Violência ameaça tornar "impossíveis" as eleições de 1 de novembro na Turquia

Erdogan (de gravata vermelha) rodeado do primeiro-ministro Ahmet Davutoglu (à dir.) e do ex-presidente Abdullah Gul (à esq.) no funeral de dois dos militares mortos pelo PKK

Violência ameaça tornar "impossíveis" as eleições de 1 de novembro na Turquia

 
Nacionalistas atacaram a sede de partido pró-curdo HDP após os atentados do PKK que mataram 30 militares nesta semana.

Violência ameaça tornar "impossíveis" as eleições de 1 de novembro na Turquia

por Helena Tecedeiro  
Erdogan (de gravata vermelha) rodeado do primeiro-ministro Ahmet Davutoglu (à dir.) e do ex-presidente Abdullah Gul (à esq.) no funeral de dois dos militares mortos pelo PKK
Erdogan (de gravata vermelha) rodeado do primeiro-ministro Ahmet Davutoglu (à dir.) e do ex-presidente Abdullah Gul (à esq.) no funeral de dois dos militares mortos pelo PKK
Nacionalistas atacaram a sede de partido pró-curdo HDP após os atentados do PKK que mataram 30 militares nesta semana.
Desde julho, mais de cem militares turcos foram mortos por militantes do PKK, 30 dos quais em dois ataques do grupo rebelde curdo já nesta semana. Em resposta, uma multidão de nacionalistas atacou na terça-feira a sede do partido pró-curdo HDP, em Ancara. Perante este aumento da violência, Selahattin Demirtas, o líder do HDP, já veio dizer que está a tornar-se "impossível" realizar as eleições antecipadas marcadas para 1 de novembro.
"Queremos que as eleições se realizem e não estamos a dizer que não se podem realizar, mas exigimos que as condições nesta região melhorem antes", explicou Demirtas numa conferência de imprensa em Diyarbakir, na zona sudeste da Turquia, onde se concentra a comunidade curda - 20% dos quase 80 milhões de turcos. Desde o fim, em julho, do cessar-fogo instaurado em 2012 pelo presidente Recep Tayyip Erdogan que esta região tem sido palco de conflitos diários entre os militantes do Partido do Povo do Curdistão (PKK) e o exército turco.
Considerado como organização terrorista pela Turquia, EUA e União Europeia, o PKK pegou em armas em 1984, iniciando uma luta pela independência que fez mais de 40 mil mortos em 30 anos. Mas se em março o líder histórico Abdullah Ocalan, preso desde 1999, anunciava um congresso do partido para encontrar uma "solução democrática" com Ancara, tudo mudou a 20 de julho, quando um bombista suicida fez 32 mortos em Suruç, cidade turca na fronteira com a Síria. Ancara mudou de estratégia com o Estado Islâmico, autor do ataque. E depois de os jihadistas matarem um soldado também na fronteira, a aviação turca bombardeou posições do EI na Síria. Ao mesmo tempo atacava bases do PKK, depois de membros do grupo executarem dois polícias suspeitos de facilitar o ataque suicida em Suruk.
Com a guerra na Síria a reforçar o YPG, as forças armadas dos curdos sírios aliadas do PKK, Ancara viu o grupo avançar para ocidente, aproximando-se perigosamente da Turquia. Há quem veja no projeto de zona-tampão na fronteira uma forma de a Turquia travar não só a entrada de jihadistas como a criação de um curdistão autónomo na Síria, como há no Iraque. Entretanto, a Turquia vai treinando os peshmerga - combatentes curdos do Iraque, com quem tem boas relações.


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