Mais de 120 mortos em naufrágio na Tanzânia. Após 'humilhação', premier britânica prepara novo plano para o Brexit

Mais de 120 mortos em naufrágio na Tanzânia

AFP/Arquivos / CARL DE SOUZA Imagem do lago Victoria, o maior da África
Ao menos 126 pessoas morreram no naufrágio de quinta-feira de uma balsa na Tanzânia, no lago Victoria, o maior da África, de acordo com um balanço atualizado após a retomada dos trabalhos de busca.
"No momento, lamentamos 126 mortos. As operações (de resgate) continuam", anunciou o ministro dos Transportes, Isack Kamwele.
A balsa "MV Nyerere" naufragou na quinta-feira com quase 200 passageiros a bordo - o dobro de sua capacidade - perto da ilha de Ukara, ao sul do lago.
A rádio pública TBC Taifa, que citou o comandante de polícia Simon Sirro, havia anunciado mais cedo um balanço de pelo menos 100 mortos.
"Continuamos recuperando corpos", disse o policial.
As operações de resgate foram suspensas durante a noite de quinta-feira e retomadas nesta sexta-feira
A embarcação também transportava mercadorias quando naufragou, perto do cais da ilha de Ukara.
A causa do acidente não foi determinada até o momento, mas naufrágios deste tipo são frequentemente atribuídos à sobrecarga.
De acordo com testemunhas citadas por um canal de televisão estatal, 200 pessoas subiram na balsa na ilha de Bugorora. Era um dia dedicado ao mercado e vários passageiros estavam com mercadorias.
"Não sei nada sobre meu pai e meu irmão mais novo, que estavam na balsa. Eles foram ao mercado de Bugorora para comprar uniformes do colégio e material escolar para o ano letivo", afirmou Domina Maua, uma das pessoas que procuravam informações sobre parentes.
Davita Ngenda, uma idosa de Ukara, recebeu a pior notícia possível.
"Meu filho está entre os corpos recuperados", declarou, sem conter as lágrimas. "Ele havia embarcado com a esposa, mas ela ainda não foi encontrada. Deus, o que eu fiz para merecer isto?", questionou.
Sebastian John, professor, afirmou que tragédias similares marcaram a vida das pessoas que moram perto do lago.
"Desde meu nascimento, muitas pessoas morreram em naufrágios neste lago. Mas o que podemos fazer? Não decidimos nascer aqui, não temos para onde ir", disse.
O presidente John Magufuli manifestou "profunda tristeza" com o desastre e pediu aos moradores que "permaneçam tranquilos em um momentos difícil".
A oposição acusou o governo de negligência.
"Muitas vezes alertamos para as condições ruins das balsas, mas o governo ignorou. Várias vezes denunciamos esta negligência", disse John Mnyika, líder do Chadema, principal partido de oposição.
Mnyika disse que sobrecarga na embarcação reflete "outra falha das autoridades" e criticou os trabalhos de resgate "insuficientes".
Há seis anos, 144 pessoas morreram ou foram consideradas desaparecidas quando uma balsa sobrecarregada naufragou na ilha de Zanzibar.

