Trump questiona gravidade da agressão atribuída a juiz indicado ao Supremo Presidente do Vietnã morre aos 61 anos. Rússia e China denunciam novas sanções americanas

Trump questiona gravidade da agressão atribuída a juiz indicado ao Supremo

AFP / Brendan Smialowski Polícia do Capitólio dissolve protesto contra indicação do juiz Brett Kavanaugh à Suprema Corte americana, em 20 de setembro de 2018, em Washington
O presidente Donald Trump reiterou, nesta sexta-feira (21), o apoio a seu candidato para a Suprema Corte dos Estados Unidos, o juiz Brett Kavanaugh, questionado por uma acusação de agressão sexual, e pôs em xeque o testemunho da acadêmica Christine Blasey Ford, que denunciou o abuso.
"Não tenho dúvida de que, se o ataque contra a doutora Ford foi tão terrível como ela conta, então teria apresentado imediatamente acusações às autoridades locais encarregadas do cumprimento da lei", tuitou.
"Peço que ela traga essas acusações para que possamos saber a data, a hora e o lugar!", acrescentou Trump.
Até a denúncia, Kavanaugh, um juiz de tendência conservadora, parecia caminhar para ter seu nome confirmado para esse cargo vitalício.
"O juiz Brett Kavanaugh é um bom homem, com uma reputação intocável, que está sendo atacado por políticos radicais de esquerda que não querem saber as respostas. A única coisa que querem é destruir e atrasar. Não lhes importam os fatos. Tenho que lidar com isso todo o dia em D.C. (Washington)", insistiu Trump.
A chegada de Kavanaugh à Suprema Corte colocaria os juízes progressistas, ou moderados, em minoria durante muitos anos nessa Casa, uma instância que decide questões fundamentais para a sociedade americana, como o direito ao aborto, a posse e o porte de armas de fogo e os direitos das minorias.
- Investigação antes de testemunhar -
AFP / MANDEL NGAN O presidente Donald Trump, em 20 de setembro de 2018, em um ato partidário em Las Vegas, Nevada
"Os advogados radicais de esquerda querem que o FBI se envolva AGORA. Por que ninguém chamou o FBI há 36 anos?", perguntou Trump.
Os advogados de Ford e vários políticos democratas pediram em reiteradas ocasiões que o FBI abra uma investigação sobre o caso.
O Comitê Judiciário do Senado, encarregada de examinar a candidatura do juiz, convocou as duas partes, para a próxima segunda-feira, para darem suas explicações.
Depois de vários dias de silêncio, o advogado de Blasey afirmou, na quinta-feira, que sua cliente está disposta a testemunhar diante dos senadores, desde que se cumpram suas condições.
A primeira delas é não comparecer na segunda-feira, porque não pode, embora tenha se mostrado disposta a ir em um outro dia da próxima semana.
Na segunda-feira, "não é possível, e a insistência da Comissão de que assim seja é arbitrária de qualquer maneira", disseram seus advogados.
Blasey também exige que a audiência seja "justa" e que sua segurança esteja garantida.
"Como vocês sabem, ela recebeu ameaças de morte, que foram denunciadas ao FBI, e tanto ela quanto sua família tiveram de deixar sua casa", acrescentaram seus representantes.
"Ela deseja testemunhar, desde que possamos acertar condições que sejam justas e que garantam sua segurança", acrescentaram.
Além disso, os advogados apontaram que sua cliente prefere que haja uma investigação do FBI antes de testemunhar.
O líder da maioria no Senado, o republicano Mitch McConnell, manifestou não ter dúvida sobre a nomeação de Kavanaugh.
"Vocês viram a briga, observaram as táticas, mas quero lhes dizer algo: em um futuro muito próximo, o juiz Kavanaugh vai estar na Suprema Corte dos Estados Unidos", frisou.


Presidente do Vietnã morre aos 61 anos

POOL/AFP/Arquivos / MINH HOANG O presidente do Vietnã, Tran Dai Quang, figura importante dos conservadores do país dentro do regime comunista, morreu nesta sexta-feira, aos 61 anos
O presidente do Vietnã, Tran Dai Quang, figura importante dos conservadores do país dentro do regime comunista, morreu nesta sexta-feira, aos 61 anos, anunciou a agência de informação estatal VNA.
"O presidente Tran Dai morreu no hospital militar durante a manhã", afirma um boletim da agência oficial VNA (Vietnam News Agency).
O chefe de Estado vietnamita estava gravemente doente há vários meses, mas continuava exercendo as funções oficiais, apesar do evidente cansaço e da perda de peso. As autoridades não divulgaram até o momento a natureza exata da enfermidade.
O presidente Tran Dai Quang integrava o duo conservador que governava o país desde 2016 com o primeiro-ministro Nguyen Xuan Phuc.
Além de seu papel honorário como presidente, era um dos homens cruciais do regime dentro do poderoso gabinete político do Partido Comunista do Vietnã, (PCV), o verdadeiro centro de poder que designa o presidente.
A instância de direção do partido é responsável por tomar as decisões mais importantes do país. No Vietnã o principal nome do regime é o secretário-geral do PCV, Nguyen Phu Trong.
A morte do presidente não desestabiliza o regime comunista, que governa o país há várias décadas e que neste caso teve tempo suficiente de preparação para o falecimento de Tran Dai Quang.
O ex-ministro da Segurança Pública, uma pasta fundamental para o regime autoritário, marcou seu mandato com a repressão a todas as vozes críticas em um país onde dezenas de políticos, jornalistas e blogueiros estão presos.
Esta foi a primeira vez que um general da polícia foi eleito presidente do Vietnã.
Sua vitória confirmou o domínio político dos conservadores, depois de um congresso do PCV em janeiro de 2016 marcado por lutas abertas entre conservadores e reformistas.


