A imprensa sem povo de um povo sem imprensa Não há nada de errado em ter-se uma imprensa partidária, com lado. Só passa a haver quando essa imprensa quer proclamar-se “neutra”, “isenta” e, por isso, com autoridade insuspeita para opinar, como se fossem...

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A imprensa sem povo de um povo sem imprensa

Não há nada de errado em ter-se uma imprensa partidária, com lado.
Só passa a haver quando essa imprensa quer proclamar-se “neutra”, “isenta” e, por isso, com autoridade insuspeita para opinar, como se fossem sábios de Marte, aqui recém chegados.
O impressionante ato popular de ontem, na Paraíba, é um exemplo acabado de jornais que não existem para mostrar, mas para esconder.
A Folha ainda registra com uma foto onde aparece gente, mas não a multidão impressionante que você vê no post anterior deste blog. E um “titulozinho chamada”, sem texto, como faz também o Estadão.
O Globo, nem isso.
Não podem servir para – seu papel mais importante hoje – de cartazes nas bancas de jornal.
Bem diferente do que faziam com as tais “famílias inteiras aproveitam o domingo de sol para lotar a avenida Paulista”.
Classe média é gente, o resto, não.
O povo só é “protagonista” quando se move em favor de seus interesses e suas carências só importam quando isso ajuda a questionar as insuficiências  de governos que não lhe agradam.
Nos chamam de blogs “sujos”, enquanto engolem verbas imensas governo após governo, enquanto nós vivemos. como se diz em Alagoas, “a pão e laranja”, sobrevivendo a custa de assinantes generosos, que não ganham nada a mais por assinar, e cliques nos anúncios do Google, que pelo menos não pergunte qual é nossa ideologia e pague muito menos que anunciantes convencionais.
Isso, em si, não teria importância se não fosse por um “detalhe”: uma imprensa sem povo é também um povo sem imprensa.
Salvo exceções, quase sobreviventes, os jornais que poderiam nos fazer ver melhor a cidade, o país, o mundo, se tornaram antolhos.
Temos de olhar apenas o que dizem para olharmos, mesmo que seja irrelevante ou, ainda pior, estúpido, como se faz hoje com a idolatria ao policialismo.
A multidão reunida em Monteiro, na Paraíba não existe. É verdade que quase nunca existiu, que aquela gente é invisível  às elites que fazem nossa “opinião que se publica”.
Aliás, eles n~´ao poderiam sequer se juntar, se fizeram isso é porque alguém lhes deu um pão com mortadela, não é?
Mas como no “eppur si muove” de Galileu na Inquisição, eles existem.
Existem e se movem, com a energia surda das placas tectônicas.
copiado http://www.tijolaco.com.br/blog/

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