O jornalista do
Sistema Meio Norte de Comunicação, do Piauí, Efrém Ribeiro foi agredido
na manhã de sexta-feira pelo deputado federal Silas Freire, do Podemos,
dentro da própria emissora de TV onde os dois trabalham, em Teresina.
Integrante da “bancada da bala” na Câmara, Freire também é apresentador
de um programa policial, chamado Ronda Nacional.
Funcionários da emissora afirmaram que Ribeiro levou dois tapas e um chute. As câmeras de segurança não conseguiram registrar a ação, pois estavam mal posicionadas. A coordenadora de Recursos Humanos da empresa, Karolinny Ramalho, não quis se pronunciar sobre o caso, afirmando apenas que será tratado pelo setor jurídico do Sistema Meio Norte.
No sábado, a reportagem entrou em contato com Ribeiro, que confirmou a agressão do parlamentar. “Chorei muito e as dores físicas, pela manhã, foram menores do que eu pensava que iriam ser”, disse.
O jornalista agredido tem mais de 30 anos de profissão e também trabalha como freelancer para outros veículos nacionais, além do Sistema Meio Norte. Em 2012, participou do trabalho vencedor do Prêmio Esso de Jornalismo, “Aula de excelência na pobreza”.
“O Efrém está se vitimizando”, respondeu.
Em seu perfil no Facebook, Efrém Ribeiro comentou o caso, sem citar nomes:
“Palavras de ódio transformadas em ação. Hoje, eu sofri em meu corpo e em minha alma como as palavras de ódio se transformam em violência física e violência política. As palavras têm o devastador efeito de se transformarem em ações concretas”.
De acordo com os promotores Ubiraci Rocha e Eliardo Cabral, a vítima teria citado o nome do deputado antes de morrer. A testemunha foi o delegado de Polícia Civil Menandro Pedro.
O processo foi suspenso em 2015 pelo desembargador do Tribunal de Justiça do Piauí Erivan Lopes, que alegou que a denúncia feita pelos promotores era “viciada”, devido à inimizade entre eles e Silas Freire.
No entanto, o caso não foi definitivamente encerrado. Ainda em 2015, o promotor Régis Marinho foi nomeado no lugar de Ubiraci e Eliardo e encaminhou à Procuradoria Geral da República um pedido para a reabertura da investigação criminal, mas nunca obteve resposta do então procurador Rodrigo Janot.
Marinho informou que esta semana enviará um novo ofício à atual procuradora geral Raquel Dodge:
“Vou recuperar todas as informações do caso e enviar pelos Correios e via correspondência eletrônica. Quero saber como está a situação e porque não tive retorno sobre meu pedido anterior”.
O deputado Silas Freire compõe a Frente Parlamentar de Segurança Pública, conhecida como “bancada da bala”, e é um dos grandes defensores da redução da maioridade penal e da proposta de flexibilizar o porte de armas no Brasil. Ele ocupa a vaga na Câmara Federal desde 2015 como suplente do deputado Fábio Abreu (PR), que está no cargo de secretário de Segurança Pública do Piauí.
Funcionários da emissora afirmaram que Ribeiro levou dois tapas e um chute. As câmeras de segurança não conseguiram registrar a ação, pois estavam mal posicionadas. A coordenadora de Recursos Humanos da empresa, Karolinny Ramalho, não quis se pronunciar sobre o caso, afirmando apenas que será tratado pelo setor jurídico do Sistema Meio Norte.
No sábado, a reportagem entrou em contato com Ribeiro, que confirmou a agressão do parlamentar. “Chorei muito e as dores físicas, pela manhã, foram menores do que eu pensava que iriam ser”, disse.
O jornalista agredido tem mais de 30 anos de profissão e também trabalha como freelancer para outros veículos nacionais, além do Sistema Meio Norte. Em 2012, participou do trabalho vencedor do Prêmio Esso de Jornalismo, “Aula de excelência na pobreza”.
Só umas “cachuletas”
O próprio deputado não negou a agressão, mas afirmou, em seu programa, que se tratou de um exagero do colega de emissora por causa de “umas cachuletas” (gíria para uma espécie de tapa na orelha) que ele deu no jornalista:“Eu agarrei ele e disse que menino traquino a gente dá cachuleta, e aí dei duas cachuletas. Pode ter sido forte. Pode ter sido de mau gosto a brincadeira. Mas daí dizer que eu o espanquei de socos e pontapés, eu não tenho nem motivo pra isso… Ele tentou faturar em cima da minha imagem, só porque eu sou político. Se doeu, me desculpa”.Procurado pela reportagem, Silas Freire reafirmou que fez apenas uma brincadeira.
“O Efrém está se vitimizando”, respondeu.
Em seu perfil no Facebook, Efrém Ribeiro comentou o caso, sem citar nomes:
“Palavras de ódio transformadas em ação. Hoje, eu sofri em meu corpo e em minha alma como as palavras de ódio se transformam em violência física e violência política. As palavras têm o devastador efeito de se transformarem em ações concretas”.
Inquérito por homicídio
O deputado Silas Freire já foi alvo de um inquérito do Ministério Público Estadual do Piauí, que o investigou como mandante do assassinato do radialista Jean Carlos de Souza Costa, conhecido como Pato Donald. O crime ocorreu nos anos 1990.De acordo com os promotores Ubiraci Rocha e Eliardo Cabral, a vítima teria citado o nome do deputado antes de morrer. A testemunha foi o delegado de Polícia Civil Menandro Pedro.
O processo foi suspenso em 2015 pelo desembargador do Tribunal de Justiça do Piauí Erivan Lopes, que alegou que a denúncia feita pelos promotores era “viciada”, devido à inimizade entre eles e Silas Freire.
No entanto, o caso não foi definitivamente encerrado. Ainda em 2015, o promotor Régis Marinho foi nomeado no lugar de Ubiraci e Eliardo e encaminhou à Procuradoria Geral da República um pedido para a reabertura da investigação criminal, mas nunca obteve resposta do então procurador Rodrigo Janot.
Marinho informou que esta semana enviará um novo ofício à atual procuradora geral Raquel Dodge:
“Vou recuperar todas as informações do caso e enviar pelos Correios e via correspondência eletrônica. Quero saber como está a situação e porque não tive retorno sobre meu pedido anterior”.
O deputado Silas Freire compõe a Frente Parlamentar de Segurança Pública, conhecida como “bancada da bala”, e é um dos grandes defensores da redução da maioridade penal e da proposta de flexibilizar o porte de armas no Brasil. Ele ocupa a vaga na Câmara Federal desde 2015 como suplente do deputado Fábio Abreu (PR), que está no cargo de secretário de Segurança Pública do Piauí.
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