EDUCAÇÃO A INFLUÊNCIA DE MARX NA EDUCAÇÃO Educador para o educando O conceito de práxis em Marx

A INFLUÊNCIA DE MARX NA EDUCAÇÃO

A influência de Marx na educação, Educação, Filosofia, Filosofia de Marx, Sociedade, Professor, projeto moderno de educação é otimista, A educação ligou-se estreitamente à esperança da libertação social.

A INFLUÊNCIA DE MARX NA EDUCAÇÃO
Roberto Giancaterino*
“O trabalho de um homem perpetua quando atravessa os tempos”.

RESUMO 
Educar é um desafio social. Assim sendo, esta prática pode tornar-se um instrumento mobilizador para com a situação atual em que vive a população ou ainda ser um meio de alienação. Convém ressaltar, que são inúmeros os interesses políticos, sociais e econômicos que coordenam toda a ação pedagógica e fazem da educação sinônimo de acomodação. Criticar ou contradizer qualquer que seja o trabalho político desenvolvido é motivo de repressão, de anarquia e/ou vandalismo. Ao povo é preciso aceitar a situação de pobreza, dominação e exploração, opor-se é ser revolucionário. Portanto, é preciso que o homem cidadão busque no seu passado um princípio filosófico de vida para que assim seja capaz de refletir a atualidade. 


Palavras-chave: Educação, Filosofia, Filosofia de Marx, Sociedade, Professor. 

INTRODUÇÃO 

Marx acreditava que a educação era parte da superestrutura de controle usada pelas classes dominantes. Por isso, ao aceitar as idéias passadas pela escola à classe dos trabalhadores (que Marx denominava classe proletária) cria uma falsa consciência, que a impede de perceber os interesses de sua classe. Assim, Marx concebia uma educação socializada e igualitária a todos os cidadãos. 

Versar sobre os paradigmas e suas contribuições para o processo educacional, não é um trabalho fácil, exige a localização da relação sujeito-objeto como um eixo central. A história da filosofia tem demonstrado ser esta preocupação e é um dos principais problemas da filosofia. Assim, compreender a relação sujeito-objeto é compreender como o ser humano se relaciona com o ambiente, com a natureza, em suma, com a vida (Gramsci, 1991). 

Marx não via com bons olhos uma educação oferecida pelo Estado-Nação burguês, capitalista, basicamente por desacreditar no currículo que ela traria e na forma como seria ensinado. Mesmo que tenha defendido a educação compulsória em 1869, Marx opunha-se a qualquer currículo baseado em distinções de classe. Defendia a educação técnica e industrial, mas não um vocacionalismo estreito, essas idéias tiveram um impacto posterior na educação, especialmente no que diz respeito à educação tecnológica. 

Para Ghiraldelli Junior (2003), as idéias de Marx, conta-se tipicamente, a percepção do mundo social pela categoria de classes, definida pelas relações com os processo econômicos e produtivos, a crença no desenvolvimento da sociedade além da fase capitalista através de uma revolução do proletariado. Na prática, o marxismo é um comprometimento com as classes exploradas e oprimidas, e com a revolução que deverá melhorar sua situação. 

Um ponto forte do marxismo [1] como filosofia é que ela fornece uma visão da transformação social e promove uma visão da ação humana determinada a levar adiante essa transformação. Ela retrata um mundo onde as coisas não são fixas e luta por mudança. Por essas características, o marxismo, muitas vezes, tem um apelo àqueles que se vêem como oprimidos. Além disso, enfatiza um ideal de poder social para as classes menos favorecidas, dessa forma, têm um forte elo para aqueles que vivem sob regimes ou em circunstâncias que demonstram pouca preocupação com a classe mais pobre. 

No Brasil as obras de Marx começaram a ser mais divulgada depois da fundação do Partido Comunista do Brasil, isto é, a partir de 1930. Ainda nesta época o educador Paschoal Lemme considerado marxista, publica um trabalho sobre o ensino dos adultos e organiza cursos para operários no Distrito Federal. 

Neste documento pode ser visto algumas características do marxismo que o influenciava. Contudo, Lemme (1988:213), “argumentou que só algum tempo mais tarde, principalmente, a partir de 1933, influenciado pelos acontecimentos político-sociais que vinham se desenrolando no mundo e no país, é que se interessou mais de perto pelo estudo dessas questões, ou seja, as obras de Marx”. Vale salientar, os pressupostos do pensamento neoliberal estão povoando a educação nacional e disputam uma nova configuração educacional, especialmente no que diz respeito às políticas de formação profissional. 

