Líder norte-coreano quer nova reunião com Trump. Líderes das duas Coreias demonstram unidade.

Líder norte-coreano quer nova reunião com Trump

AFP/Arquivos / Saul Loeb (Junho) Os presidentes Donald Trump (e) e Kim Jong Un, durante o encontro em Singapura
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, quer uma segunda cúpula com o presidente americano, Donald Trump - afirmou o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, nesta quinta-feira (20), ao retornar de uma visita de três dias ao Norte.
"O presidente Kim Jong-un expressou o desejo de uma segunda cúpula com o presidente Trump em uma data breve", declarou Moon à imprensa em Seul.
Em junho passado, Kim e Trump tiveram uma histórica cúpula em Singapura.
Com isso, o líder norte-coreano reiterou o compromisso de Pyongyang a favor da desnuclearização da península, mas sem dar mais detalhes. Washington e Pyongyang divergem sobre o sentido desse compromisso.
Washington exigia "uma desnuclearização definitiva e completamente verificada", enquanto Pyongyang queria uma declaração oficial dos Estados Unidos pondo fim à guerra da Coreia, que terminou em 1953 com um simples armistício.
O processo de degelo parecia em um beco sem saída até que Moon viajou, na terça passada, para Pyongyang. Esta foi sua terceira série de encontros com Kim desde o início do ano.
Durante essa visita, o líder norte-coreano aceitou fechar a zona de testes de mísseis de Tongchang-ri, na presença de especialistas internacionais.
Os Estados Unidos aplaudiram o anúncio e disseram estar dispostos a dialogar imediatamente para desnuclearizar a Coreia do Norte em um prazo de três anos.
O próprio Trump elogiou os "avanços extraordinários". Seu secretário de Estado, Mike Pompeo, contou que conversou com o ministro norte-coreano das Relações Exteriores, Ri Yong Ho, e que o convidou para uma reunião à margem da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, na semana que vem.

Líderes das duas Coreias demonstram unidade

Pyeongyang Press Corps/AFP / - Kim Jong Un (segundo a partir da esquerda), ao lado de Moon Jae-in, na presença de suas esposas, no Monte Paektu em 20 de setembro de 2018
Kim Jong Un e Moon Jae-in visitaram nesta quinta-feira o Monte Paektu, símbolo da nação coreana, uma demonstração de unidade após o novo impulso que a reunião de cúpula deu às negociações entre Pyongyang e Washington.
O dirigente norte-coreano aceitou na quarta-feira fechar o local de testes de mísseis de Tongchang-ri, na presença de especialistas internacionais. O governo dos Estados Unidos aplaudiu o anúncio e indicou que está disposto a dialogar imediatamente para desnuclearizar a Coreia do Norte em um prazo de três anos.
Pyongyang também mencionou a possibilidade de fechamento do complexo nuclear de Yongbyon se Washington adotar "as medidas correspondentes".
O presidente americano, Donald Trump, elogiou os "progressos extraordinários". Seu secretário de Estado, Mike Pompeo, afirmou que conversou com o chanceler norte-coreano, Ri Yong Ho, e o convidou para uma reunião à margem da Assembleia Geral da ONU em Nova York, na próxima semana.
Ao mencionar "compromissos importantes" por parte do regime norte-coreano, Pompeo afirmou que Washington está disposto a retomar "imediatamente as negociações" para obter a desnuclearização da Coreia do Norte até janeiro de 2021, quando termina o mandato de Donald Trump.
KCNA VIA KNS/AFP / KCNA VIA KNS Moon Jae-in (E) e Kim Jong Un regam uma árvore em um cerimônia em Pyongyang, em foto divulgada pela agência norte-coreana KCNA em 19 de setembro de 2018
As discussões estavam paradas desde o encontro de cúpula histórico de 12 de junho em Singapura entre Kim e Trump, quando o norte-coreano reiterou o compromisso de seu país a favor da desnuclearização da península.
Desde então, Washington e Pyongyang trocaram acusações sobre o real sentido destas palavras.
O governo dos Estados Unidos reiterou diversas vezes a necessidade de desnuclearizar a Coreia do Norte. Pyongyang denunciou o que chamou de métodos de "gângster" de Washington, que acusou de desejar obter seu desarmamento de forma unilateral, sem fazer concessões e sem aliviar a pressão nem as sanções.
Analistas manifestaram dúvidas sobre os últimos anúncios, ao recordar que Pyongyang afirmou em outras ocasiões que não precisava mais executar testes.
Mas tanto para Seul como para Pyongyang era importante estreitar os laços: Kim deseja que seu país consiga aproveitar a força econômica do Sul, enquanto Moon quer afastar da península o fantasma de um devastador conflito intercoreano.
O líder norte-coreano anunciou que viajará a Seul. A visita, que pode acontecer ainda este ano, seria a primeira de um governante norte-coreano à capital sul-coreana desde o fim da guerra de 1950-1953 com um armistício, e não um acordo de paz.
Os dois também expressaram o desejo de apresentar uma candidatura conjunta para os Jogos Olímpicos de 2032. Além disso, prometeram organizar regularmente encontros de famílias divididas pela guerra e melhorar a conexão de suas redes ferroviárias e rodoviárias.
- Montanha sagrada -
As imagens da TV mostraram o comboio do presidente sul-coreano pelas ruas da capital. Nas calçadas, as pessoas exibiam bandeiras e ramos de flores para pedir a "unificação da pátria mãe".
Durante um espetáculo de dança, Moon destacou que os coreanos viveram juntos durante 5.000 anos, uma mensagem inédita por parte de uma autoridade sul-coreana.
"Proponho que avancemos ao objetivo final da paz, que fará com que os últimos 70 anos de hostilidade sejam erradicados e que sejamos apenas um", afirmou à multidão.
Nesta quinta-feira, Moon e Kim, acompanhados por suas esposas, visitaram o Monte Paektu, na fronteira com a China.
A montanha, de 2.744 metros de altura, é considerada sagrada por todos os coreanos. Segundo a tradição local, do Monte Paektu nasceu Dangun, o fundador lendário do reino coreano.
A biografia oficial norte-coreana afirma que a partir desta montanha Kim Il Sung - fundador da Coreia do Norte e avô de Kim Jong Un - liderou a resistência contra o colonizador japonês, que ocupou a península de 1910 a 1945.
A visita ao Monte Paektu encerra os três dias de reunião.
copiado https://www.afp.com/pt/

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