António Costa admite processar Bruxelas
Passos defende que eventuais sanções refletem má governação atual
HOMEM DE GOUVEIA / LUSA
O líder do PSD considera que sanções seriam injustas mas que, a acontecerem, seriam por culpa do atual governo
O
líder do PSD, Pedro Passos Coelho, considerou hoje, no Funchal, que a
eventual aplicação de sanções a Portugal pela Comissão Europeia
resultará de "dúvidas" que os governos da Europa têm sobre a atual
governação do país.
"Não é justo que se
apliquem sanções a Portugal", disse Pedro Passos Coelho na Festa do
PSD/Madeira, no Chão da Lagoa, sublinhando que a questão não surge pelo
que foi feito no passado, mas pelo que está a ser feito atualmente.
"É
porque muitos dos governos da Europa, hoje, têm dúvidas sobre aquilo
que se está a passar em Portugal, sobre as reformas importantes que
estão a ser revertidas, sobre a maneira como estamos a andar para trás
em vez de andar para a frente", declarou o líder social-democrata,
falando para uma multidão estimada em 15 mil pessoas, segundo a
organização.
Pedro Passos Coelho
criticou ainda o Governo de António Costa por ameaçar levar a Comissão
Europeia a tribunal em caso de aplicação de sanções, considerando que a
atitude revela apenas a necessidade de encontrar um bode expiatório.
"Nós
temos, hoje, em Portugal um Governo que não só não assume as
responsabilidades, como anda sempre à procura de um bode expiatório para
lavar as mãos daquilo que é a consequência das opções que tomaram",
disse.
O líder do maior partido da
oposição disse, por outro lado, que "não há direito de atirar pela
janela o sacrifício" feito, "a confiança" conquistada e "a esperança".
Passos
Coelho acusou ainda o Partido Socialista de estar a ser "colonizado"
pelo Bloco de Esquerda e a "fazer um jeito" aos comunistas.
"Se
se aliaram ao Bloco de Esquerda e ao Partido Comunista para afastar os
investidores, não têm agora de se queixar da falta de investimento e da
falta de criação de postos de trabalho", afirmou.
Esta
é a segunda vez que Pedro Passos Coelho participa na Festa do Chão da
Lagoa, uma das maiores organizadas pelo PSD a nível nacional, tendo
visitado as barracas representativas de todas as freguesias da Região
Autónoma da Madeira, sempre na companhia do líder regional
social-democrata e presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque.
Passos
Coelho provou bebidas e petiscos, tirou fotografias, deu e recebeu
abraços e beijos e, por várias vezes, incluindo em cima do palco, ouviu
serem-lhe cantados os parabéns, pois hoje é o dia do seu 52.º
aniversário.
O presidente do PSD
prometeu, depois, ajudar a Madeira no projeto do novo hospital e na
ligação marítima por ferry ao continente, realçando que, mesmo na
oposição, o partido "defenderá Portugal até ao fim".
Miguel Albuquerque acusou, por seu lado, o PCP e o BE de fingirem que são partidos de protesto na Madeira.
"Fingem
que não mandam em Portugal e vêm para aqui deitar areia nos olhos do
povo da Madeira, dizendo que nada têm a ver com o que se passa a nível
nacional", disse o líder regional, manifestando que está na expetativa
para saber qual será a sua posição, ao nível da República, sobre o novo
hospital e a proposta para reduzir os juros da dívida da Região
contraída junto do Estado.
"Vamos ver o que eles fazem lá, já que gostam de falar muito", salientou.
Miguel
Albuquerque sublinhou, ainda, que o próximo objetivo do PSD/Madeira é
vencer as eleições autárquicas, tendo em conta que, em 2013, perdeu sete
câmaras municipais, num total de onze.
"Nós
vamos mobilizar-nos a partir de hoje para iniciarmos o processo
autárquico", disse, vincando que "o objetivo é vencer a maioria das
câmaras e a maioria das juntas na Região".
copiado http://www.dn.pt/portugal/interior/p
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