Todavia, todo e qualquer processo relacionado com a educação é lento, o que induz a persistência e luta dos ideais, pois somente então poderá haver a concretização do saber teórico com a prática, o que será motivo de muitas contradições e ao mesmo tempo de aprendizagem, e isto, têm início em cada um de nós. 

Antigamente, a educação existia principalmente para a sobrevivência. As crianças aprendiam as habilidades necessárias para viver. Gradualmente, entretanto, as pessoas passaram a usar a educação para uma grande variedade de funções. 

Hoje em dia, a educação ainda pode ser usada para sobrevivência, mas também ajuda proporcionar um melhor uso do tempo dando maior refinamento à vida social e cultural. O homem depende da educação e ela está presente no seu cotidiano. Porém, existem diferentes concepções de educação e diferentes modelos. Sua prática vai além da escola e abrange desde sociedades primitivas até as sociedades mais desenvolvidas e industrializadas. 

Assim como a prática da educação desenvolveu-se, as teorias da educação seguiram o mesmo caminho, no entanto, tornou-se fácil não vermos a conexão entre a teoria filosófica e a prática educacional bem como lidar como a prática separada da teoria. 
Para Ozmon e Craver (2004), a filosofia da educação começou quando as pessoas se tornaram conscientes da educação como uma atividade humana diferenciada. As sociedades pré-alfabetizadas não tinham os objetivos em longo prazo e os sistemas sociais complexos dos tempos modernos nem possuíam as ferramentas analíticas dos filósofos modernos, mas mesmo a educação da pré-alfabetização envolvia uma atitude filosófica com relação à vida. Em essência a filosofia da educação é aplicação de princípios fundamentais da filosofia à teoria e ao trabalho da educação. 

Para Enguita (2004), um dos debates mais insistentes e repetidos em torno da instituição escolar, sempre foi à questão de evidenciar o seu papel, que era reprodutor ou transformador, isto é, se contribuía para conservar a sociedade ou mudá-la. Até certo ponto, era trivial, pois, por um lado nenhuma sociedade poderia substituir sem formar seus membros em certos valores, habilidades, etc. e, por isso, toda educação é reprodutora; mas ao mesmo tempo, nenhuma sociedade atual seria, sem a escola, o mesmo que chegou a ser com ela, e, por isso, toda educação é transformadora. 

Pela educação o ser humano aprende como se criam e recriam as invenções de uma cultura em uma sociedade. Cada povo, cada cultura, apresenta sua educação. Ela pode ser imposta por um sistema centralizado de poder ou existe de forma livre entre os grupos. Pela educação se pensa tipos de homens, pois ela existe no imaginário das pessoas e na ideologia dos grupos sociais, cuja missão é transformar sujeitos e mundos em algo melhor a partir da imagem que se tem uns dos outros (Brandão, 1984). 

A educação tende a ser considerada como elemento conservador da sociedade, mas por ser um instrumento formador e de expressividade em qualquer tipo de sociedade, não pode e nem deve ser vista dentro de limites fechados, analisada independentemente do contexto sócio-político e econômico em que vive tal sociedade. Deve ser encarada como parte integrante e necessária de um sistema, já que é usada de acordo com seus interesses. 

Podemos dizer que a educação é um reflexo da política adotada em um país e do interesse desse país em coordená-la, é um dos maiores instrumentos de dominação em massa dentro de um sistema, perdendo apenas para a mídia que é acessada por muito mais pessoas do que o sistema educativo. 

Neste contexto, Delors (2004:82) lembra:
Um dos principais papéis reservados à educação consiste antes de tudo, dotar a humanidade de capacidade de dominar o seu próprio desenvolvimento. Ela deve, de fato, fazer com que cada um tome o seu destino nas mãos e contribua para o progresso da sociedade em que vive, baseando o desenvolvimento na participação responsável dos indivíduos e das comunidades.
Reinventar a educação é urgente além de que é preciso dessacralizá-la para se crer nela e acreditar ainda que, diferentes tipos de homem criam diferentes tipos de educação. Mais do que poder, a educação atribui compromissos entre as pessoas, a educação da comunidade, da escola, a oposição entre a educação-de-educar e a educação-de-instruir, a passagem da aprendizagem coletiva para o ensino particular, o controle do Estado, faz lembrar a educação grega. 

Em todas as classes se cria e recria uma cultura de classe e formas de educação do povo. A cultura popular faz parte de sistemas populares de vida e de representação da vida, e tem uma lógica e densidade dentro da própria sociedade. 

