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01/09/2014 - 16:10
Exército ucraniano se retira de aeroporto; Moscou quer cessar-fogo
AFP / ANATOLII STEPANOV
Tanque ucraniano na região de Donetsk
Esta retirada de Lugansk soma-se a uma série de derrotas do Exército ucraniano que, segundo jornalistas da AFP no local, parece ter abandonado uma vasta zona do sudeste da região de Donetsk, entre o reduto rebelde de Donetsk, a fronteira russa a leste e o porto estratégico de Maiupol ao sul, às margens do Mar de Azov, sem realmente combater as forças adversárias.
Também ocorre quando representantes da Ucrânia, da Rússia e da OSCE que formam o "grupo de contato" se reuniram na capital da Belarus, no dia seguinte às declarações de Vladimir Putin, sugerindo pela primeira vez a ideia de um status de soberania para as regiões rebeldes do leste. Também participa das discussões Andrei Purguine, vice-primeiro-ministro da República autoproclamada de Donetsk.
Kiev e o Ocidente acusam, com o apoio de fotografias de satélite, a Rússia de enviar tropas ao leste da Ucrânia, o que Moscou nega. O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, chegou a assegurar que não haveria "nenhuma intervenção militar russa" na Ucrânia e considerar que um "cessar-fogo imediato e incondicional" deve ser discutido nesta segunda-feira em Minsk.
Risco de uma grande guerra
AFP / FRANCISCO LEONG
Peça de artilharia destruída em Olenivka
Por sua vez, Kiev informou sobre combates entre paraquedistas ucranianos e "um batalhão de tanques das forças armadas russas para defender o aeroporto de Lugansk"
No final da manhã, os militares ucranianos receberam a ordem e se retiraram do aeroporto de Lugansk e da localidade de Gueorguiivka, perto do aeroporto e a 18 km de Lugansk, segundo declarou o porta-voz militar Andrei Lysenko.
"Pela precisão dos disparos, são atiradores das Forças Armadas russas", disse.
O ministro da Defesa ucraniano Valeriy Gueleteï, afirmou no domingo à noite na televisão que as tropas russas também haviam aparecido em Donetsk, capital regional e reduto da rebelião pró-Rússia.
O conflito no leste da Ucrânia, que matou cerca de 2.600 pessoas desde meados de abril, atingiu uma nova etapa na semana passada, depois de relatos consistentes sobre a presença de tropas regulares russas na Ucrânia, mais de 1.000 segundo a Otan, 1.600, de acordo com Kiev.
Segundo a ONG russa Comitê das Mães de Soldados, até 15.000 soldados russos foram enviados à Ucrânia ao longo dos últimos dois meses, e centenas de pessoas foram mortas nos combates.
"A situação se agravou nos últimos dias, a Ucrânia enfrenta uma agressão direta e não mais dissimulada do Estado vizinho", afirmou nesta segunda-feira o presidente ucraniano Petro Poroshenko.
Perto de Donetsk, sinais de uma retirada das forças legalistas ucranianas aumentam, de acordo com um jornalista da AFP.
O posto de controle militar de Mariïnka, na saída oeste, não existia mais nesta segunda-feira. Perto de Berezové, ao sul do reduto separatista, um tanque do exército e dois veículos militares de transporte de tropas foram abandonadas.
No centro de Donetsk, nenhum bombardeio foi ouvido na noite.
Putin apela ao 'bom senso'
afp.com / RIA NOVOSTI / ALEXEY NIKOLSKY
Putin antes de reunião
A escalada ocorre antes de uma cúpula da Otan, nos dias 4 e 5 de setembro no Reino Unido, onde um encontro está previsto entre o presidente ucraniano e Barack Obama. Kiev reviveu seus planos de adesão à Otan e espera uma "ajuda prática" e "decisões cruciais" da Aliança no final do encontro.
A Comissão Europeia deve, por sua vez, começar nesta segunda-feira a trabalhar em novas sanções contra a Rússia.
Estas medidas devem ser apresentadas até o final da semana para os líderes europeus, que tomarão uma decisão "em função da evolução da situação no terreno".
O presidente russo Vladimir Putin apelou nesta segunda-feira para o "bom senso" e disse esperar que nem a Rússia nem a UE cause "danos com suas respectivas escolhas".
Diante dessa ameaça, a moeda russa caiu nesta segunda-feira a um novo recorde em relação ao dólar, valendo 37,30 rublos.
Copiado http://www.afp.com/pt/
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