A decisão final será tomada nos próximos dias.
Em tempo: citados na Lava-Jato e com compromissos fora da agenda oficial, Temer e Moreira Franco reuniram com Gilmar Mendes em pleno domingo, no dia 22 de janeiro. Amigos de longa data, há mais de 30 anos, Mendes disse que julgará com naturalidade a Lava Jato caso seja sorteado relator.Com homologação da delação da Odebrecht pelo STF, que comecem os jogos (vorazes).
Medo e pressa tomam conta do Planalto com fim das férias do Congresso e do Supremo
Delações da Odebrecht e eleições para presidências da Câmara e do Senado embaraçam xadrez político em Brasília
Foto: Ana Volpe/ Senado
Com o fim
do recesso do Judiciário amanhã, dia 1º, e a volta dos trabalhos
legislativos nesta quinta-feira, dia 2, o medo e a pressa passam a
imperar no Palácio do Planalto. O medo vem pela iminente revelação do
conteúdo homologado das delações da Odebrecht; a pressa, para que as reformas
encaminhadas ao Congresso Nacional pelo presidente Michel Temer não
sejam atropeladas no meio do caminho pela enxurrada de denúncias que
estão por vir.
Evocando para si a responsabilidade após a morte do ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, a presidente da Corte, Cármen Lúcia, homologou a “delação do fim do mundo”, mas mantém até o momento todo o conteúdo em sigilo. Assim como ocorreu em outros momentos, o sigilo abre espaço para vazamentos seletivos, e a conta gotas. Com isso ficou-se sabendo que estão entre os mencionados na delação da Odebrecht nomes do governo, o presidente Michel Temer, os tucanos Aécio Neves, José Serra e Geraldo Alckmin, além de parlamentares de diversos partidos.
No outro lado da Praça dos Três Poderes, o Congresso Nacional definirá suas presidências e os demais integrantes das Mesas Diretoras. No Senado, a eleição ocorrerá amanhã. Na última semana, o senador José Medeiros (PSD/MT) lançou candidatura, mesmo sem apoio do próprio partido. Também candidato, Eunício Oliveira (PMDB/CE) é o cotado para ser o substituto de Renan Calheiros (PMDB/AL).
Na Câmara, a eleição ocorrerá a partir das 9h de quinta. Concorre à reeleição o deputado Rodrigo Maia (DEM/RJ), contra André Figueiredo (PDT/CE), Jovair Arantes (PTB/GO), Julio Delgado (PSB/MG) e Rogério Rosso (PSD/DF). Maia é o favorito, mas corre o risco de ter a sua candidatura barrada por ações que questionam, junto ao STF, a legitimidade de sua candidatura. Ele foi escolhido em julho de 2016 para um mandato-tampão após a renúncia do agora ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ). De acordo com o regimento da Câmara é “vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente”. Para Maia e aliados essa norma não se aplicaria a ele porque ele ocupa o cargo apenas em um mandato-tampão.
O Planalto vem monitorando a eleição para o comando do legislativo. Apesar de Maia contar com um amplo apoio e simpatia de Temer, a candidatura de Jovair Arantes pode deixar fissuras nas relações partidárias e corroer a base política de sustentação do governo. Arantes é um dos representantes do Centrão, grupo político que reúne a maioria dos pequenos partidos e que antes era comandado por Eduardo Cunha.
Em ano pré-eleitoral, o controle da pauta é essencial para definir a estratégia daqueles que cogitam concorrer à Presidência da República em 2018. Na Câmara, avança e tem dado muito o que falar a Reforma da Previdência, que institui idade mínima de 65 anos para aposentadoria com 49 anos de contribuição. O governo sinaliza ainda que pretende enviar ao Congresso, em fevereiro, a reforma trabalhista. Deve ser proposta também uma reforma tributária, mas ainda não há uma data definida.
Em um jantar ocorrido semana passada na casa do senador Renan Calheiros, que contou com a presença de Michel Temer, Romero Jucá (líder do governo no Congresso) e Moreira Franco (secretário do PPI), o PMDB cobrou de Temer um nome político para o STF. Notadamente a versão online e impressa da Folha de S. Paulo trazem a mesma informação, mas em tons diferentes. Veja abaixo:
Em tempos em que se espera do chefe do Poder Executivo uma posição equilibrada para escolha independente para o STF, o jantar com citados e investigados pegou mal. Renan Calheiros é réu no STF por peculato. No final de de 2016 protagonizou brigas quase diárias com o Judiciário e o Ministério Público. Na Suprema Corte há ainda uma dezena de inquéritos contra Renan que precisam ser decididos.
A escolha do relator da Operação Lava Jato no STF, antes a cargo de Teori, é outro ponto que segue no radar. Caso seja definida por Cármen Lúcia que a relatoria cabe apenas aos ministros da Segunda Turma, o sorteio contemplará somente os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski. Há ainda a possibilidade de o sorteio incluir todos os integrantes do STF. A decisão final será tomada nos próximos dias. Em tempo: citados na Lava-Jato e com compromissos fora da agenda oficial, Temer e Moreira Franco reuniram com Gilmar Mendes em pleno domingo, no dia 22 de janeiro. Amigos de longa data, há mais de 30 anos, Mendes disse que julgará com naturalidade a Lava Jato caso seja sorteado relator.
