Os 12 trabalhos de Hércules do próximo governo grego Conselheiro de Tsipras: vitória do Syriza pode ser estímulo para Portugal

Os 12 trabalhos de Hércules do próximo governo grego

Os 12 trabalhos de Hércules do próximo governo grego


Estes são alguns dos trabalhos que o novo governo grego tem pela frente.
  • Eleições gregas: os vencedores, os derrotados e o recém-chegado

    Os 12 trabalhos de Hércules do próximo governo grego

    por Patrícia Viegas  
    Os 12 trabalhos de Hércules do próximo governo grego
    Estes são alguns dos trabalhos que o novo governo grego tem pela frente.
    Recapitalizar os bancos, fragilizados pelo controlo de capitais, implementar o memorando de entendimento acordado entre os credores internacionais e o anterior executivo de Alexis Tsipras, com vista a um terceiro resgate de 87 mil milhões de euros, combater a corrupção e o desemprego e, ao mesmo tempo, responder à crise dos migrantes e refugiados serão algumas das tarefas que o novo executivo terá entre mãos.
    1 - Os credores e o acordo sobre o terceiro resgate
    Os credores internacionais (FMI, BCE, Comissão Europeia e Mecanismo Europeu de Estabilidade) vão estar atentos a estas eleições para saber com quem vão ter de falar do acordo assinado pelo governo de Tsipras, relativo a um terceiro resgate financeiro de 87 mil milhões de euros. Com uma dívida da ordem dos 180% do PIB, a Grécia vai já no terceiro resgate. Até ao acordo de agosto, aprovado no meio de polémica, já tinha beneficiado de 240 mil milhões de euros.
    2 - Uma banca com um estado de saúde bastante frágil
    Ao acordar um 3.º resgate, Tsipras deu razão ao ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, para quem os ajustamentos são a condição para permanecer no euro. Por isso, quem quer que forme governo vai ter de enfrentar já em outubro a primeira avaliação sobre o memorando. Dos 87 mil milhões de euros, cerca de 25 mil milhões serão destinados à banca, que tem de ser recapitalizada e sofreu muito com o controlo de capitais e três semanas de bancos encerrados.
    3 - Uma crise de migrantes e refugiados descontrolada
    Estima-se que tenham chegado à Grécia 250 mil migrantes e refugiados só neste ano, ou seja, seis vezes mais do que o número registado em igual período durante o ano passado. De ilhas gregas como por exemplo Kos ou Lesbos chegam imagens de naufrágios que põem a mão na consciência da UE. A Grécia foi empurrando o problema pelos Balcãs acima, Macedónia, Sérvia, depois Hungria e Croácia... E por aí a fora. Atenas diz não ter capacidade para responder ao flagelo.
    4 - A força dos neonazis do Aurora Dourada
    Quem tem beneficiado do clima de medo causado pela vaga de refugiados e migrantes tem sido o partido neonazi grego Aurora Dourada, que mais uma vez deverá ser a terceira formação mais votada nas legislativas (como já fora a 25 de janeiro). Além disso, o partido, que já teve o próprio líder na cadeia, critica a subserviência do governo grego à UE. "Graças a Merkel, o Aurora Dourada será o único vencedor destas eleições", disse ao El Mundo o deputado Artemis Mattheòpoulos.
    5 - O desafio de não espantar os turistas
    Durante o controlo de capitais imposto por altura do referendo de 5 de julho, vários países da UE aconselharam os seus cidadãos a levar dinheiro vivo para a Grécia. Não é um bicho-de-sete-cabeças, mas algo incómodo em pleno século XIX. Em 2014, a Grécia recebeu um recorde de turistas: 22,5 milhões. E agora não deverá querer ver cair a fasquia. Porém, com o aumento do IVA de 13% para 23% em alguns setores, fruto do acordo com os credores, muitos temem que o setor do turismo venha a sofrer.
    6 - Atrair investimento e implementar privatizações
    Para evitar o aumento da nova carga fiscal, muitas empresas gregas - há quem fale em 15 mil - mudaram-se para a Bulgária. Apesar de um crescimento de 0,9% no segundo trimestre do ano, o sentimento económico pode cair na segunda metade do ano no país. Analistas ouvidos pela Bloomberg calculam que o PIB contraia 1,4%. Tudo isto pode dificultar o aumento do investimento. Além deste desafio, o novo governo terá de implementar o plano de privatizações acordado com os credores.
    7 - O flagelo do desemprego e da pobreza
    Os últimos números divulgados na quinta-feira revelam que a taxa de desemprego na Grécia teve uma ligeira descida, de 26,6% para 24,6%. Também o desemprego jovem desceu abaixo dos 50% e é agora de 49,5%. Mesmo assim não deixa de ser um problema preocupante para quem quer que esteja no governo grego. A juntar a isto, a pobreza. 30% da população do país vive no limiar da pobreza e em muitas famílias a pensão dos reformados é o único sustento. Daí a indignação de cada vez que se mexe nas pensões.
    8 - Combate à corrupção
    No último debate televisivo, o líder da Nova Democracia, Vangelis Meimarakis, e o líder do Syriza, Alexis Tsipras, trocaram argumentos sobre quem mais fez contra a corrupção. O primeiro acusou o segundo de não ter aprovado quaisquer leis para o efeito. Tsipras surgiu agora fragilizado depois de vir a público que o seu "pai político", Alekos Flambouraris, é dono da construtora que venceu em maio um contrato de 3,9 milhões de euros, quando era ministro.
    9 - O tabu das despesas militares
    Apesar da grave crise que atravessa desde que pediu o primeiro resgate em 2010, a Grécia é um dos países da NATO que mais gastam em Defesa em termos relativos: 2,5% do PIB. Na Grécia, o serviço militar é obrigatório e as Forças Armadas contam com 190 mil militares ao serviço. Tal como o governo anterior, também o de Alexis Tsipras evitou ao máximo cortar nas despesas militares. Com o acordo sobre o terceiro resgate lá aceitou introduzir cortes de 100 milhões este ano e de 400 milhões em 2016.
    10 - A sempre difícil relação com a Turquia
    Desde a invasão da parte norte de Chipre pela Turquia, em 1974, a Grécia não mais cessou de investir na sua Defesa. As relações entre os dois países não tem sido fáceis. A Grécia é membro da UE tal como a ilha de Chipre, a Turquia é país candidato à adesão e está a negociar com a UE. Em janeiro, o ministro da Defesa de Tsipras e líder dos Gregos Independentes, Panos Kammenos, provocou Ancara ao sobrevoar a ilha de Imia, disputada entre turcos e gregos.
    11 - O que fazer com a ligação à Rússia
    A seguir à sua eleição, o primeiro embaixador que Alexis Tsipras visitou em Atenas foi o da Rússia. Andrei Maslof entregou--lhe uma carta do presidente Vladimir Putin a congratulá-lo pela vitória. Em junho, Tsipras foi a Moscovo, mas o país emergente em recessão pouco pôde fazer pelo governo do líder do Syriza. Com laços religiosos fortes entre a Rússia e a Grécia - ambos são cristãos ortodoxos - o novo executivo também não vai querer virar as costas a Moscovo.