Rússia e China denunciam novas sanções americanas

POOL/AFP/Arquivos / SERGEI KARPUKHIN (Arquivo) O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov
Moscou e Pequim denunciaram, nesta sexta-feira (21), as novas sanções anunciadas por Washington contra a Rússia e - fato inédito - contra a China, pela compra de armas russas, elevando ainda mais as tensões, em um contexto de guerra comercial bilateral.
Trata-se da primeira vez que um governo estrangeiro é punido pelos Estados Unidos pela aquisição de material de defesa com a Rússia - neste caso, caças e mísseis terra-ar.
Anunciadas na quinta-feira à noite, essas sanções foram recebidas com irritação por Pequim.
O porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Geng Shuang, manifestou sua "grande indignação", nesta sexta, pedindo sua retirada aos Estados Unidos. Caso contrário, Washington terá de "pagar pelas consequências".
"Esse gesto dos Estados Unidos viola gravemente os princípios fundamentais das relações internacionais e prejudica, seriamente, as relações entre os dois países e seus Exércitos", declarou Geng Shuang, acrescentando que já foi feito um protesto formal com Washington.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, denunciou uma "concorrência desleal" e disse ver nessas medidas "uma tentativa de expulsar (a Rússia) do mercado" de armamentos. Ele prometeu uma resposta de Moscou.
"É a continuação da histeria de sanções em Washington", acrescentou, evocando "atos hostis".
Em visita a Sarajevo, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, considerou que "a confiança no sistema monetário e financeiro internacional é muito seriamente minada" pelas medidas americanas.
"Seria bom se lembrar de uma noção como a estabilidade mundial, que eles abalam de maneira irrefletida", denunciou o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Riabkov, em um comunicado, acrescentando que "brincar com fogo é estúpido, porque isso pode se tornar perigoso".
- 'Um prazer nacional' -
Uma unidade-chave do Ministério chinês da Defesa - o Departamento de Desenvolvimento de Equipamento - e seu diretor, Li Shangfu, foram sancionados pela compra de caças Sukhoi Su-35 e de equipamento ligado ao sistema de defesa antiaérea russa S-400.
Geng Shuang justificou as compras, lembrando que a Rússia é "um parceiro de cooperação estratégica" de Pequim e que essa cooperação visa a defender "os interesses legítimos dos dois países, assim como a paz e a estabilidade regionais".
Os chineses não foram os únicos, porém, a receber novas sanções: outras 33 pessoas e entidades (empresas, agências, entre outras) russas, nos setores militar e de Inteligência, foram colocadas na lista negra americana.
A relação inclui Igor Korobov, diretor da GRU, a Inteligência militar russa acusada pelo Reino Unido de envolvimento no envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal e de sua filha, Yulia.
Também estão na lista a organização paramilitar Wagner, ativa na Ucrânia e na Síria, o empresário Evgueni Prigojin, ligado ao presidente russo, Vladimir Putin, e a fabricante dos aviões Sukhoi, de Komsomolsk-on-Amur.
Para o vice-ministro Serguei Riabkov, existe nos Estados Unidos "um prazer nacional em tomar medidas antirrussas". Ele calcula que esta seja a 60ª rodada de sanções contra a Rússia desde 2011.
Aos olhos de Washington, essas sanções são, porém, "uma etapa importante" para punir as "atividades criminosas" da Rússia, como a ingerência nas eleições americanas, a anexação da Crimeia e sua postura em relação à Ucrânia, de acordo com o funcionário americano que as anunciou.
AFP / Vasily Maximov Caça pousa em base aérea russa na Síria
"O alvo final dessas sanções é a Rússia", afirmou, ressaltando que não se trata de "minar a defesa de nenhum país em particular".
As sanções acabam sendo uma advertência para outros países, em especial a Turquia, aliada de Washington, mas envolvida na compra de S-400.
E a escolha da China não parece inofensiva, no momento em que o governo Trump sobe o tom com Pequim, aumentando as tarifas americanas sobre as importações chinesas.
"A Rússia é agressiva. A Rússia tenta intervir nas nossas eleições, mas, no longo prazo, quando falamos do que ameaça a renda dos americanos, do que ameaça realmente o crescimento econômico americano, a China representa - e de longe - a maior ameaça para os Estados Unidos", afirmou o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, na quarta-feira.
 copiado  https://www.afp.com/pt/

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