Com homologação da delação da Odebrecht pelo STF, que comecem os jogos (vorazes).
Evocando para si a responsabilidade após a morte do ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, a presidente da Corte, Cármen Lúcia, homologou a “delação do fim do mundo”, mas mantém até o momento todo o conteúdo em sigilo. Assim como ocorreu em outros momentos, o sigilo abre espaço para vazamentos seletivos, e a conta gotas. Com isso ficou-se sabendo que estão entre os mencionados na delação da Odebrecht nomes do governo, o presidente Michel Temer, os tucanos Aécio Neves, José Serra e Geraldo Alckmin, além de parlamentares de diversos partidos.
No outro lado da Praça dos Três Poderes, o Congresso Nacional definirá suas presidências e os demais integrantes das Mesas Diretoras. No Senado, a eleição ocorrerá amanhã. Na última semana, o senador José Medeiros (PSD/MT) lançou candidatura, mesmo sem apoio do próprio partido. Também candidato, Eunício Oliveira (PMDB/CE) é o cotado para ser o substituto de Renan Calheiros (PMDB/AL).
Na Câmara, a eleição ocorrerá a partir das 9h de quinta. Concorre à reeleição o deputado Rodrigo Maia (DEM/RJ), contra André Figueiredo (PDT/CE), Jovair Arantes (PTB/GO), Julio Delgado (PSB/MG) e Rogério Rosso (PSD/DF). Maia é o favorito, mas corre o risco de ter a sua candidatura barrada por ações que questionam, junto ao STF, a legitimidade de sua candidatura. Ele foi escolhido em julho de 2016 para um mandato-tampão após a renúncia do agora ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ). De acordo com o regimento da Câmara é “vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente”. Para Maia e aliados essa norma não se aplicaria a ele porque ele ocupa o cargo apenas em um mandato-tampão.
O que está em jogo no Congresso
Afinal, qual a importância dessas eleições para o restante do país? Os eleitos para chefiar as Casas ganham lugar na linha sucessória presidencial, regalias e poder político. Além disso, de acordo com os regimentos do Senado e da Câmara, os presidentes das Casas controlam as pautas de votações no plenário e decidem pela abertura ou não de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). Cabe ainda ao presidente da Câmara decidir se aceita ou arquiva pedidos de impeachment contra o presidente da República.O Planalto vem monitorando a eleição para o comando do legislativo. Apesar de Maia contar com um amplo apoio e simpatia de Temer, a candidatura de Jovair Arantes pode deixar fissuras nas relações partidárias e corroer a base política de sustentação do governo. Arantes é um dos representantes do Centrão, grupo político que reúne a maioria dos pequenos partidos e que antes era comandado por Eduardo Cunha.
Em ano pré-eleitoral, o controle da pauta é essencial para definir a estratégia daqueles que cogitam concorrer à Presidência da República em 2018. Na Câmara, avança e tem dado muito o que falar a Reforma da Previdência, que institui idade mínima de 65 anos para aposentadoria com 49 anos de contribuição. O governo sinaliza ainda que pretende enviar ao Congresso, em fevereiro, a reforma trabalhista. Deve ser proposta também uma reforma tributária, mas ainda não há uma data definida.
Odebrecht e novo ministro no STF
Ao que tudo indica, o STF mais uma vez terá participação especial no desfecho ou no prolongamento da crise política brasileira. Nas rodas de conversa de Brasília, a escolha do substituto de Teori tem causado divergências e intenso lobby de associações interessadas em emplacar um nome para o mais alto patamar do Judiciário brasileiro. Ao leitor que deixou de acompanhar algum dos emaranhados de fatos políticos de Brasília, a sugestão é observar os sinais. Vamos a eles.Em um jantar ocorrido semana passada na casa do senador Renan Calheiros, que contou com a presença de Michel Temer, Romero Jucá (líder do governo no Congresso) e Moreira Franco (secretário do PPI), o PMDB cobrou de Temer um nome político para o STF. Notadamente a versão online e impressa da Folha de S. Paulo trazem a mesma informação, mas em tons diferentes. Veja abaixo:
Em tempos em que se espera do chefe do Poder Executivo uma posição equilibrada para escolha independente para o STF, o jantar com citados e investigados pegou mal. Renan Calheiros é réu no STF por peculato. No final de de 2016 protagonizou brigas quase diárias com o Judiciário e o Ministério Público. Na Suprema Corte há ainda uma dezena de inquéritos contra Renan que precisam ser decididos.
A escolha do relator da Operação Lava Jato no STF, antes a cargo de Teori, é outro ponto que segue no radar. Caso seja definida por Cármen Lúcia que a relatoria cabe apenas aos ministros da Segunda Turma, o sorteio contemplará somente os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski. Há ainda a possibilidade de o sorteio incluir todos os integrantes do STF. A decisão final será tomada nos próximos dias. Em tempo: citados na Lava-Jato e com compromissos fora da agenda oficial, Temer e Moreira Franco reuniram com Gilmar Mendes em pleno domingo, no dia 22 de janeiro. Amigos de longa data, há mais de 30 anos, Mendes disse que julgará com naturalidade a Lava Jato caso seja sorteado relator.
Com homologação da delação da Odebrecht pelo STF, que comecem os jogos (vorazes).
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