Aos heróis, não se recorda com pranto A obra da Lava Jato e as desculpas da Odebrecht.


 
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santiagoAos heróis, não se recorda com pranto

Poderia colocar as cenas da multidão que se reuniu a noite passada em Santiago de Cuba, para o adeus a Fidel Castro, cujas cinzas estão sendo depositadas hoje na terra, na sua terra. Mas mas...

Poderia colocar as cenas da multidão que se reuniu a noite passada em Santiago de Cuba, para o adeus a Fidel Castro, cujas cinzas estão sendo depositadas hoje na terra, na sua terra.
Mas mas é melhor colocar a música que tocou ao final da cerimônia, uma das preferidas de Fidel e uma espécie de canto de recuerdo dos mortos de Playa Girón – que aqui chamamos de Baía dos Porcos, copiando o nome dado pelos norte-americanos – , uma homenagem aos que morreram para impedir a invasão de seu país.
Foicomposta por Eduardo Ramos – a cuja memória peço desculpas pela tradução – e ganha imensa vida  voz da cantora e compositora cubana Sara González, morta em 2012,

A morte
com sua impecável função
de artesã do sol,
que faz heróis, que faz história
e nos dá um lugar
para morrer,
nesta terra,
pelo futuro.
Que exemplo
se converteu em punhal,
se converteu em fuzil,
se converteu em trincheira
da vontade,
da palavra amar,
da consciência
e da morte.
Não há nomes
dos que caem nas praias,
dos que caem nos montes,
do que caiu com a machete
no mesmo lugar
em que tempos atrás
caíram outros,
outros sem nome.
Aos heróis,
os recordamos sem pranto,
os recordamos nos braços,
os recordamos na terra;
e isso me faz pensar
que afinal não morreram,
e que vivem ali
onde houver um homem pronto a lutar,
a continuar.
paradas 

A obra da Lava Jato e as desculpas da Odebrecht.

Coube aos repórteres Ruben Berta e Renata Mariz, de O Globo, permitir que se meça parte do estrago feito pela forma “não quero nem saber o que vai causar” com que se desenvolveu, sob os...

Coube aos repórteres Ruben Berta e Renata Mariz, de O Globo, permitir que se meça parte do estrago feito pela forma “não quero nem saber o que vai causar” com que se desenvolveu, sob os aplausos da mídia, a Operação Lava Jato.
Só em 11 grandes obras executadas por empreiteiras investigadas, e hoje paradas consumiram-se  R$ 55,7 bilhões, contam eles, mostrando os esqueletos ao tempo, erodindo-se, enferrujando-se, carcomendo-se.
A Usina Nuclear de Angra 3, o Complexo Petroquímico do Rio, parte da transposição do Rio São Francisco, rodovias, ferrovias, metrô, obras hídricas e até uma universidade e um centro de tratamento de câncer  estão nesta lista, que é só parte do que foi abandonado.
Mas está tudo uma maravilha.
Espoucam foguetes pelo acordo de R$ 6,8 bilhões firmado pela Odebrecht ,  oito vezes menor do que o valor do que não tem acordo, nem nunca terá.
Um dinheiro que vai para não se sabe aonde. Descontada a parte dos gringos e dos suíços, a “comissão” do Ministério Público (não será a primeira), o resto vai para destino incerto e não sabido, porque dinheiro só sai do cofre, hoje, para pagar dívidas e juros.
Certamente não ocorreu a nenhuma “excelência” obrigá-la – e às outras – a pagar isso (e até mais)  concluindo, sem custo, as obras inacabadas.
Para que? Para gerar emprego, atividade econômica, compras de materiais e, sobretudo, evitar que apodreça patrimônio público que custou muitas vezes mais? Como, se isso já não era do gosto de Joaquim Levy e menos ainda é de Henrique Meirelles, porque gera inflação?
Decerto não vem ao caso e se encontrarão inúmeras justificativas jurídicas para não fazer assim, mas por razões inconfessáveis.
Não se presta ao “marketing do arrependimento”, como definiu hoje Bernardo Mello Franco, em sua coluna na Folha, um dos raríssimos articulistas a denunciar a hipocrisia do pedido de desculpas da Odebrecht que a a Procuradoria Geral da República brande como a um troféu.
A reportagem de Ruben Berta e Renata Mariz fica como uma dolorosa exibição de ossadas do banquete da República de Curitiba, depois de devoradas a política, as instituições, o futuro do país.
Mas nenhum deles vai morar nos porões da vergonha.
Não precisam, têm auxílio-moradia dos holofotes da mídia para se espetarem como santos de altar.

copiado  http://www.tijolaco.com.br/blog/n

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