Marcelo
Auler No artigo publicado ontem aqui no Blog, Eugênio Aragão, de forma
direta, apontou a saída para a crise política que vivenciamos: uma
mobilização social […]
“É tão artificial essa situação criada pelo impeachment que eu acho, sinceramente, que esse governo não resistiria a uma série de grandes manifestações”.
Ele não explicou como se chegará às Diretas, mas ao falar e
manifestações e , principalmente, ao citar os erros dos governos,
notadamente de Dilma Rousseff – extensivos também ao PT, de uma maneira
em geral – criticou o fato de optarem pelo diálogo com o Congresso
Nacional. Também não expôs, mas esse tipo de diálogo em busca da chamada
coalizão, sempre começa com o jogo de troca de interesses e
favorecimentos. Por isso, tornaram-se os alimentadores da
malfadadaecorrupção. A prática, no entendimento dele, deveria ser outra:
“Aquelas lideranças da sociedade que apoiaram com vigor, muitas vezes com ódio, um ato grave como é o impeachment não tinham clareza da desestabilização estrutural que ele provoca.”
Muitos – não todos, menos ainda as lideranças apontadas pelo ministro aposentado – foram levados a fazer papel de bobos.
Omissão sobre o papel da mídia – Barbosa, entretanto, não aponta uma outra importante responsabilidade, talvez por conta da única falha que a entrevistadora possa ter cometido ao não abordar o papel da mídia nessa “manipulação”. O apoio sem a percepção do que estavam fazendo – em outras palavras, atropelando a democracia e gerando o retrocesso de 30 anos do qual ele fala – foi provocado pelos ataques virulentos que a mídia tradicional. Com muito ódio.
Isto se explica com os dados que Miguel do Rosário apresentou, em 10 de outubro, no blog Cafezinho, através do artigo – Temer inicia trem da alegria para a mídia do golpe. Repasses federais à Folha crescem 78% . Como mostramos na reportagem “E agora, golpistas?” a mídia, o que, obviamente, inclui a própria Folha de S. Paulo, foi o único setor da economia brasileira a ter ganhos expressivos com o golpe do impeachment.
Mas, se falhou ao não debater com Barbosa o papel da mídia nessa “conscientização” da sociedade para a defesa do impedimento de uma presidente eleita, que nos levou a um retrocesso na nossa democracia, Mônica obteve dele, responsável pela condenação de diversos políticos com a discutível tese da Teoria do Domínio do Fato, um alerta claro para o juiz Sérgio Moro e os procuradores da Força Tarefa da Lava Jato, sobre a possível prisão do ex-presidente Lula. O ministro aposentado foi claríssimo, mas talvez seja necessário ainda desenhar:
A entrevista – Para Joaquim Barbosa, governo Temer corre o risco de não chegar ao fim – merece ser lida na integra.
SERVIÇO AOS LEITORES: As camisetas com os desenhos do Henfil (há também a com o Fora Temer, cuja foto publico ao lado) podem ser encomendadas virtualmente na loja do Instituto Henfil, criado pelo Ivan para perpetuar a obra do pai. O endereço virtual é: https://www.facebook.com/lojadagrauna/
Quem preferir a compra direta, ele às quintas-feiras à noite está no Debate da Esquerda, na Praça São Salvador (Laranjeiras) e aos sábado, na feira da Praça do Glicério, também em Laranjeiras.
copiado http://marceloauler.com.br/j
Joaquim Barbosa, uma voz pelas Diretas Já!
Marcelo Auler
No artigo publicado ontem aqui no Blog, Eugênio Aragão, de forma direta, apontou a saída para a crise política que vivenciamos: uma mobilização social que nos leve a uma eleição direta. Hoje, na entrevista que deu à Mônica Bérgamo, na Folha de S. Paulo, o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, outrora herói nacional do Mensalão, de forma indireta apontou na mesma direção. Primeiro, segundo ele, só se sairá da crise,“no dia em que a sociedade despertar e restaurar a Presidência através de uma eleição em que se escolha alguém que representa os anseios da nação, isso limpa esse “malaise”, essa perda dos grandes trunfos“.Barbosa foi além. Para ele,
“É tão artificial essa situação criada pelo impeachment que eu acho, sinceramente, que esse governo não resistiria a uma série de grandes manifestações”.
“Uma das características da boa Presidência é a comunicação que o presidente tem diretamente com a nação, e não com o Congresso”.
Faltou
detalhar mais esta questão, porém, entendo que coincide com o que prega
Aragão hoje para sairmos da situação em que os golpistas nos colocaram:
mobilização social cobrando diretas já. Uma campanha que, diga-se, Ivan
Consenza Souza, filho do cartunista Henfil, já lançou a reeditar uma
camiseta desenhada por seu pai na época da famosa campanha das Diretas
Já, em 1983/84.