Para promover educação para uma sociedade em mudança, é necessário saber que se educa para a mudança, como parte e resultado dela. Educa-se não só para que o indivíduo desempenhe melhores os mesmos e antigos papéis, mas, sobretudo, para que se desempenhem novos papéis em uma sociedade que se renova, tornando os indivíduos os próprios fatores conscientes da renovação social e para que se saiba que um processo de mudança social exige a mudança da estrutura social, para que assim se possa atender às novas e crescentes exigências do homem numa sociedade emergente. 
Neste sentido, Brzezinski, (apud Libâneo, 1998:32) assim assinala:
Presente em novas realidades econômicas e sociais, especialmente os avanços tecnológicos na comunicação e informação, novos sistemas produtivos e novos paradigmas do conhecimento, impõem-se novas exigências sobre a qualidade da educação e, por conseqüência, sobre a formação dos educadores.
Estamos diante de produtos inovadores e de grande impacto social, agora entram em cena o computador aliado à Internet e taxado como “máquinas de ensinar”, que trazem uma superinformação contraditória, a desinformação de uma grande parte da população que não possui acesso a esses instrumentos tecnológicos e nem ao menos a simples leitura e escrita para uso crítico. 

Como entender que nunca a humanidade teve tanta capacidade científica e técnica para satisfazer as necessidades humanas e chegamos ao novo século com mais da metade da população excluída? Da mesma forma, a escola não tem recursos para utilizar-se desses meios inovadores na educação para trabalhar com as exigências da atual sociedade. 

Todavia, o projeto moderno de educação é otimista sobre as possibilidades da natureza humana e também o é do ponto de vista histórico, porque contribui para a libertação exterior do homem e da mulher em relação aos poderes que os fazem menores de idade, situando o indivíduo na sociedade e no mundo, dependendo do que ele faz e constrói. 

A educação ligou-se estreitamente à esperança da libertação social daqueles que obtivessem frutos que a educação promete, configurando uma sociedade aberta e móvel, na qual a hierarquia estabelecida em relação ao binômio educação-profissão substitui as hierarquias devidas à origem social (Imbernón, 1999). 

Sabe-se que a prática de ensino e de aprendizagem não muda como um decreto. As mudanças exigidas passarão por uma espécie de revolução cultural, que será vivida pelos professores e só então poderão ser repassadas aos alunos. É inegável que o professor deve ser um profissional competente e compromissado com seu trabalho, com visão de conjunto do processo de trabalho escolar. Deseja-se um profissional capaz de pensar, planejar e executar o seu trabalho e não mais aquele ser habilidoso para executar o que os outros concebem. 

Os filósofos educacionais, independentes de sua teoria particular, sugerem que a solução para os nossos problemas pode ser mais bem alcançada por meio de um pensamento crítico e ponderado sobre a relação entre mudanças perturbadoras e as idéias resistentes (Ozmon e Craver, 2004). 

A mudança é um processo que vai se construindo aos poucos, de acordo com o nível de desenvolvimento de cada sociedade, como conseqüência das mudanças de maneiras para suprir suas necessidades, o homem muda também os padrões de cultura no decorrer dos anos, porém: “muda a sociedade e somente mais tarde muda a educação” (Libâneo, 1998:153). 

Lembrando que, a filosofia da educação, apenas se torna significativa quando os educadores reconhecem a necessidade de pensar claramente sobre o que estão fazendo e de ver o que estão fazendo em um contexto maior de desenvolvimento individual e social. Uma vez que, o estudo da filosofia não garante que as pessoas serão melhores pensadores ou educadores, mas propõe perspectivas válidas que nos ajudam a pensar de maneira mais clara. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Com base nas idéias de Marx pode-se inferir que educar é um desafio social. Assim sendo, esta prática pode tornar-se um instrumento mobilizador para com a situação atual em que vive a população. É preciso superar uma sociedade voltada à produção aos bens de consumo, que despreza a natureza humana e histórica. O ser humano precisa ser respeitado em sua totalidade, em suas potencialidades, modo de expressão e de pensar, ter o direito a uma educação igualitária baseada em princípios democráticos e não de escravidão. 

Lembrando que, em vez de serem independentes das mazelas da sociedade, as escolas são umas das partes integrais do sistema capitalista e, como tal, seu potencial para a reforma está bastante limitado. Apenas com a reforma do sistema político e econômico o ensino poderá ter algum efeito na emancipação dos menos favorecidos. 

