EUA reforça sanções contra Venezuela Ministro de Defensa da Venezuela nega divisões na Força Armada

EUA reforça sanções contra Venezuela

AFP/Arquivos / Federico PARRAO presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, lança em 20 de fevereiro de 2018 em Caracas a criptomoeda petro
Os Estados Unidos reforçaram nesta segunda-feira a pressão contra a Venezuela, com a adoção de sanções sobre quatro venezuelanos ligados ao governo do presidente Nicolás Maduro e a proibição de se negociar a 'criptomoeda' lançada por Caracas.
Trump comunicou formalmente ao Congresso sobre a assinatura do decreto que veta aos cidadãos americanos a negociação da 'criptodivisa' petro, por considerar que foi criada para driblar as sanções impostas por Washington.
A petro é uma 'criptomoeda' lastrada em recursos naturais da Venezuela, como petróleo, ouro e gás. A oferta inicial situava seu valor em cerca de 60 dólares, valor de um barril de petróleo no início do ano.
O Tesouro americano cita no decreto que a Assembleia Nacional venezuelana, controlada pela oposição, considerou "ilegal" o lançamento da petro.
O decreto autoriza o departamento de Estado a "promulgar regras e regulamentos" para tornar efetiva a proibição de se negociar com o petro.
A Venezuela, submersa em uma imensa crise econômica, lançou a petro como parte de seus esforços para reestruturar sua enorme dívida externa, avaliada em 150 bilhões de dólares
O departamento do Tesouro também impôs sanções a quatro funcionários do governo Maduro: Américo Mata, da direção do Banco Nacional da Habitação; Antonio Contreras, da Superintendência para a Defesa dos Direitos Socioeconômicos; Nelson Lepaje, do Tesouro venezuelano, e Carlos Rotondaro, ex-dirigente do Instituto Venezuelano de Seguros Sociais.
No caso de Mata, o Tesouro cita que "supostamente solicitou e recebeu" dinheiro da construtora Odebretch para a campanha eleitoral do presidente Nicolás Maduro em 2013.
Maduro qualificou a decisão de Washington de proibir os negócios com a criptomoeda venezuelana de "crime contra a humanidade, que pode ser denunciado à Corte Penal Internacional".
"Estas sanções unilaterais, violatórias da Carta das Nações Unidas (...) constituem uma nova agressão imperial (...) pretendendo, pelo caminho do bloqueio comercial, a perseguição financeira e o boicote econômico para provocar o caos na nossa economia" e derrubar o governo.
O poderoso dirigente chavista Diosdado Cabello rejeitou "a decisão do imperialismo americano de adotar mais sanções", denunciando que "hoje o imperador Trump (...) anunciou medidas contra o povo, medidas que não serão de fácil execução".
Cabello destacou que é "incomum que um país tão poderoso como os Estados Unidos" dedique tanto tempo à Venezuela.
"Contra mais sanções, mais revolução (...). Não vamos nos ajoelhar diante do imperialismo".
O líder chavista afirmou que as ofertas de compra da petros já superaram os 5 bilhões de dólares. "Vamos ver se o senhor Trump e o imperialismo são capazes de deter isto", desafiou.

Ministro de Defensa da Venezuela nega divisões na Força Armada

AFP / FEDERICO PARRA(Arquivo) Foto mostra o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, durante cerimônia em Caracas, capital do país, em 9 de outubro de 2017
O ministro da Defesa da Venezuela, general Vladimir Padrino López, negou nesta segunda-feira divisões dentro da Força Armada, depois de uma série de prisões de militares na ativa e reformados acusados de conspirar contra o presidente Nicolás Maduro.
"Não há em absolutos divisões na Força Armada Nacional Bolivariana, dessa forma aos desesperados eu digo: fiquem tranquilos, aguentem, eles não vão conseguir", assegurou o oficial ante o Alto-comando e às tropas no Forte Tiuna, em Caracas, em referência a rumores que circularam em redes sociais.
A declaração de Padrino acontece depois que o general reformado Miguel Rodríguez Torres, um dos homens mais poderosos dos governos de Hugo Chávez e Maduro, foi detido na semana passada.
O oficial é acusado de promover um complô para "atentar contra a unidade da Força Armada".
Sob acusações de traição à pátria, nove militares da ativa também foram presos em 2 de março
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