Fortalecido pela reeleição, Xi cita "batalhas sangrentas" da China
AFP / GREG BAKERO presidente chinês, Xi Jinping, discursa no Parlamento em Pequim no dia 20 de março de 2018
O presidente chinês pronunciou nesta terça-feira um discurso de tom nacionalista, dois dias depois de sua reeleição unânime pelo Parlamento, com referências às "batalhas sangrentas" que o país enfrentou, e disse que "apenas o socialismo pode salvar a China".
Em um discurso solene de encerramento da sessão plenária anual da Assembleia Nacional Popular (ANP), Xi assegurou que o imenso desenvolvimento da China "não supõe uma ameaça" para ninguém, mas advertiu, em referência a Taiwan, que qualquer tentativa de separatismo "esta condenada ao fracasso".
"O povo chinês tem sido indomável e tenaz, temos o espírito para lutar batalhas sangrentas contra nossos inimigos até o amargo final", declarou em um discurso para os 3.000 delegados da ANP, durante o qual recordou o papel do Partido Comunista, depois que o Parlamento o confirmou no cargo, com a possibilidade de permanecer à frente do país por muitos anos.
Na semana passada, a ANP aprovou uma emenda à Constituição e aboliu o limite de dois mandatos presidenciais - de cinco anos cada - na China.
Xi Jinping se tornou assim o presidente chinês com o maior poder em quase três décadas e poderá permanecer no comando do país além do período do atual mandato, que termina em 2023.
A emenda também introduziu na Constituição o "Pensamento Xi Jinping" e, em seu artigo primeiro, o "papel dirigente" do Partido Comunista Chinês (PCC).
"A história provou e seguirá provando que apenas o socialismo pode salvar a China", afirmou Xi, no momento em que o país se prepara para celebrar o 70º aniversário de sua fundação.
"Apenas desenvolvendo o socialismo com características chinesas vamos conseguir o grande renascimento da nação chinesa. O Partido Comunista é a direção política suprema do país e uma garantia fundamental para conquistar o grande rejuvenescimento da nação chinesa", completou.
Xi voltou a advertir Taiwan, a ilha reivindicada por Pequim desde 1949, reafirmando que seu país jamais aceitará a divisão de seu território.
"Os atos e manobras orientados a separar o país estão destinados ao fracasso", alertou, no momento em que os Estados Unidos acabam de adotar uma lei que autoriza altos funcionários americanos a viajar a Taiwan e vice-versa.
- "Não atuar emocionalmente" -
Em seu discurso, Xi Jinping também reservou palavras para os outros países e disse que desenvolvimento da China não é uma ameaça.
"A China não sacrificará jamais os interesses de outros países para assegurar seu próprio desenvolvimento", garantiu Xi, líder da segunda maior economia do planeta, diante das ameaças protecionistas do presidente americano, Donald Trump.
"Apenas quem tem o costume de ameaçar os outros considera os demais como uma ameaça", declarou, em referência aos países ocidentais, em particular os Estados Unidos.
"Ninguém deve interpretar mal ou deturpar as aspirações sinceras e os atos do povo chinês para contribuir com a paz e o desenvolvimento da humanidade".
Neste sentido, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, pediu aos Estados Unidos que evitem atuar "emocionalmente" e que não recorram à guerra comercial, em um momento em que o presidente americano analisa novas medidas contra Pequim.
"Esperamos que as duas partes possam manter a razão, não agir emocionalmente e evitar uma guerra comercial", disse Li em entrevista coletiva ao final da sessão anual do Parlamento.
Li também se comprometeu a "proteger rigorosamente a propriedade intelectual" das empresas estrangeiras.
Tiroteio em escola dos EUA deixa dois feridos e atirador morto
AFP / JIM WATSONAgentes no colégio Great Mills, em Maryland, após tiroteio, em 20 de março de 2018
O tiroteio registrado na manhã desta terça-feira (20) em um colégio do Ensino Médio em Maryland, a pouco mais de uma hora de Washington, deixou duas pessoas feridas, enquanto o atirador faleceu.
Segundo o xerife do condado de St. Mary, Tim Cameron, três feridos, entre eles o próprio atirador, foram levados em estado grave para um hospital da região.
Pouco depois, o xerife informou a morte do agressor, que não resistiu aos ferimentos.
"Um único atirador abriu fogo contra uma mulher logo no início das aulas esta manhã", informou Tim Cameron, indicando que o agressor confrontou logo em seguida um agente de segurança da escola.
Cameron disse que a estudante atacada se encontrava em estado crítico. O outro ferido "está em estado crítico, mas estável".
Desde o início do incidente, o colégio foi colocado em confinamento, um exercício comum treinado em todas as escolas dos Estados Unidos, onde os tiroteios são comuns.
Imagens aéreas exibidas por emissoras de televisão mostraram vários automóveis da polícia em todos os acessos do complexo educacional, que tem 1.600 alunos, com idades entre 14 e 18 anos.
Os alunos foram levados de ônibus para um outro estabelecimento escolar para serem recuperados pelos pais.
Um estudante do colégio, identificado como Jonathan Freese, disse por telefone à CNN que "tudo aconteceu muito rápido, pouco depois do início das aulas".
"A polícia chegou e respondeu rapidamente. Muitos agentes chegaram, e a polícia está percorrendo as salas de aula", completou.
Agentes da Divisão de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF, na sigla em inglês) foram mobilizados para ajudar na investigação.
O incidente desta terça-feira acontece cinco semanas depois que um jovem de 19 anos, armado com um rifle semiautomático, invadiu um colégio de Parkland, na Flórida. A ação provocou as mortes de 14 estudantes e três adultos.
Este massacre provocou uma grande onda de indignação nos Estados Unidos contra as leis que permitem o acesso facilitado a armas de grande calibre.
Estudantes de todo país pretendem organizar uma manifestação em 24 de março para exigir a aprovação de medidas mais rígidas para a compra de armas.
"Estamos aqui por vocês, alunos de Great Mills. Juntos nós podemos impedir que isso se repita", tuitou Emma Gonzalez, uma das sobreviventes do tiroteio de Parkland e porta-voz do movimento para limitar o acesso às armas de fogo.
O tiroteio no colégio Marjory Stoneman Douglas de Parkland foi o pior em um estabelecimento escolar nos Estados Unidos desde o massacre de Sandy Hook, que deixou 26 mortos no final de 2012.
copiado https://www.afp.com/pt
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