Diplomatas russos expulsos deixam embaixada de Londres
AFP / Daniel LEAL-OLIVASOs diplomatas partiram em vários veículos com suas famílias no dia último dia do prazo de uma semana decretado pelo governo britânico para que deixassem o país
Os 23 diplomatas russos expulsos do Reino Unido em represália ao ataque contra um ex-espião russo deixaram nesta terça-feira (20) a embaixada russa em Londres.
Os diplomatas partiram em vários veículos com suas famílias no dia último dia do prazo de uma semana decretado pelo governo britânico para que deixassem o país. A esta medida, Moscou respondeu com a expulsão do mesmo número de representantes diplomáticos britânicos.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, se reunirá com o Conselho de Segurança Nacional e depois poderá anunciar novas represálias pela tentativa de assassinato com agente neurotóxico de Serguei Skripal e sua filha Yulia, na cidade inglesa de Salisbury (sudoeste), em 4 de março.
Ambos foram hospitalizados e seguem em estado crítico.
A investigação do ataque pode levar meses, estimou na segunda-feira o comandante da polícia antiterrorista britânica.
"Será frustrante para as pessoas. Vai levar semanas, possivelmente meses", disse Neil Basu à BBC. "Temos 400 declarações, e ainda temos que recolher mais. Temos quase 800 objetos e 4.000 horas de imagens de câmeras de segurança", explicou, ilustrando a complexidade do caso.
O ministro das Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, acusou o presidente russo Vladimir Putin de conduzir seu país "na direção errada", prejudicando as liberdades em casa e matando "supostos inimigos" no exterior.
O fato de que a arma usada contra Skripal foi uma substância que só é fabricada em laboratórios militares russos mostra que foi "destinada para enviar um sinal" aos dissidentes, avaliou Johnson em um artigo no jornal Daily Telegraph.
"A mensagem é clara: vamos caçá-lo, nós o encontraremos, vamos matá-lo", acrescentou.
Ex-presidente francês Sarkozy interrogado em investigação de financiamento ilícito
AFP/Arquivos / Jean-François MonierNicolas Sarkozy no dia 1º de outubro de 2016 em Les Sables d'Olonne, região oeste da França
O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy foi detido nesta terça-feira (20) para ser interrogado no âmbito da investigação sobre suspeitas de financiamento ilícito líbio de sua campanha eleitoral em 2007 - iformou uma fonte ligada ao caso.
Sarkozy, que governou o país de 2007 a 2012, é interrogado pela primeira vez nesta investigação por agentes do Escritório Central de Luta contra a Corrupção e as Infrações Financeiras e Fiscais (OCLCIFF) em Nanterre, nas proximidades de Paris, completou a fonte, que confirmou uma informação publicada pela Mediapart e pelo jornal Le Monde.
Sarkozy pode permanecer em detenção provisória por até 48 horas. Dependendo do interrogatório, pode ser posto em liberdade, convocado em uma data posterior, ou ser apresentado perante um juiz para uma acusação formal.
O ex-ministro do Interior Brice Hortefeux, muito próximo de Nicolas Sarkozy, também estava sendo interrogado hoje, no âmbito dessa investigação, mas sem estar detido, disse a mesma fonte à AFP.
Os juízes de assuntos financeiros investigam desde abril de 2013 acusações sobre o financiamento da campanha presidencial de 2007 de Sarkozy pela Líbia de Muamar Khadafi.
As acusações foram formuladas pelo franco-libanês Ziad Takieddine e por alguns ex-funcionários líbios, enquanto outras pessoas negaram.
O ex-chefe de Estado francês sempre desmentiu as denúncias, mas os juízes franceses dispõem de vários testemunhos de ex-funcionários de alto escalão do governo líbio que confirmam a hipótese de financiamento ilegal.
O caso foi revelado em 2012, quando a Mediapart publicou um documento assinado por Musa Musa, ex-chefe dos serviços de Inteligência líbios. No texto, afirma que o governo Khadafi havia aceitado, em 2006, financiar com "50 milhões de euros" a campanha de Sarkozy em 2007.
- Malas com 5 milhões de euros -
Em 2016, em entrevista à Mediapart, Ziad Takieddine contou ter entregue cinco milhões de euros em espécie provenientes da Líbia a Sarkozy. O dinheiro teria sido transportado em maletas durante três viagens entre novembro de 2006 e início de 2007.
Nas duas primeiras viagens, as maletas, que, segundo Takieddine, continham entre 1,5 milhão e dois milhões de euros cada em maços de 200 e 500 euros, foram entregues no gabinete de Claude Guéant. Ele era a mão direita de Sarkozy e seu ministro do Interior entre 2011 e 2012.
Na terceira viagem, o empresário afirmou que entregou as maletas no Ministério, em uma sala onde Nicolas Sarkozy estava.
Ziad Takieddine alegou que recebeu o dinheiro em Trípoli das mãos do chefe dos serviços secretos líbios, sob o regime de Khadafi.
Neste caso, também está sendo investigado o ex-secretário-geral do Palácio do Eliseu Claude Guéant por falsificação de documentos e fraude fiscal. Os magistrados investigam uma transferência de 500.000 euros recebida por Guéant em março de 2008, procedente da empresa de um advogado malaio. Este sempre afirmou que a quantia dizia respeito à venda de dois quadros.
O advogado de Guéant, Philippe Bouchez El Ghozi, disse hoje que Sarkozy poderia ter sido interrogado sem ser detido.
"Nenhum elemento da investigação justifica essa medida espetacular de detenção. Depois de cinco anos de investigação, não se conseguiu demonstrar que um único centavo de dinheiro líbio foi entregue a Nicolas Sarkozy", frisou.
Esta não é a primeira vez que Sarkozy é detido para depor. Em 2014, foi detido para prestar depoimento em um caso de suspeita de tráfico de influência, caso pelo qual foi indiciado.
Apesar de seus problemas com a Justiça, Nicolas Sarkozy tentou se candidatar mais uma vez à Presidência da França na eleição do ano passado, mas fracassou - em parte, devido às investigações judiciais que ainda pesam contra ele.
Desde então tem-se distanciado da linha de frente da política, embora continue sendo uma figura influente dentro de seu partido, Os Republicanos (de direita).
Outro intermediário, o empresário Alexandre Djuhri, apresentado como um personagem-chave da investigação, foi detido em janeiro em Londres. Ele continua em prisão preventiva, à espera de uma audiência sobre a eventual extradição para a França, prevista para julho.
copiado https://www.afp.com/pt
Nenhum comentário:
Postar um comentário