Escolha de Paulo Macedo não trava críticas
Passos diz que críticas não vão parar e estima que recapitalização só no verão
Passos diz que críticas não vão parar e estima que recapitalização só no verão
O
líder do PSD assegurou hoje que as críticas ao processo da Caixa não
vão parar por Paulo Macedo ir dirigir o banco público e estimou que o
processo de recapitalização só possa ocorrer no verão de 2017.
"Não
sei se era essa a intenção do Governo, se era ir buscar um antigo
ministro meu para que o PSD deixasse de manifestar preocupações com a
Caixa. Se é isso, de todo, se é isso, enganaram-se redondamente no
alvo", afirmou o presidente social-democrata, Pedro Passos Coelho, na
ECO Talks, uma iniciativa no jornal económico digital ECO, que decorreu
num hotel em Lisboa.
Caracterizando
Paulo Macedo como um "gestor muito competente", "capaz" e "muito
sensato", Passos Coelho antecipou que o antigo ministro da Saúde do
Governo PSD/CDS-PP fará um bom papel se lhe forem dadas condições, pois é
uma pessoa para fazer reformas importante e não para fazer revoluções.
Nas
diversas questões que lhe foram colocadas sobre a Caixa Geral de
Depósitos, o líder do PSD estimou ainda que o processo de
recapitalização dificilmente será feito "antes do verão do próximo ano",
considerando que o Governo terá por isso que encontrar uma alternativa.
"[O
Governo] Disse que era absolutamente prioritário e imprescindível, as
agências de rating estão à espera de ver o que vai acontecer com o
capital da Caixa", referiu, considerando que no próprio mercado haverá
uma "pressão maior".
Passos Coelho
voltou ainda a rebater as críticas que lhe têm sido feitas sobre a
recapitalização da Caixa realizada enquanto dirigia o Governo,
reiterando que a capitalização levada a cabo nessa altura teve em conta
os requisitos de capital existentes.
Pelo contrário, frisou, o atual Governo fala na necessidade de recapitalizar o banco público, mas até agora "não fez nada".
"É só conversa", sublinhou.
O
líder do PSD voltou também a reprovar a forma como o primeiro-ministro
tem conduzido o processo da Caixa Geral de Depósitos, insistindo que
António Costa demorou demasiado tempo a substituir a administração,
continua sem explicar o que se passou, nem revela o plano de
recapitalização ou quais as necessidades de capital do banco público.
"É uma falta de vergonha", acusou.
Questionado
se fica surpreendido com os números que vieram a público, Passos Coelho
disse que ter ficado "totalmente" surpreso, considerando não ver
nenhuma razão para que hoje se descubram necessidades acrescidas "na
casa dos dois a três milhões de euros".
Neste
processo, acrescentou, existem "várias coisas que não se percebem",
nomeadamente como é que o auditor da Caixa nos últimos nove anos foi
contratado para rever aquilo fez durante anos.
"Como
é que os prejuízos não foram detetados durante os anos que lá esteve",
interrogou, considerando que isto coloca dúvidas "éticas e políticas
sérias" e "coloca sobre pressão outros bancos" que têm o mesmo auditor.
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