Brasil e Colômbia vão patrocinar acordo Mercosul-Aliança do Pacífico Brasil e Colômbia exortam Venezuela a aceitar ajuda humanitária

Brasil e Colômbia vão patrocinar acordo Mercosul-Aliança do Pacífico

AFP / EVARISTO SAO presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos (E), e seu contraparte brasileiro, Michel Temer, se cumprimentam após assinatura de acordos no Palácio do Planalto, 20 de março de 2018
O presidente Michel Temer afirmou nesta terça-feira (20) que, junto com seu contraparte colombiano, Juan Manuel Santos, "patrocinarão" uma aliança comercial entre os blocos regionais do Mercosul e da Aliança do Pacífico.
A aproximação entre os dois blocos latino-americanos ocorre em meio ao movimento protecionista dos Estados Unidos, que anunciou fortes tarifas alfandegárias de 25% para as importações de aço e 10% para as de alumínio.
Brasil e Colômbia vivem "um momento de especial convergência, tanto que o presidente Santos e eu patrocinaremos com muito entusiasmo um acordo entre o Mercosul - integrado por Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai - e a Aliança do Pacífico - composto por Chile, Colômbia, México e Peru", assegurou Temer, após uma reunião bilateral de mais de duas horas com Santos no Palácio do Planalto.
"Há clima e condições para este acordo", acrescentou Temer. O Brasil é o maior exportador de aço aos Estados Unidos que, por enquanto só eximiu das taxas Canadá e México, de quem é sócio no Tratado de Livre Comércio da América do Norte.
Temer e Santos se reuniram com uma ampla delegação de ministros para tratar de assuntos comerciais, agrícolas, de segurança fronteiriça e política regional.
Ambos presidentes concluem seu mandato este ano: Santos entregará a faixa presidencial em agosto, após dois dos mandatos consecutivos, enquanto Temer concluirá seu mandato em 31 de dezembro, após ter assumido o cargo deixado vago com o impeachment sofrido em 2016 por Dilma Rousseff.
- Aliados no comércio, adversários no futebol -
Durante o encontro, os ministros assinaram acordos para a troca de experiências em agricultura familiar, pequenas e médias empresas e para agilizar os processos comerciais.
O comércio bilateral entre Brasil e Colômbia cresceu 25% e alcançou 3,9 bilhões de dólares em 2017, superavitário para o Brasil em cerca de US$ 1 bilhão, segundo cifras oficiais.
Enquanto o Brasil é o oitavo destino de exportações colombianas e a quarta origem de suas importações, a Colômbia não se encontra sequer entre os primeiros 20 parceiros comerciais do gigante sul-americano: foi o 23º no ranking de exportações e o 25º no de importações em 2017, segundo dados do Ministério brasileiro de Comércio.
Santos afirmou que fortalecer o comércio é uma das prioridades da agenda bilateral, assim como aumentar os investimentos entre empresas dos dois países.
Brasil e Colômbia também pretendem continuar cooperando no campo de defesa, segurança e Inteligência para combater o crime organizado, acrescentou.
Mas no futebol, a Colômbia tem claro que o Brasil é um adversário.
"Presidente, (desejo-lhes) o maior sucesso no Mundial. Espero que nos encontremos de novo, bem adiante (no campeonato) e que desta vez a Colômbia leve a melhor", afirmou Santos.
Na Copa do Mundo 2014, a Colômbia foi eliminada nas quartas de final, após ser derrotada pelo Brasil por 2-1.


Brasil e Colômbia exortam Venezuela a aceitar ajuda humanitária

AFP / EVARISTO SAO presidente colombiano, Juan Manuel Santos (E), e seu contraparte brasileiro, Michel Temer, ouvem à execução dos hinos de seus países durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, 20 de março de 2018
Os presidentes de Brasil e Colômbia defenderam nesta terça-feira (20) a "pacificação política" da Venezuela e pediram que o governo de Nicolás Maduro aceite a ajuda humanitária oferecida por vários países para enfrentar a escassez de produtos básicos.
"O que queremos é a pacificação política na Venezuela, democracia plena nas eleições e não agressão aos que se opõem ao regime", afirmou o presidente Michel Temer, durante ato em Brasília ao lado de seu contraparte colombiano, Juan Manuel Santos.
"Fazemos novamente um chamado ao presidente Maduro para que aceite a ajuda humanitária que vários países, entre eles Brasil e Colômbia, lhe oferecemos", pediu Santos após um encontro bilateral no Palácio do Planalto.
"Não entendemos porque recusam esse tipo de ajuda, quando a crise humanitária de que padece o povo venezuelano se agrava dia a dia", acrescentou.
A Venezuela, uma potência petroleira regional, enfrenta uma crise financeira e política que isolou o presidente Maduro, cujo governo é denominado de "ditadura" por Estados Unidos e Colômbia.
Pelo menos 550.000 venezuelanos emigraram para a Colômbia fugindo da crise e este número poderia chegar a um milhão até junho, segundo as autoridades.
Outros 40.000 foram para o Brasil, deixando Boa Vista, capital de Roraima, à beira do colapso e obrigando o governo federal a duplicar a presença de miliares na fronteira como parte de um plano de acolhida para o fluxo de pessoas.
Tanto no Brasil quanto na Colômbia, "a situação é inédita", reafirmou Santos nesta terça-feira.
A crise humanitária se tornou um tema sensível na agenda regional.
AFP / Laurence CHUAumentam os pedidos de asilo de venezuelanos
Recentemente, o Grupo de Lima, que reúne 14 países americanos, pediu a Caracas que habilite "um corredor humanitário" pra ajudar a enfrentar o desabastecimento de bens e serviços vitais.
Esta semana, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse a veículos de imprensa brasileiros, durante a cúpula do G20 na Argentina, que vários países discutiram a situação econômica da Venezuela e que o Brasil demandará ao país caribenho o pagamento de sua dívida de 1,3 bilhão de dólares.
Entre os países que trataram o tema existem diferentes posturas sobre o problema, "desde os que apoiam a Venezuela, como a China e a Rússia, oferecendo moratória, a outros que estão demandando o pagamento, como nós, já que não apoiamos a política de financiar o regime da Venezuela", afirmou Meirelles, citado pelo jornal Valor Econômico.





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