BRASIL Cerco aos amigos Operação Skala, da Polícia Federal, coloca atrás das grades pessoas próximas ao presidente Temer, como o ex-assessor José Yunes e o ex-ministro Wagner Rossi, e gera apreensão no Planalto PORTO INSEGURO A PF investiga se amigos de Temer favoreceram a Rodrimar

Crédito: Marco Silva/futura press

Cerco aos amigos

Operação Skala, da Polícia Federal, coloca atrás das grades pessoas próximas ao presidente Temer, como o ex-assessor José Yunes e o ex-ministro Wagner Rossi, e gera apreensão no Planalto


PORTO INSEGURO A PF investiga se amigos de Temer favoreceram a Rodrimar (Crédito: Marco Silva/futura press)
Na maior operação conduzida por Raquel Dodge desde que assumiu a Procuradoria-Geral da República, em setembro de 2017, amigos e pessoas próximas ao presidente Michel Temer foram parar atrás das grades na manhã da quinta-feira 29, em um desdobramento de um inquérito em que o próprio mandatário do País também é investigado. A investigação apura suposto favorecimento à empresa Rodrimar, em troca de propina, na edição de um decreto que modificou regras de atuação nos portos brasileiros. A Rodrimar atua no Porto de Santos. Temer negou as acusações em entrevista à ISTOÉ publicada na última semana.
Foram presos o ex-assessor e um dos melhores amigos de Temer, José Yunes; o ex-coronel da Polícia Militar, João Baptista Lima Filho, tido como próximo ao presidente; Antonio Celso Greco, dono da empresa Rodrimar; o ex-ministro da Agricultura e ex-deputado Wagner Rossi, e seu auxiliar Milton Ortolan. As prisões temporárias foram autorizadas pelo ministro Luis Roberto Barroso, relator do inquérito dos portos no Supremo Tribunal Federal.
As circunstâncias que envolveram as prisões, no entanto, não coadunam com os princípios republicanos. Em dois casos, o estado democrático de direito foi ameaçado: na prisão de Yunes, um advogado com mais de 50 anos de profissão, e da de João Lima, conduzido para a delegacia dentro de uma ambulância. “Sempre que intimado ou mesmo espontaneamente, Yunes compareceu a todos os atos para colaborar”, lamentou o advogado José Luis Oliveira Lima, que representa o ex-assessor. No mais, é correto e salutar para a democracia e para o bom combate à impunidade que os fatos sejam investigados, independentemente da patente das pessoas implicadas. patente das pessoas implicadas.


Repasses ilícitos
Yunes, junto com o Coronel Lima, são suspeitos de intermediarem repasses ilícitos. Delatores da Odebrecht indicaram Yunes como um dos responsáveis por receber propina em nome de políticos do MDB. Em um dos fatos investigados pela PGR, Yunes é acusado de receber um pacote de dinheiro em seu escritório de advocacia em São Paulo. Quando o fato veio a público, ele disse não saber do que se tratava o envelope, destinado a Eliseu Padilha, e se classificou apenas como uma “mula involuntária” do ministro. Já o dono da Rodrimar, uma das empresas beneficiadas com o decreto editado por Temer, também cultiva boa relação com o ex-presidente José Sarney.

O inquérito dos portos foi a grande polêmica da rápida passagem de Fernando Segóvia na direção-geral da Polícia Federal. Em uma entrevista poucos dias antes de ser demitido, Segóvia sugeriu o arquivamento do inquérito por não haver indícios de crimes praticados por Temer. O presidente nega as acusações. Segundo ele, o decreto dos portos, de 10 de maio de 2017, além de se relacionar a todo o sistema portuário brasileiro, é claro ao afirmar no parágrafo terceiro do seu artigo segundo que ele “não se aplica aos contratos firmados antes da vigência da Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993”. Mesmo assim, nos bastidores em Brasília, o clima passou da calmaria à apreensão.
copiado https://istoe.com.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

Ao Planalto, deputados criticam proposta de Guedes e veem drible no teto com mudança no Fundeb Governo quer que parte do aumento na participação da União no Fundeb seja destinada à transferência direta de renda para famílias pobres

Para ajudar a educação, Políticos e quem recebe salários altos irão doar 30% do soldo que recebem mensalmente, até o Governo Federal ter f...