Temer reage a Lula e diz: 'Não há golpe' Programa de Temer com medidas polêmicas vira munição para PT

 

Temer reage a Lula e diz: 'Não há golpe'

Durante manifestação em Fortaleza, ex-presidente disse que vice 'tem que aprender sobre eleições'

Lula: Temer precisa aprender sobre eleições; vice responde: 'Não há golpe'

Ex-presidente discursou em palanque em Fortaleza, no Ceará

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Lula discursa em palanque em Fortaleza - Divulgação / Instituto Lula


RIO — O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado, em Fortaleza, que o vice-presidente da República, Michel Temer, precisa “aprender” sobre as eleições, e que há um golpe em curso contra a presidente Dilma Rousseff. Procurada, a assessoria de imprensa de Temer disse que, "justamente por ser professor de direito constitucional, Michel Temer tem ciência de que não há golpe em curso no Brasil".
— Eu perdi muitas eleições. E eu quero que ele [Temer] aprenda sobre as eleições. O Temer é um professor de direito e sabe que o quê estão fazendo é um golpe. E isso, ele sabe que vão cobrar é dos dos filhos dele, é do neto dele amanhã. Porque a forma mais vergonhosa de chegar ao poder é tentar derrubar um mandato legal — disse Lula, mais cedo.
O ex-presidente disse ainda que o país vive um "clima de ódio" nunca visto antes e que "defender o impeachment" da presidente Dilma Rousseff é agir "como golpista", segundo o G1. Lula participou de ato contra o impeachment ao lado do governador do Ceará, Camilo Santana, e outros petistas.
— Eu estou estranhando um pouco o que está acontecendo no nosso país. Eu completei 70 anos de idade. Vivo nesse país fazendo política e nunca vi um clima de ódio estabelecido no país como está estabelecido agora. Aqueles que amam a democracia, aqueles que gostam de fazer política [...] querem que se respeite a coisa mais elementar, que é o respeito ao voto popular que elegeu a Dilma — discursou o ex-presidente.
Para ele, ainda segundo o G1, Dilma não deveria ser afastada do cargo porque não cometeu crime de responsabilidade.
— Foi só a Dilma começar a andar de bicicleta que eles inventaram as pedaladas. Ninguém aqui é contra o impeachment que está na Constituição, mas tem que ter base legal, crime de responsabilidade. E a companheira Dilma não cometeu crime de responsabilidade. Por isso, defender impeachment é ser golpista — defendeu Lula.
Lula disse também que espera a autorização do Supremo Tribunal Federal para assumir a Casa Civil. A nomeação do ex-presidente foi barrada por liminar do ministro Gilmar Mendes. O plenário da Corte ainda vai decidir se Lula pode ou não assumir o ministério.
— Na quinta-feira, se tudo der certo, se a Suprema Corte aprovar, eu estarei assumindo o ministério — disse Lula. — Eu vou estar no ministério para ajudar a companheira Dilma. Nadar de mão dada com ela, para criar condições para melhorar a cidadania no Ceará. Fazer o cinturão das águas, que era uma coisa que tinha acertado com o Cid [Cid Gomes, ex-governador do Ceará].
Lula em Fortaleza, ao lado de petistas, onde discursou contra o impeachment - Facebook

Programa de Temer com medidas polêmicas vira munição para PT

Aliados evitam discussões de temas controvertidos como ajuste econômico

Programa de Temer com medidas polêmicas vira munição para PT

Aliados evitam discussões de temas controvertidos como ajuste econômico

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Vice-presidente da República, Michel Temer - Givaldo Barbosa / Givaldo Barbosa/2-3-2016


BRASÍLIA — As divergências políticas dentro do PMDB sobre o “timing” do desembarque do governo Dilma Rousseff também atingem as discussões da plataforma econômica para um eventual governo de Michel Temer. Nos últimos dias, o documento “Uma ponte para o futuro” se tornou uma armadilha política nas mãos do PT, que explora alguns pontos. Nos bastidores, aliados de Temer como o senador Romero Jucá (PMDB-RR) ficaram irritados com as frequentes declarações de Moreira Franco — braço-direito do vice e presidente da Fundação Ulysses Guimarães — sobre pontos polêmicos. O próprio Temer, segundo interlocutores, não discute medidas pontuais agora, porque anteciparia etapas, ou seja, antes de haver de fato um novo governo.
Temer acredita que o maior objetivo de um eventual governo seu é recuperar a credibilidade da economia. Nas conversas, o vice fala sobre a importância de controlar e cortar gastos, por exemplo. O documento “Uma ponte para o futuro” é considerado uma carta de intenções, ponto de partida para o debate no Congresso. Muitos acreditam que é preciso evitar, neste primeiro momento, propostas mais polêmicas como a reforma trabalhista.
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O documento, divulgado em outubro de 2015, propõe o fim das indexações, seja para salários, benefícios previdenciários ou outros gastos do governo. Essas propostas são usadas pelo PT como arma para desgastar Temer. A preocupação de aliados é que Temer seja prejudicado por propostas polêmicas nesse momento de costuras políticas. A insatisfação de parte do PMDB se tornou pública após parlamentares petistas passarem a explorar as propostas — da tribuna do Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ) diz que o PMDB quer acabar com a correção de programas como o Bolsa Família. Eles ainda rebatizaram o plano depois que o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apareceu ao lado de Jucá em fotos, quando foi aprovado o desembarque do governo.
— A “Pinguela para o passado” de Cunha-Temer aponta suas baterias não apenas contra o legado social de Lula, mas também contra a Constituição de Ulysses Guimarães e a CLT de Getulio — provocou o senador Lindbergh.
Aliados de Temer avaliam que, ao assumir, ele terá de apresentar logo no início medidas de impacto na área econômica. A mais citada é a redução de ministérios e cargos comissionados, além de ajustes nas contas públicas. Também defendem que, se quiser reconquistar a credibilidade, terá de mesclar, como seus ministros, políticos e pessoas notáveis da sociedade em áreas estratégicas, como Saúde, Educação e Justiça.
Apesar de ser bandeira defendida recentemente pela presidente Dilma Rousseff, a reforma da Previdência é tida como inevitável e algo a ser enfrentado prioritariamente por Temer. Há quem fale na volta da CPMF para ajudar a cobrir o rombo das contas públicas, mas esse será um tema com resistência em partidos da oposição. Nos bastidores, aliados dizem que é preciso ser realista, entender que esse é um governo de transição a ser composto com os demais aliados.
— O Temer precisa equilibrar as contas e fazer as eleições de 2018. Se tentar fazer grandes reformas, vira o governo Dilma. Para aprovar algo, terá de fazer muitas concessões. O melhor é tomar medidas que demonstrem austeridade no custeio da máquina. Não dá para inventar muito. Um Plano Real não aparece a qualquer hora — diz um aliado.
copiado  http://oglobo.globo.com/

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