Se essa análise partisse de qualquer um de nós jornalistas
blogueiros, que somos considerados por muitos como “sujos”, certamente
nos ridicularizariam. Mas, não. Veio no bojo de uma entrevista de
autoria da brilhantíssima Mônica Bérgamo da Folha de S. Paulo. Ela, em uma verdadeira aula às suas colegas do Estadão
e àqueles que diante de um presidente golpista, sem respaldo popular,
colocam como prioridade saber como ele começou a namorar a atual mulher,
não perdeu a chance de retirar de Barbosa uma análise crua e dura da
situação que nosso país vive. É dele a explicação do retrocesso que
tivemos:“O Brasil deu um passo para trás gigantesco em 2016. As instituições democráticas vinham se fortalecendo de maneira consistente nos últimos 30 anos. O Brasil nunca tinha vivido um período tão longo de estabilidade.É interessante ver que, no entendimento dele, os políticos manipularam os eleitores:
E houve uma interrupção brutal desse processo virtuoso. Essa é a grande perda. O Brasil de certa forma entra num processo de “rebananização”. É como se o país estivesse reatando com um passado no qual éramos considerados uma República de Bananas. Isso é muito claro. Basta ver o olhar que o mundo lança sobre o Brasil hoje”.
“Aquelas lideranças da sociedade que apoiaram com vigor, muitas vezes com ódio, um ato grave como é o impeachment não tinham clareza da desestabilização estrutural que ele provoca.”
Muitos – não todos, menos ainda as lideranças apontadas pelo ministro aposentado – foram levados a fazer papel de bobos.
Omissão sobre o papel da mídia – Barbosa, entretanto, não aponta uma outra importante responsabilidade, talvez por conta da única falha que a entrevistadora possa ter cometido ao não abordar o papel da mídia nessa “manipulação”. O apoio sem a percepção do que estavam fazendo – em outras palavras, atropelando a democracia e gerando o retrocesso de 30 anos do qual ele fala – foi provocado pelos ataques virulentos que a mídia tradicional. Com muito ódio.
Isto se explica com os dados que Miguel do Rosário apresentou, em 10 de outubro, no blog Cafezinho, através do artigo – Temer inicia trem da alegria para a mídia do golpe. Repasses federais à Folha crescem 78% . Como mostramos na reportagem “E agora, golpistas?” a mídia, o que, obviamente, inclui a própria Folha de S. Paulo, foi o único setor da economia brasileira a ter ganhos expressivos com o golpe do impeachment.
Mas, se falhou ao não debater com Barbosa o papel da mídia nessa “conscientização” da sociedade para a defesa do impedimento de uma presidente eleita, que nos levou a um retrocesso na nossa democracia, Mônica obteve dele, responsável pela condenação de diversos políticos com a discutível tese da Teoria do Domínio do Fato, um alerta claro para o juiz Sérgio Moro e os procuradores da Força Tarefa da Lava Jato, sobre a possível prisão do ex-presidente Lula. O ministro aposentado foi claríssimo, mas talvez seja necessário ainda desenhar:
Como se tem visto ultimamente, por mais que esteja procurando, Moro e a Força Tarefa da Lava Jato ainda não encontraram o incontestável a que se refere Barbosa.“Sei que há uma mobilização, um desejo, uma fúria para ver o Lula condenado e preso antes de ser sequer julgado. E há uma repercussão clara disso nos meios de comunicação. Há um esforço nesse sentido. Mas isso não me impressiona. Há um olhar muito negativo do mundo sobre o Brasil hoje. Uma prisão sem fundamento de um ex-presidente com o peso e a história do Lula só tornaria esse olhar ainda mais negativo. Teria que ser algo incontestável”.
A entrevista – Para Joaquim Barbosa, governo Temer corre o risco de não chegar ao fim – merece ser lida na integra.
SERVIÇO AOS LEITORES: As camisetas com os desenhos do Henfil (há também a com o Fora Temer, cuja foto publico ao lado) podem ser encomendadas virtualmente na loja do Instituto Henfil, criado pelo Ivan para perpetuar a obra do pai. O endereço virtual é: https://www.facebook.com/lojadagrauna/
Quem preferir a compra direta, ele às quintas-feiras à noite está no Debate da Esquerda, na Praça São Salvador (Laranjeiras) e aos sábado, na feira da Praça do Glicério, também em Laranjeiras.
copiado http://marceloauler.com.br/j
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