A dialética por si abre caminhos para a busca e concretização destes ideais, entretanto, é uma luta constante e necessita muita perseverança, sendo a educação uma alternativa de se elucidar tais problemas. Faz-se conveniente evoluir um pensamento e atos, pois somente assim o homem se sentirá capaz no que realiza. 
Neste sentido, Marx contribuiu para a educação do homem moderno, em sua teoria educacional, o marxismo, mistura a teoria e a prática e apresenta aos aprendizes a necessidade crucial da atividade racional e um sentido de responsabilidade social necessário para uma existência mais humana. 
_________________________________________________
[1] Em termos teóricos, o marxismo é adesão e algumas das idéias centrais de Marx.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. 12. ed. São Paulo: Brasiliense, 1984. 

DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. 9. ed. São Paulo: Cortez, Brasília, DF: MEC, UNESCO, 2004. 

ENGUITA, Mariano F. A face oculta da escola. Porto Alegre: Artes Médicas, 2004. 

GHIRALDELLI JUNIOR, Paulo. Filosofia e história da educação brasileira. Barueri, SP: Manole, 2003. 

GRAMSCI, Antonio. A concepção dialética da história. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991. 

IMBERNÓN, Francisco (org.). A educação no século XXI. Os desafios do futuro imediato. Editora Grão, 1999. 

LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê? São Paulo: Cortez, 1998.

LEMME, Paschoal. Memórias. São Paulo, Cortez / Brasília, INEP, v.2, 1988. 

OZMON, Howard A.; CRAVER, Samuel M. Fundamentos filosóficos da educação. 6. ed. Porto Alegre: Artimed, 2004. 


Roberto Giancaterino* 
FORMAÇÃO ACADÊMICA: Pós-Doutorado em Educação, Doutor em Filosofia. Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional, Docência do Ensino Superior, Ciências da Educação, Valores Humanos Transdisciplinares, Administração e Supervisão Educacional. Filósofo, Físico, Matemático e Pedagogo. 

HISTÓRICO PROFISSIONAL: Docente no Departamento de Pós-Graduação em Educação nas Faculdades Interlagos de Educação e Cultura (FINTEC), Santo Amaro, São Paulo e Professor de Física e Matemática da Rede Pública Estadual em São Bernardo do Campo, São Paulo. Escritor, Pesquisador, Palestrante e Seminarista na Área Educacional.

Publicado por: ROBERTO GIANCATERINO

copiado http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-influencia-marx-na-educacao.htm
 Educador  para o educando.

A postura que se espera de todo bom educador é a de dar importância à individualidade e ao que foi vivenciado pelo educando. O professor deve se utilizar do meio no qual o aluno está inserido para que este possa apreender mais facilmente os ensinamentos dados.
Problemas que afetam aos alunos devem ser combatidos pelo professor por meio de atividades que  visem a mostrá-los que cada um tem seu potencial. Na existência de barreiras, cabe  ao professor buscar soluções  viáveis   aos  conflitos, fazendo com que  o aluno  supere-os e, assim,  os objetivos  do projeto  pedagógico sejam alcançados. 

Função:
A função do educador é trabalhar o social buscando ferramentas viáveis para que os alunos tenham interesse e  se sintam bem dentro da sala de aula. Cabe ao professor  procurar desenvolver atividades prazerosas e lúdicas  para que eles sintam prazer no aprender. Deve-se mostrar ao educando sua capacidade, seu potencial, seus direitos e deveres, formando-os cidadãos críticos, encaminhando-os para exercício da plena cidadania. A função do educador  é ouvir o aluno sem bloquear seus anseios e seus ideais, com propósito  de fomentar seu crescimento cultural.
O professor deve acreditar em cujo grupo trabalhe, propondo metas e buscando atingir os objetivos, pois somente assim os seus ensinamentos terão sentindo. Se o grupo não confia no professor, perde o interesse de aprender e, com isso, não se mantem ativo em de sala de aula.
Para que o professor alcance o desenvolvimento do grupo e atinja suas metas, é preciso que tenha a convicção de que cada aluno possui seu conhecimento prévio. Deve-se trabalhar com o cotidiano de cada aluno. Agindo desta forma, o professor aprende ensinando e haverá um maior aproveitamento da proposta pedagógica.   Dulce.



