Um brucutu na diplomacia
José Serra já era uma triste figura á frente da diplomacia brasileira, personagem de um plano de aproximação com os Estados Unidos e com a Europa que deu chabu, respectivamente, com a eleição de...
José Serra já era uma triste figura á frente da diplomacia brasileira, personagem de um plano de aproximação com os Estados Unidos e com a Europa que deu chabu, respectivamente, com a eleição de Donald Trump e com a crise na União Europeia.
Mas o bronco Aloysio Nunes Ferreira assumir o Ministério das Relações Exteriores só não é mais apavorante do que a cátedra de Alexandre de Moraes no Supremo porque não durará, como aquela, um quarto de século.
É verdade que Nunes, embora com valores menores, é tão citado na Lava Jato quanto seu antecessor.
E igualmente a ele se iguala naquela asquerosa categoria dos que foram esquerdistas e, maduros, entregaram-se de corpo e alma ao antigo inimigo.
Sabujos, bajuladores, incondicionais do capital estrangeiro viram “capitães do mato” contra seu próprio povo, como fizeram alguns negros na escravatura.
Ambos só vêem destino para este imenso país como sendo o da submissão e o da modernização excludente, onde ilhas de prosperidade fruem de padrões globais de consumo e multidões fiquem eternamente à margem.
Mas Aloysio consegue, ante Serra, ter uma desvantagem extra.
É grosseiro, mal-educado, babugento com os que não lhe repetem as bobagens.
É a antítese do que pede a diplomacia, que jamais separa a firmeza da urbanidade, o enfrentamento da fidalguia na palavras e atos, a afirmação dos interesses nacionais do reconhecimento do direito de todos os povos.
É um brucutu diplomático com os nossos povos amigos e um cordeiro com os lobos que devoram o mundo.
Para quem, há poucos anos, tinha Celso Amorim como chanceler, Aloysio Nunes Ferreira é voltar ao Paleozóico.
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