presidenciais do Portugal democrático), o líder do PS sublinhou que esta data é de "todos nós portugueses". Para depois lembrar que os socialistas estão "a celebrar em outubro 20 anos de governação socialista na Região Autónoma dos Açores", primeiro com Carlos César, depois com Vasco Cordeiro. "Não estamos cansados de 20 anos de governação socialista nos Açores", afirmou, antecipando que espera ter nas urnas a confiança dos eleitores do arquipélago para mais "quatro anos de governação socialista nos Açores": "Estamos preparados."
Brindando às autonomias e ao país, António Costa - interpelado no final pelos jornalistas - preferiu não comentar o resultado das eleições espanholas. Prognósticos só no fim do jogo, já se sabe, e não se brinda a prognósticos.

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