O conceito de práxis em Marx
(Karl Marx)




Desde os tempos mais remotos da história do pensamento têm-se pensado muito sobre questões relativas aos conceitos de teoria e prática, no entanto, poucas vezes conseguiu-se fazê-lo sem uma espécie de divisão entre os mesmos, ou seja, em raras situações vemos um pensamento “aceitável” que bem justifique uma interpolação teórico-prática, um bom exemplo disso seria a filosofia de Aristóteles, que pretende fazê-la através do conceito da vida teorética, mas não é sobre Aristóteles a finalidade deste trabalho, e sim de uma outra personagem não menos importante na história do pensamento, Karl Marx, ou mais precisamente, como ele conceituou a teoria e a prática sem o divisionismo funesto que tantos outros o fizeram, e desde já poderemos dizer que a sua resposta diz respeito a um termo deveras conhecido pelos conhecedores de sua obra, isto é, o que denominou-se práxis. 
Para esse momento iremos definir a práxis nos termos de que ela seja a atividade do sujeito que de algum modo aproveita algum conhecimento ao interferir no mundo, transformando esse mesmo mundo ao passo que transforma também a si mesmo. Expliquemos o que seja isso. Esta atividade do sujeito é muito importante para entendermos o seu pensamento, pois é ela fundamental ao mesmo tempo em que condição necessária para a efetivação da práxis, então, esta atividade poder-se-ia denominar trabalho. 
É dessa forma, portanto, que se configura a noção de práxis. Este trabalho é diferente dos outros tipos de trabalho (dos trabalhos dos animais). Nos Manuscritos econômicos filosóficos. 
É uma relação dialética entre as mesmas, porém, uma dialética própria desenvolvida por Marx, diferente da dialética dos seus predecessores, Hegel, por exemplo; isso se deve ao fato de que Marx confere aos homens o poder sobre o conhecimento e que os mesmos podem julgar aquilo que conhecem ou julgam conhecer, além do mais, a dialética em Marx se dá num plano mais histórico-empírico do que os outros. 
Na práxis, o sujeito age conforme pensa, a prática “pede” teoria, as decisões precisam ter algum fundamento consciente, as escolhas devem poder ser justificadas. Na práxis, o sujeito projeta seus objetivos, assume seus riscos, carece de conhecimentos. Na oitava das “Teses sobre Feuerbach”, Marx distingue explicitamente a práxis e a “compreensão” [“Begreifen”] da práxis (quando afirma que os mistérios em que a teoria tropeça são solucionados na práxis e na compreensão da práxis). (MARX, vol. III). 
A teoria, então, tem que “morder” as diferentes ações transformadoras, e pode não conseguir fazê-lo, ou pode “mordê-las” muito deficientemente. Em todo caso, fica claro que a interferência da construção do conhecimento na práxis, para Marx, se reveste de uma dramaticidade e assume uma importância que a gnosiologia hegeliana jamais reconheceria. 
Uma boa ilustração do trabalho como agente da práxis é relativo aos conceitos de real e concreto. Para que haja uma concretude da ação, é necessário que o indivíduo possua consciência sobre o ato, caso contrário ela designaria o real. O concreto é, pois, uma exclusividade do homem, que por sua vez, tendo consciência dos seus atos, tem também pleno domínio sobre a natureza. A práxis é ação com conhecimento. 
Nesses termos podemos então dizer que sem um desses elementos, a teoria e a prática, não existiria o que Marx chamou de práxis, nem ao menos existiria sem a noção de trabalho, pois é esse trabalho a “causa eficiente” da práxis. 
Percebe-se nitidamente que o trabalho considerado por Marx não é um simples trabalho qualquer. O trabalho feito pelo homem requer mais que um esforço. Ela necessita da consciência. Esta consciência é garantida pela razão do homem. A práxis, nesse sentido, é o trabalho feito pelo homem com consciência; em outras palavras, para que haja a práxis é necessário haver um trabalho teleológico. 
A teleologia é uma palavra de origem grega, cujo seu radical diz respeito à idéia de fim, ou de finalidade, isto é, finalidade, em grego, é thélos. A finalidade, nesse sentido, é o que move a realização do trabalho. É o que Aristóteles chamaria de “causa final”. Um trabalho sem finalidade qualquer animal pode fazer, e diferente desses, o homem, detentor da razão, não faz nada que seja alheio ou diferente dela, a sua essência é essa. Tendo em vista essas idéias, a noção de práxis é de muita serventia quando Marx caracteriza o seu materialismo, pois a práxis é um fator importante na constituição desse conceito uma vez que ela é a base da dialética consoante às relações de produção. O trabalho, dessa maneira, agregada com a noção da finalidade (thélos) constituem a práxis. Por fim, a práxis mantém uma tal relação com o trabalho (o trabalho com finalidade) que seria uma tarefa difícil entender o pensamento marxiano

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