MAL DO SÉCULO Depressão tira da economia global US$ 1 trilhão por ano Brasil tem o segundo maior prejuízo do mundo, com perdas estimadas em R$ 210 bilhões

“Existem várias causas que podem ser genéticas ou de estresse, mas podemos dizer que mais de 50% estão relacionadas ao trabalho. Mas é necessário contextualizar a pessoa e as condições em que ela exerce sua função”, comenta o psiquiatra.


FIQUE ALERTA


Sintomas psíquicos e comportamentais:
Esquecimento
Queda no rendimento
Irritabilidade
Perda da capacidade de sentir prazer
Desânimo

Sintomas físicos
Dor de cabeça
Diarreia ou constipação intestinal
Lesões na pele
Primeiro, faltou ar. Depois, as mãos entortaram. E, então, a designer de ambientes Isadora Kern, 29, desmaiou no meio do trabalho e precisou ser arrastada para fora da empresa para recuperar o fôlego e a saúde mental. “Eu trabalhava em um call center e vivia literalmente com um cronômetro pendurado no pescoço”, conta Isadora, que melhorou assim que deixou o emprego. O que ela tinha era depressão, uma doença crônica que atinge 322 milhões de pessoas no mundo, gente suficiente para encher um Brasil e meio.
O total de atingidos cresceu 18% desde 2005, e, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão será a doença mais incapacitante do mundo até 2020. A entidade estima que, com baixos níveis de reconhecimento e falta de acesso a tratamentos, as perdas globais provocadas por ela chegam a US$ 1 trilhão por ano. Só no Brasil, 5,7% da população tem algum transtorno depressivo. São 11,5 milhões de pessoas afetadas, o que gera um prejuízo de US$ 63,3 bilhões (R$ 210 bilhões), segundo levantamento da London School of Economics (LSE).
De acordo com o diretor de relações internacionais da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anmat), João Silvestre Silva Junior, quando a pessoa está com algum transtorno mental, ela trabalha abaixo de sua capacidade produtiva. “É o que chamamos de presenteísmo. A pessoa está presente no trabalho, mas não consegue dar 100% do esperado porque a depressão afeta a parte mental e cognitiva. Muitas vezes, ela é cobrada dos colegas e pela chefia por não querer trabalhar. Mas não é questão de não querer, mas de não conseguir”, afirma Silva Júnior, que também é doutor em saúde pública.
Diante dos números alarmantes e crescentes, a OMS lançou a campanha Vamos Conversar, para incentivar a prevenção e agilizar o diagnóstico e o tratamento de uma doença que precisa ser encarada como problema de saúde pública. “Você que é trabalhador pode perceber o entristecimento excessivo de alguém. Se a pessoa não está legal, se começou a faltar, ter crise de choro ou falar algo que indica risco, é sinal de depressão e precisa ser identificado logo”, afirma o consultor de saúde mental da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), Daniel Elia.
Em um vídeo de divulgação da campanha no site da OMS, a diretora geral da Opas, Carissa Etiene, destaca o alto custo econômico e social da depressão, que afeta a todos direta ou indiretamente. “As famílias perdem financeiramente quando as pessoas não podem trabalhar, os empregadores sofrem com os funcionários menos produtivos, e os governos gastam mais em despesas com saúde”, ressalta.
O presidente da Associaçao Mineira de Psiquiatria Maurício Leão de Rezende explica que a depressão tem sintomas psíquicos e físicos, que interferem diretamente na produtividade. “É comum baixar o rendimento, seja nas relações pessoais, profissionais ou esportivas. E a dificuldade de fazer tarefas que antes eram tão simples faz com que a pessoa tenha uma sensação de estar perdendo a inteligência”, afirma.
“Existem várias causas que podem ser genéticas ou de estresse, mas podemos dizer que mais de 50% estão relacionadas ao trabalho. Mas é necessário contextualizar a pessoa e as condições em que ela exerce sua função”, comenta o psiquiatra.


FIQUE ALERTA


Sintomas psíquicos e comportamentais:
Esquecimento
Queda no rendimento
Irritabilidade
Perda da capacidade de sentir prazer
Desânimo

Sintomas físicos
Dor de cabeça
Diarreia ou constipação intestinal
Lesões na pele
Náusea e tontura
 copiado http://www.otempo.com.br/

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