Cientistas misturam homem e porco e criam animal "híbrido" Investigação quer criar órgãos humanos dentro de animais para transplantes Cientistas criaram embriões de um animal quimera, que tem genes de humanos e porcos, numa investigação que pretende fazer crescer órgãos humanos em animais para serem usados em transplantes.

Cientistas misturam homem e porco e criam animal "híbrido"

Investigação quer criar órgãos humanos dentro de animais para transplantes
Cientistas criaram embriões de um animal quimera, que tem genes de humanos e porcos, numa investigação que pretende fazer crescer órgãos humanos em animais para serem usados em transplantes.
A criação desta quimera - uma referência aos monstros da Grécia Antiga que eram a mistura de dois ou mais animais - é tida pela comunidade científica como um grande passo na produção de órgãos humanos, saudáveis e compatíveis com os pacientes.
"O principal objetivo é criar tecidos ou órgãos funcionais e que possam ser transplantados, mas ainda estamos longe disso. É um importante primeiro passo", disse Juan Carlos Izpisua Belmonte, investigador do Instituto Salt para Estudos Biológicos, na Califórnia. Estes órgãos poderiam ser usados ainda para testar medicamentos e tratamentos em segurança.
Para isso, os cientistas colocaram células estaminais de humanos em embriões de porcos. Daí resultaram dois mil "híbridos" (no sentido mais lato da palavra), que foram implantados nos suínos. Desenvolveram-se mais de 150 embriões que eram maioritariamente porco e tinham cerca de 10 mil células humanas, segundo um artigo na revista científica Cell.


Um dos desafios da investigação foi calcular o tempo, pois a gravidez dos porcos demora apenas 112 dias, em comparação aos nove meses necessários na gravidez humana para o desenvolvimento dos embriões.
Ainda assim, Belmonte revelou que os embriões foram retirados ao 28º dia, na altura do fim do primeiro trimestre de gravidez. "Isto foi o suficiente para tentarmos perceber como as células humanas e suínas se misturam no princípio sem levantarmos questões éticas sobre animais quiméricos adultos", explicou o investigador, segundo o Guardian.
Este estudo reacendeu as discussões éticas e os receios sobre os animais híbridos, com várias pessoas a questionarem se estas quimeras terão aparência humana ou se terão as capacidades intelectuais dos homens. Alguns apontam ainda o risco de surgirem animais inteligentes que consigam escapar dos laboratórios.
Belmonte afirma que estas questões são motivadas por mitos e defende que todas as experiências são realizadas em locais meticulosamente controlados.


A equipa espera no futuro conseguir desativar certos genes dos porcos para conseguir órgãos com tecido celular totalmente humano. Desta forma, os cientistas poderiam também fazer o contrário e, por exemplo, garantir que o cérebro da quimera não tem células humanas.
"Não vimos nenhuma célula humana na região do cérebro, mas não podemos excluir a possibilidade de algumas terem ido para o cérebro", afirmou Belmonte, acrescentando que neste estudo a inteligência da quimera não foi uma preocupação pois elas foram destruídas com 28 dias.

COPIADO  http://www.dn.pt/portugal/interior

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