TV estatal síria anuncia segundo acordo de evacuação de rebeldes em Ghuta Oriental

Síria: mais um grupo rebelde aceita deixar Ghuta após ataques

AFP / HAMZA AL-AJWEHUm homem observa casa em chamas em Duma, cidade rebelde de Ghuta Oriental alvo de atentados do governo sírio, em 23 de março de 2018
O governo sírio deu um novo passo, nesta sexta-feira (23), para a reconquista do último reduto rebelde na entrada de Damasco, ao fechar (com ajuda da Rússia) um novo acordo de retirada de combatentes em Ghuta Oriental.
Os grupos armados no controle de dois dos três bolsões rebeldes que resistem em Ghuta aceitaram partir para o norte do país com suas famílias, deixando para trás os ataques aéreos que se intensificaram sobre a região nos últimos dias - de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
À noite, 37 civis morreram de "queimaduras e sufocamento" em um abrigo na localidade de Arbin, apontou o OSDH, que denuncia "bombas incendiárias" largadas por aviões russos.
Mais de 1.600 civis teriam morrido até o momento nesses ataques iniciados em 18 de fevereiro, e nos quais munições incendiárias teriam sido utilizadas, segundo ONGs ouvidas pela AFP.
Moscou garante que sua Força Aérea não participa da ofensiva em Ghuta Oriental. Imagens tiradas pela AFP evocam, porém, a suspeita do uso de fósforo branco, cuja utilização contra alvos militares no meio dos civis é proibida pelo Direito Humanitário Internacional.
Nesta sexta, o Exército russo reforçou as declarações de Moscou e negou ter atacado Ghuta Oriental com bombas incendiárias, como acusou o OSDH.
"A Aviação russa não fez ataques sobre bairros residenciais de Ghuta Oriental e não utiliza, ao contrário da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, munições incendiárias", garantiu o Ministério da Defesa, citado por agências de notícia russas.
O Ministério classificou essas informações sobre os bombardeios de "mentira descarada" procedente de "vigaristas".
O bolsão sul de Ghuta, onde aconteceu o ataque, já havia sido atingido por bombardeios que mataram pelo menos 38 civis - sobretudo, em Zamalka.
AFP / HAMZA AL-AJWEHFoto de 23 de março de 2018 mostra o que parecem ser artefatos incendiários de fósforo branco caindo sobre a cidade de Duma
Acuado, o grupo rebelde Faylaq al-Rahman, que controla essa área, firmou na sexta-feira um acordo de retirada promovido pela Rússia, com a saída de quase sete mil pessoas.
A decisão foi confirmada pelo porta-voz do Faylaq al-Rahman, Waël Alwane.
- 'Situação humanitária catastrófica' -
Os combatentes, que devem abandonar uma parte de seu armamento e de seus prisioneiros, serão levados para o norte da Síria, segundo o OSDH. O primeiro comboio parte no sábado pela manhã, revela a televisão pública síria.
"A situação humanitária é catastrófica. Não há mais comida, material médico e a promiscuidade nos abrigos provoca doenças", declarou à AFP o porta-voz Waël Alwane, falando da Turquia.
Depois de lançar a ofensiva há mais de um mês, o governo sírio agora está bem perto de recuperar Ghuta, controlando mais de 80% desse território sitiado desde 2013 por Damasco.
AFP / Amer ALMOHIBANYHomem recebe atendimento na cidade de Zamalka, localizada em um bolsão rebelde de Ghuta Oriental alvo de bombardeios do governo sírio, em 22 de março de 2018
Na quinta-feira, no âmbito de um primeiro acordo, mais de 400 combatentes e centenas de seus familiares evacuaram o bolsão rebelde de Harasta. Eles chegaram na sexta-feira à província de Idleb (noroeste), que está fora do controle do governo, segundo o OSDH e um correspondente da AFP.
É para essa região, amplamente dominada pelos extremistas, que o governo sírio envia rebeldes e civis quando eles deixam os bastiões insurgentes.
"Em Harasta, não conseguíamos mais viver na superfície por causa dos bombardeios... Eles queimaram a terra completamente. As crianças ficaram em um abrigo subterrâneo por quatro meses", contou à AFP Abu Mohammed, um civil que está entre os evacuados.
Um outro comboio deve deixar Harasta nesta sexta rumo a Idleb. No total, cerca de 1.500 combatentes do grupo salafista Ahrar al-Sham e 6.000 membros de suas famílias devem partir dessa localidade, de acordo com a agência de notícias Sana.
O grupo rebelde foi forçado a aceitar a retirada sem negociação.
"Tudo que eles conseguiram foi poder partir sem serem mortos", disse o especialista em Síria Nawar Oliver.
A ofensiva em Ghuta já deixou mais de 80 mil deslocados.


TV estatal síria anuncia segundo acordo de evacuação de rebeldes em Ghuta Oriental

AFP / Louai Beshara
(22 mar) Soldados sírios e ônibus fretados pelo governo, na entrada de Harasta, Ghouta Oriental
A televisão estatal síria anunciou nesta sexta-feira um segundo acordo de evacuação de um reduto rebelde em Ghuta Oriental, no momento em que o regime de Damasco está a ponto de reconquistar os últimos setores nas mãos dos insurgentes nesta área próxima da capital.

O acordo prevê a retirada de 7.000 pessoas, combatentes e suas famílias, especialmente as localidades de Zamalka, Arbin e Ain Tarma, controladas pelo grupo rebelde Faylaq al Rahman, que anunciou na quinta-feira um cessar-fogo visando a negociações com a Rússia, aliado do regime.

O grupo rebelde anunciou na quinta um cessar-fogo a partir da meia-noite para permitir negociações com a Rússia.

O anúncio ocorre após bombardeios aéreos, que nesta quinta-feira atingiram várias localidades na área controlada pelo Faylaq al Rahman. Nesta sexta, trinta e sete civis morreram na quinta-feira à noite em ataques aéreos russos na região de Arbin, um dos últimos redutos rebeldes de Ghuta Oriental, segundo um balanço do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Apoiado por seu aliado russo, o governo de Bashar al-Assad lançou em 18 de fevereiro uma ofensiva mortal que permitiu reconquistar em Ghuta mais de 80% do último reduto insurgente às portas de Damasco.

Os territórios ainda nas mãos dos rebeldes, divididos em três setores isolados, são alvo de ataques diários que mataram mais de 1.500 civis desde 18 de fevereiro, segundo o OSDH.

Por meio da ONU "foi alcançado um acordo de cessar-fogo", disse à AFP o porta-voz do Faylaq al Rahman, Wael Olwan.

Esta trégua deve permitir a realização "de uma sessão de negociações finais" entre uma delegação local e a Rússia "para encontrar uma solução e uma saída, garantir a segurança dos civis e o fim do sofrimento, e garantir o fim desta guerra e destes bombardeios".



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