Magistrada fez post questionando capacidade de uma professora com a síndrome Movimento Down protesta no TJ contra desembargadora que acusou Marielle


POR 




Movimento Down protesta no TJ contra desembargadora que acusou Marielle



Magistrada fez post questionando capacidade de uma professora com a síndrome

RIO — Mães de crianças com síndrome de Down protestaram, na manhã desta quarta-feira, contra a desembargadora Marilia Castro Neves, durante um julgamento do qual ela participava no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), no Centro.

A magistrada se tornou alvo de controvérsia quando fez um post no Facebook dizendo que a vereadora Marielle Franco, executada na semana passada, tinha ligação com bandidos. Com a publicação, Marília Castro Neves atraiu atenção para sua atividade na rede social, onde internautas encontraram um post anterior, num grupo fechado, em que ela questionou a capacidade de uma professora com síndrome de Down.


Mães com faixa no TJ-RJ - Agência O Globo / Antônio Scorza
A magistrada se tornou alvo de controvérsia quando fez um post no Facebook dizendo que a vereadora Marielle Franco, executada na semana passada, tinha ligação com bandidos. Com a publicação, Marília Castro Neves atraiu atenção para sua atividade na rede social, onde internautas encontraram um post anterior, num grupo fechado, em que ela questionou a capacidade de uma professora com síndrome de Down.


O grupo de mães entrou na sala do julgamento vestindo camisetas e com faixas escondidas dentro de bolsas. Quando Marilia começou a falar, elas retiraram a faixa da bolsa com os dizeres "quem julga com preconceito não sabe fazer direito". Segundo Gabriela Laborda, de 43 anos, uma das participantes do protesto, uma juíza pediu que elas abaixassem a faixa e um segurança a retirou, mas as manifestantes permaneceram na sala.

LEIA MAIS: Desembargadora que difamou Marielle ironizou ações contra assédio sexual
CNJ abre processo para investigar desembargadora Marilia Castro Neves

— Foi um protesto pacífico, eles deixaram a gente se manifestar. Ficamos muito indignados e tristes com a declaração dela. A gente luta muito para que esses pais acreditem nos filhos e busquem direitos para eles e uma declaração dessas revolta muito as associações. É um absurdo a desembargadora falar o que falou de uma pessoa que se dedicou tanto, é destruir as esperança de pais de crianças com Down. Viemos aqui pela professora, pelas nossas filhas e por um Brasil mais inclusivo — disse Gabriela, que é idealizadora do Chat 21, ferramenta de acolhimento para pais de crianças com Down.

No texto que a desembargadora publicou, ela diz que ouviu no rádio que "o Brasil é o primeiro país a ter uma professora portadora de síndrome de down!!!. Poxa, pensei, legal, são os programas de inclusão social...Aí me perguntei: o que será que essa professora ensina a quem??? Esperem um momento que eu fui ali me matar e já volto, tá?”. A divulgação da declaração de Marília Castro Neves motivou uma nota de repúdio da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down.

Além de criticar uma professora com síndrome de Down, a magistrada também fez uma publicação, em 2015, na qual criticou mobilizações contra o assédio sexual e em favor dos direitos das minorias. Procurado pelo GLOBO, o TJ-RJ ainda não enviou nota sobre a manifestação desta quarta-feira.
copiado https://oglobo.globo.com/r

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

Ao Planalto, deputados criticam proposta de Guedes e veem drible no teto com mudança no Fundeb Governo quer que parte do aumento na participação da União no Fundeb seja destinada à transferência direta de renda para famílias pobres

Para ajudar a educação, Políticos e quem recebe salários altos irão doar 30% do soldo que recebem mensalmente, até o Governo Federal ter f...