Juncker
quer legalizar migração e distribuir quota de mais 120 mil refugiados.
Merkel quer mais. Diz que não se pode impor limites.
A
chanceler alemã, Angela Merkel, pediu hoje à União Europeia para
acordar uma distribuição proporcional de refugiados sem limites face aos
números atuais, indo mais além do que a proposta apresentada hoje pela
Comissão Europeia.
"Precisamos de um acordo vinculativo sobre a
distribuição de refugiados de acordo com critérios justos entre os
Estados-membros", disse, no Parlamento, acrescentando que não se pode
falar num número fixo de refugiados a distribuir, mas sim pensar como se
lida com todos os que chegam à Europa.
Não podemos, insistiu, "definir um teto e dizer 'não me interessa nada acima disso'", acrescentou a chanceler alemã.
A
Alemanha espera receber 800 mil pessoas, quatro vezes mais do que há um
ano e bem mais do que qualquer outro país da União Europeia.
Se
os refugiados forem integrados rapidamente em escolas e no mercado de
trabalho poderão "apresentar mais oportunidades que riscos", defendeu
Merkel.
A responsável avisou, no entanto, que os refugiados têm de
obedecer às leis alemãs e defendeu junto da comunidade que é preciso
que os recém-chegados devem ser integrados na sociedade.
"Temos de
tornar claro quais são as regras que se aplicam, e não devemos
simplesmente assistir a que certas comunidades fiquem isoladas, rejeitem
a integração e criem sociedades paralelas", concluiu.
"Imaginem se fossem vocês, com os vossos filhos nos braços"
O
presidente da Comissão Europeia considerou hoje que é altura da Europa
acabar com a "retórica" e exige "acções concretas" dos estados membros
para alojar refugiados. Em Estrasburgo, Jean-Claude Juncker defendeu o
acolhimento "vinculativo" de "mais 120 mil pessoas".
"Proponho a
recolocação de mais 120 mil pessoas, que estão em Itália, na Grécia e na
Hungria", disse Jean-Claude Juncker, exigindo que "isto (...) seja
feito de modo vinculativo"
Num discurso emotivo, mais longo do que
o habitual e exclusivamente em inglês, Juncker disse que, tendo em
conta que já houve uma proposta para a recolocação de "40 mil pessoas",
no total,"são 160 mil pessoas que os europeus devem receber de braços
abertos".
"Imaginem, por um segundo, se fossem vocês. Os vossos
filhos nos braços. O mundo que conhecem a desmoronar à vossa volta. Não
haveria preço que não pagassem. Não haverá muro que vocês não subam, nem
mar que não atravessem, nem fronteira que não cruzem, se houver uma
guerra e a barbarie do chamado estado islâmico de que vocês estejam a
fugir", disse o presidente, apelando para se evitarem contradições.
"Nós
estamos a combater o estado islâmico. Então, porque não estamos
preparados para aceitar aqueles que fogem ao estado islâmico? Nós temos
de aceitar essas pessoas no território europeu", defendeu.
O
presidente da comissão lembrou ainda que que os refugiados que querem
ficar na Europa representam "0,11% de toda a população europeia",
considerando por isso que o problema deve ser "colocado em perspectiva".
"Nós,
os europeus, devemos lembrar-nos bem que a Europa é um continente em
que, quase todos, foram uma vez refugiados. A nossa história é marcada
por milhões de europeus a fugirem da perseguição por motivos religiosos,
da guerra, das ditaduras e da opressão", lembrou, sugerindo ainda que
não se façam distinções de pessoas pela confissão religiosa.
"Estamos
hoje a falar de seres humanos que vem da Síria e da Líbia. E, isto pode
facilmente ser o caso da na Ucrânia amanhã. Estaremos a fazer selecções
e a distinguir entre cristãos, Judeus, muçulmanos? Este continente
provocou as piores experiências por distinguir na base de critérios
religiosos. Não há religião, nem credo, nem filosofia quando se tratam
de refugiados que estão em fuga", disse.
"Não há espaço para
poemas, nem retórica. Acção é o que é preciso nos tempos que correm",
defendeu o presidente Juncker, considerando que a Europa "tem a
obrigação" de dar acolhimento aos refugiados, que procuram a segurança e
a paz na Europa,,,
O presidente do executivo comunitário entende
ainda que o problema dos refugiados não se resolverá "enquanto houver
guerra nos seus países", tendo por isso proposto um fundo de emergência
de 1800 milhões de euros dos "recursos financeiros comunitários para
enfrentar a crise no Sahel, no Corno de África e no Norte de África".
copiado http://www.dn.pt/inicio
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