    12 - Reparar a imagem na União EuropeiaNos últimos meses, jornalistas, diplomatas, economistas, académicos e cidadãos em geral habituaram--se a testemunhar os violentos embates entre a Grécia e o resto da UE a cada reunião do Eurogrupo, a cada Conselho Europeu. O clima melhorou - aparentemente - quando Yanis Varoufakis foi substituído por Euclides Tsakalotos. Mas a imagem do país saiu danificada e cabe agora ao governo que sair destas eleições a tarefa de tentar repará-la.






Conselheiro de Tsipras: vitória do Syriza pode ser estímulo para Portugal

Conselheiro de Tsipras: vitória do Syriza pode ser estímulo para Portugal


Panos Trigazis disse que este é um "dia memorável para celebrar por todos os gregos".
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    Conselheiro de Tsipras: vitória do Syriza pode ser estímulo para Portugal

    por João Miguel Roque, da Lusa
    Conselheiro de Tsipras: vitória do Syriza pode ser estímulo para Portugal
    Fotografia © EPA/ORESTIS PANAGIOTOU

    Panos Trigazis disse que este é um "dia memorável para celebrar por todos os gregos".

    O coordenador de relações internacionais do Syriza, Panos Trigazis, afirmou hoje à agência Lusa esperar que a vitória do partido de esquerda na Grécia possa ser um estímulo para os movimentos progressistas em Portugal.
    "Espero que a nossa vitória inspire as forças progressistas em Portugal. Temos muito em comum, desde o nível de desenvolvimento económico até aos problemas que enfrentamos, como o desemprego. Por isso, espero que o que se está a passar na Grécia, a vontade de mudança, seja uma motivação para Portugal", disse Trigazis, conselheiro próximo de Alexis Tsipras.
    Trigazis disse esperar que o movimento de mudança que o Syriza representa seja "um impulso e um encorajamento para o movimento em toda a Europa, mas especialmente para o sul da Europa".
    Nas eleições legislativas antecipadas realizadas hoje, quando estão contados 38,6% dos votos, o Syriza conseguiu 35,47%. Os conservadores da Nova Democracia, liderados por Vangelis Meimarakis, obtiveram 28,07%.
    Em Atenas, no pavilhão onde o Syriza se prepara para celebrar a vitória das eleições, estão presentes representantes de movimentos de esquerda de França, Itália e de Espanha, em particular do Podemos.
    Panos Trigazis considerou o dia de hoje um "dia memorável para celebrar por todos os gregos".
    O conselheiro adiantou ainda à Lusa que o Syriza não quer "uma situação como a que aconteceu em janeiro [quando o Syriza venceu as legislativas]": " Não queremos um Governo de sete meses, queremos um Governo para quatro anos e tentaremos formar alianças para conseguir isso".
    Panos Trigazis disse que o caminho a seguir, a partir de segunda-feira, é "começar a trabalhar para tentar aliviar os principais problemas dos gregos: a pobreza e o desemprego e combater o racismo.
    "É preocupante que o Aurora Dourada [partido neonazi] se mantenha como terceiro partido na Grécia", disse ainda.
    "Queremos também contribuir como Governo para dar resposta ao grande problema que a Europa enfrenta atualmente, o problema das migrações e dos refugiados. Queremos contribuir para a definição de uma política europeia de migração numa direção que encare este problema com base nos valores que nasceram neste continente - liberdade, fraternidade e igualdade", sublinhou.


      copiado  http://www.dn.pt

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