Após 'humilhação', premier britânica prepara novo plano para o Brexit

AFP / Christof STACHE A imprensa britânica afirmou nesta sexta-feira que a primeira-ministra Theresa May foi 'humilhada' pelos dirigentes europeus, que exigiram uma revisão de seu plano para o Brexit durante uma reunião informal em Salzburgo, na Áustria
A primeira-ministra britânica, Theresa May, criticou os dirigentes europeus, nesta sexta-feira (21), classificando como inaceitável a rejeição ao seu plano para o Brexit e alertando que as negociações, que deveriam terminar em outubro, estão "em um beco sem saída".
May levou uma reprimenda de seus parceiros europeus na cúpula informal de quarta e quinta-feira na cidade austríaca de Salzburgo: seu plano para retirar o Reino Unido da União Europeia mantendo uma estreita relação comercial, mas sem fazer grandes concessões, foi considerado inaceitável.
Nesta sexta, a primeira-ministra, presa entre a exigência de maiores concessões da UE e a rejeição delas por boa parte de seu Partido Conservador, respondeu em um comunicado lido e transmitido ao vivo, de Downing Street, pela televisão.
"Nesta fase, não é aceitável simplesmente rejeitar as propostas da outra parte sem uma explicação detalhada e sem contrapropostas", disse ela.
"Agora precisamos ouvir da UE quais são os verdadeiros problemas e qual é a alternativa deles para discutirmos. Até fazermos isso, não podemos avançar, enquanto isso continuaremos trabalhando para nos preparar para um Brexit sem acordo", acrescentou.
A libra esterlina, que já estava recuando em relação ao dólar e ao euro, aumentou acentuadamente suas perdas após o discurso de May. De acordo com Craig Erlam, analista da Oanda, é um sinal de que os mercados acreditam que um Brexit sem acordo é cada vez mais provável - algo que teria um elevado custo para a economia britânica, segundo o FMI.
"Os empregos, os salários e os padrões de vida estão em perigo dos dois lados do canal da Mancha", alertou a diretora-geral da Confederação da Indústria Britânica (CBI), Carolyn Fairbairn.
"Cada dia perdido em retórica é uma perda em investimentos e empregos", acrescentou.
- 'Humilhada' -
"Theresa May conduziu toda a negociação de forma caótica e confusa", criticou o prefeito de Londres, Sadiq Khan.
"Precisa mudar o curso da negociação antes de que seja tarde demais. Carregar o corpo para a UE salvar sua pele não funcionará", completou.
A imprensa britânica afirmou por unanimidade que May, que esperava encontrar algum apoio de líderes políticos para além do obtido, foi "humilhada" por eles.
Os chefes de Estado e de governo dos 27 também suspenderam a convocação para uma cúpula especial, sugerida para meados de novembro, para fechar o acordo. Alegam que isso não acontecerá, se não houver progresso real no próximo Conselho Europeu, nos dias 18 e 19 de outubro, em Bruxelas.
Na opinião de Simon Usherwood, professor de Ciência Política na Universidade de Surrey, "os britânicos não tinham feito um bom trabalho na preparação para Salzburgo e, quando a cúpula se tornou inflexível, eles não tiveram mais nada para colocar na mesa em particular".
"Talvez houvesse a sensação de que a primeira-ministra traria algo mais positivo, mas acho que ninguém na UE, ou na Irlanda, pode ser culpado por isso", disse o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, nesta sexta.
"Não estamos em guerra com o Reino Unido", disse o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, ao jornal austríaco Die Presse na sexta-feira. Mas "é claro que você não pode deixar a UE e continuar a preservar os privilégios da comunidade. Brexit significa Brexit", ressaltou.
- May sob pressão -
A principal barreira nas negociações continua sendo o tipo de fronteira a instaurar entre a província britânica da Irlanda do Norte e a República da Irlanda, membro do bloco, quando o Brexit se tornar efetivo em 29 de março de 2019.
May propôs a criação de uma zona de livre-comércio de produtos na zona, mas a UE rejeitou a ideia, ao afirmar que a livre-circulação europeia é um conjunto, que inclui bens, serviços, pessoas e capitais.
A primeira-ministra cedeu e anunciou que, em breve, apresentará uma nova proposta.
Antes da reunião de cúpula da UE em 18 e 19 de outubro, outro desafio aguarda Theresa May na próxima semana: o congresso do Partido Conservador, onde terá de enfrentar a ira dos defensores do Brexit que consideram o plano da primeira-ministra muito conciliador com a UE.
O encontro se aproxima entre rumores de que o ex-ministro das Relações Exteriores Boris Johnson, partidário de um Brexit duro, poderia tentar assumir a liderança do partido.


  copiado  https://www.afp.com/pt/


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