Reino Unido ataca na Síria. França avança a seguir. Itália fica de fora Islamitas foram visados no final de agosto, e voltarão a sê-lo, avisou David Cameron. Paris anuncia primeiras operações.


Refugiados sírios na Grécia

Reino Unido ataca na Síria. França avança a seguir. Itália fica de fora


Islamitas foram visados no final de agosto, e voltarão a sê-lo, avisou David Cameron. Paris anuncia primeiras operações.
  • Ilhas gregas já albergam 30 mil refugiados
  • Alemanha pode receber 500 mil refugiados por ano
  • Maduro anuncia que Venezuela quer acolher 20 mil sírios

    por Abel Coelho de Morais com Paula SáHoje
    Refugiados sírios na Grécia
    Refugiados sírios na Grécia Fotografia © Reuters
    Islamitas foram visados no final de agosto, e voltarão a sê-lo, avisou David Cameron. Paris anuncia primeiras operações.
    A cidade de Raqqa, na Síria, que o Estado Islâmico (EI) considera a sua capital, foi bombardeada por aviões não tripulados britânicos, tendo sido mortos dois islamitas desta nacionalidade e um terceiro foi abatido num ataque de aviões americanos. O anúncio foi feito ontem pelo primeiro-ministro David Cameron em Londres. O chefe do governo conservador justificou a ação, dizendo que os islamitas eram responsáveis pela preparação "de ações bárbaras" e que se tratou de um "ato de autodefesa".
    Cameron não excluiu a hipótese de novas ações da mesma natureza, desde que esteja em causa a segurança nacional. Os ataques verificaram-se ainda em agosto, dias após ser conhecida a notícia de que o EI estaria a planear o assassínio da Rainha Isabel II durante as comemorações do fim da II Guerra Mundial na Ásia, a 15 de agosto em Londres.
    Há dois anos, o Parlamento britânico recusara ao então governo de coligação conservador-liberais-democratas autorização para ações militares na Síria, mas em setembro de 2014 aprovou operações aéreas só no Iraque. Desde então, o governo tem insistido que atuará primeiro e informará o Parlamento em seguida; na passada semana, Cameron considerou necessário estender as operações à Síria, mas com "consenso" no Parlamento.
    Um outro dirigente europeu formalizou ontem a intenção de atuar no teatro de guerra sírio contra os islamitas. Foi o presidente francês que, numa conferência de imprensa (ver na pág. seg.) anunciou a realização de voos de reconhecimento na Síria "com vista à realização de ataques aéreos contra" o EI.
    A principal função será, para já, "saber o que preparam contra nós e o que estão a fazer contra a população síria", mas o cenário de bombardeamentos depreende-se claramente das palavras de François Hollande. Por outro lado, este excluiu o envio de tropas, que seriam "uma força de ocupação". Noutro ponto, foi igualmente claro: as operações contra alvos islamitas não supõem cumplicidade com Bachar al-Assad: a solução na Síria "não pode ser a manutenção no poder" do líder do regime de Damasco.
    Por seu lado, o primeiro-ministro de Itália, Matteo Renzi, excluiu uma intervenção militar na Síria. Quanto a Portugal, fonte do MNE diz ser "prematuro" tomar uma posição sobre as palavras de Hollande. A mesma fonte recordou que Portugal participa na coligação internacional e condena todos os atos terroristas do EI. A fonte do MNE notou ainda que Portugal tem defendido que esta questão, como a dos refugiados, tem de ser resolvida pela comunidade internacional e que a Rússia tem aqui um papel.
    "Lugar de esperança"
    A chanceler alemã, país que irá receber a maior quota de refugiados, segundo a proposta da Comissão Europeia a ser apresentada amanhã por Jean-Claude Juncker, disse ontem estar "orgulhosa" do modo como estes têm sido acolhidos pelos seus compatriotas e que o sucedido nos últimos dias deu a imagem da Alemanha como "lugar de esperança" e de "futuro".
    O facto de a Alemanha "ser um país associado no estrangeiro com a esperança (...) é algo que devemos manter presente, atendendo à nossa história no passado", afirmou Angela Merkel numa conferência de imprensa com Sigmar Gabriel, líder dos sociais-democratas do SPD, parceiros de coligação da CDU--CSU. Garantindo que o fluxo de migrantes - cerca de 40 mil na quota estabelecida pela Comissão, e mais de 800 mil no total - "vai mudar a Alemanha", Merkel assegurou que este é um desafio "gerível" e a ser concretizado com sucesso.
    Merkel e Gabriel, além de salientarem a atuação da Alemanha, deixaram uma advertência aos países da UE que continuam reticentes no acolhimento de refugiados. "Não é aceitável que alguns digam que nada têm que ver" com a atual crise, disse Merkel. "No longo prazo, haverá consequências, ainda que não seja isso o que se pretende", declarou a chanceler, com o líder do SPD a salientar que, se alguns países da Europa Central insistirem na recusa em receber refugiados, as regras de livre circulação de pessoas ficarão "em risco" e haverá repercussões na "esfera económica, que não deixarão de afetar os países que se negam a ajudar agora". Para Gabriel, a Alemanha pode aceitar "800 mil refugiados, encontrar-lhes casa e ajudá-los a integrarem-se, mas que fique claro: isto não pode continuar ano após ano. É necessária uma nova política europeia de as
    Os aspetos essenciais dessa nova política serão amanhã delineados por Jean-Claude Juncker numa intervenção no Parlamento Europeu. No imediato, o presidente da Comissão advoga que os Estados membros, com algumas exceções, recebam um total de 160 mil pessoas. Serão apresentados os critérios para determinar o número de refugiados por país, regras para os Estados membros que não queiram receber migrantes, e que seriam obrigados, em contrapartida, ao pagamento de uma contribuição financeira; finalmente, deverá ser indicada uma lista de países seguros cujos nacionais verão reduzidas as possibilidades de asilo.
    Opinião distinta da sustentada pela chanceler tem o líder da CSU, o partido irmão da CDU na Baviera, Horst Seehofer, que tem afirmado "não haver sociedade em condições de lidar" com uma pressão de migrantes como a atual. Dirigentes da CDU e CSU estiveram reunidos na noite de domingo para segunda-feira e o governo federal anunciou a disponibilização de uma verba de seis mil milhões de euros para os candidatos a asilo e migrantes
    ilo".
     
      copiado  http://www.dn.pt/

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