Mais
do que a abertura de fronteiras - em que Amado destaca o papel de
Merkel -, é inevitável uma intervenção militar internacional para pôr
fim ao conflito que gerou a crise de refugiados, defende Amado.
Como tem visto e o que espera que sejam os próximos desenvolvimentos na crise dos migrantes?
Há
problemas que não têm solução. Outros têm solução no tempo e outros com
que é preciso conviver e gerir a agitação política e diplomática. Aqui,
vamos ver os governos a gesticular muito, mas a dimensão da situação
vai exigir uma ação estruturada e que envolva a comunidade internacional
no seu conjunto. Vamos ter tensões internas na União Europeia,
sobretudo nas sociedades mais atingidas pela pressão migratória, e temos
de aprender a conviver, a gerir a situação.
Este é um conflito que vai prolongar-se no tempo.
O
problema da desestabilização do Médio Oriente vai ocupar uma ou duas
décadas. Serão anos marcados por conflitos e alguma guerra mais séria.
Temos de estar preparados. Países como Irão, Arábia Saudita, Turquia e
Egito e outros, que têm processos de renovação política em curso -
Iraque, Líbia, Líbano e Síria - vão seguramente agudizar os problemas
nos próximos anos. Esta é uma questão de médio/longo prazo, em que
haverá conflitos, processos de radicalização muito graves que
estabelecerão uma pressão cada vez maior nas fronteiras.
A Europa está a responder bem a essa pressão?Na questão
fronteiriça não há outra solução senão abrir portas. Merkel tem estado
bem. Tomou a única posição possível. É sem dúvida uma circunstância
extraordinária. Se promovemos uma agenda de responsabilidade pelas
pessoas e depois as deixássemos morrer à nossa porta nunca mais a Europa
levantava a cabeça. Temos mesmo de abrir a fronteira. Mas a pressão a
prazo só pode crescer: quanto mais abrirmos a porta mais teremos de a
abrir. Schengen resistirá?
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