Temer delira e diz que quer ser o herói do Nordeste O Brasil entra em 2017 com as orelhas murchas Cadeia para tudo; cadeia para todos. Senador quer “criminalizar a cola”


E a realidade está rasgando todas as tolices com que a encobrem.
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Temer delira e diz que quer ser o herói do Nordeste

Diz a Folha que hoje, em Maceió, o senhor Michel Temer anunciou que  quer “no futuro ser reconhecido como o maior presidente do Nordeste que esse país teve”. Não sei se o ocupante do...


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Diz a Folha que hoje, em Maceió, o senhor Michel Temer anunciou que  quer “no futuro ser reconhecido como o maior presidente do Nordeste que esse país teve”.
Não sei se o ocupante do Planalto andou tomando aquela água que Gilmar Mendes disse estarem servindo no Supremo, mas o fato é que algo o desinibiu para colocar para fora todo o despeito e a inveja que tem de seus antecessores.
Do lado de fora, no sol, a turma do “Fora Temer” era mantida à distância.
Todo mundo que é “inconfiável” – confiáveis são só políticos e empresários – é mantido de fora em qualquer lugar que vai Temer.
Dificilmente Michel Temer terá falado com algum nordestino do povo que não seja para mandar ir ali buscar alguma coisa para ele.
Certamente não falou com Cícero e Laís, personagens das ruas da capital alagoana dos quais mandou cortar o Bolsa-Família e cuja história este Tijolaço contou, a partir do relato do repórter Pedro Ferro, do portal Gazetaweb, de Maceió.
Temer sabe que é desprezado pelos nordestinos e, por isso, fala estas sandices vaidosas.
Acha que repor algum do que ele próprio e seus auxiliares cortaram é credencial para tamanha asneira?
Quando ele souber o que é “história de trancoso” – que é a gíria pra conversa mentirosa lá nas Alagoas – e tiver feito alguma coisa pelos nordestinos, pode ser atrever.
Antes disso é abestado, porque acha que pode desrespeitar assim um povo que, pra ele, é quase estrangeiro.

O Brasil entra em 2017 com as orelhas murchas

Prometeram ao povo brasileiro que era só derrubar Dilma Rousseff e a crise terminaria, que os capitais fluiriam, a economia rebrotaria em flores e relvas. Pouco mais de um semestre depois, só o que se...

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Prometeram ao povo brasileiro que era só derrubar Dilma Rousseff e a crise terminaria, que os capitais fluiriam, a economia rebrotaria em flores e relvas.
Pouco mais de um semestre depois, só o que se vê é desalento.
No que se passou e, mais ainda, no que se passará.
O comércio paulista, diz hoje que espera uma contração de mais 5% nas vendas do primeiro semestre do ano que começa.
Consultores e  sindicatos não vêem chance de aumentos reais de salário.
Ao contrário, dois grandes bancos, o Bradesco e o Santander prevêem um crescimento ainda maior do desemprego.
Já está repetitivo dizer que os índices de confiança da Fundação Getúlio Vargas, nos serviços, no comércio, na indústria e na construção civil estão caindo, depois da “ilusão Temer”.
Os servidores públicos se dividem entre os que vivem o desespero e a humilhação e aqueles que se preparam para vivê-los.
Hoje, na banca de jornal, uma senhora me disse, sobre a medida de liberar descontos para pagamentos à vista: o que eles vão fazer é aumentar o preço no cartão e fingir que dão desconto à vista.  Não a censuro, não foi assim com a “queda” do preço da gasolina?
Mas eles não desistem e a tarefa dos carrascos da mídia, agora, é convencer o povo brasileiro que a saída está em que ele trabalhe eternamente.
Ou merece outro nome aposentadoria depois de 49 anos de contribuição e labuta diária de até 12 horas?
O Brasil está de orelhas murchas, mas não é um burro, embora carregue esta gente no lombo.
Tanto não é que é preciso perseguir, desmoralizar, e até cassar quem é capaz de dizer isso a ele com serenidade e na linguagem em que ele entende.
A verdade, por mais que a pintem com camuflagens, é a realidade.
E a realidade está rasgando todas as tolices com que a encobrem.

Cadeia para tudo; cadeia para todos. Senador quer “criminalizar a cola”

Embora seja devastador o cenário econômico criado no Brasil desde que começou a cruzada dos meninos de Curitiba contra todos os que não professassem a tese de que a principal tarefa no Brasil é...
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Embora seja devastador o cenário econômico criado no Brasil desde que começou a cruzada dos meninos de Curitiba contra todos os que não professassem a tese de que a principal tarefa no Brasil é perseguir, punir, castigar, há um resultado pior: a anima carceris, a ideia de que a cadeia é o remédio para tudo e que as grades são, de fato, aquilo que ensina.
Lê-se no Lauro Jardim que um certo senador Wilder Morais, pertencente ao PP de Goiás – o partido honestíssimo que pariu Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef – quer tornar crime, punível com reclusão de um) a quatro  anos a milenar “cola” em provas públicas.
Veja, não é a fraude, resultante de violação do sigilo dos exames, comercializada por espertalhões, porque essa já é crime, com as mesmas penas.
É o “papelzinho”, que todo mundo já passou, recebeu ou viu passarem ao longo de suas vidas e que terminavam em um zero, na prova recolhida e na desclassificação.
Ele próprio, na descrição do projeto no Senado, descreve a barbaridade:o projeto “criminaliza a cola”!
Ou seja, o que é um desvio ético num crime potencialmente “encarcerante”.
Dois adolescentes, fazendo o Enem, que “soprarem” a resposta de uma questão um ao outro estão sujeitos à cadeia.
O policialismo toma conta de tudo e há gente que passa a crer que a cadeia é o sucedâneo da palmatória.
E que o professor que aplica a prova vai se dispor a mandar seu aluno para um tribunal e até para a cadeia por conta de um deslize que existe desde que o mundo é mundo.
É tudo ódio e demagogia, como se mandar mais gente – além do meio milhão de pessoas que já está lá- para o cárcere vá fazer de nossa sociedade algo melhor do que ela é.
À escola sem partido querem, agora, acrescentar a escola com polícia.
Tristes tempos, estes.
copiado  http://www.tijolaco.com.br/blog/

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