Tensão pré-eleição faz fundos elevarem capital ‘represado’ no País para R$ 36 bilhões
Entre janeiro e agosto, número de fusões e aquisições caiu 18% no País, com um freio ainda mais brusco, de 65%, no mês passado; perspectiva do mercado é que os negócios voltem a ser fechados somente após a definição do novo presidente
Cátia Luz, Renée Pereira e
Fernando Scheller,
O Estado de S.Paulo
17 Setembro 2018 | 05h00
17 Setembro 2018 | 05h00
Para Piero Minardi, presidente da Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital (Abvcap), o mercado está em compasso de espera principalmente em função da volatilidade do câmbio. “Como os fundos são investidores de longo prazo, essa instabilidade pode comprometer os retornos (na hora do desinvestimento).”
Segundo outros gestores de fundos ouvidos pelo Estado, até o segundo turno das eleições só negócios inadiáveis serão fechados. Alexandre Pierantoni, especialista em fusões e aquisições e diretor da Duff & Phelps no Brasil, diz que a incerteza se dissipará quando o pleito estiver definido.
Os números de transações feitas até agosto são um reflexo desse compasso de espera. Segundo dados da TTR – Transactional Track Record –, entre janeiro e agosto de 2018, as operações caíram 18% em relação ao ano passado, de 65 para 53. As captações, que ficavam na casa de US$ 10 bilhões, também recuaram e estão em torno de US$ 3 bilhões. Segundo o gestor de um grande fundo, os investidores querem aguardar o fim das eleições para aportar os recursos com mais segurança.
Mas, apesar do cenário conturbado, os fundos continuam avaliando os ativos, especialmente aqueles voltados para empresas em dificuldade financeira. É o caso da empresa de reestruturação Starboard, sócia da gestora americana Apollo, e do IG4 Capital.
O sócio da Starboard, Meton Morais, diz que a expectativa é que no longo prazo a situação econômica do País se acomode.
Acreditamos nos fundamentos do País, que tem um mercado consumidor vasto; vemos boas oportunidades”, diz ele, que espera fechar duas operações após o segundo turno das eleições. Na parceria com a Apollo, a empresa tem R$ 1,3 bilhão para investir.
O IG4 está em fase de capitalização do fundo que controla a Iguá Saneamento (ex-Cab Ambiental) e de um segundo fundo, de US$ 400 milhões, que terá foco em diferentes negócios. “Temos um ‘pipeline’ grande de ativos em análise”, diz Paulo Mattos, sócio da IG4.
copiado https://economia.estadao.com.br/
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