Anúncio de Trump de suspender entrada de refugiados gera preocupação França e Alemanha preocupados com as decisões de Trump

28/01/2017 - 14:17 Anúncio de Trump de suspender entrada de refugiados gera preocupação
O presidente Donald Trump provocou várias reações neste sábado, após o decreto para suspender a entrada de refugiados nos Estados Unidos e impor novos obstáculos para viajantes procedentes de sete países muçulmanos, entre eles a Síria.


AFP / MANDEL NGAN O presidente americano, Donald Trump, no Pentágono, em Washington D.C., no dia 27 de janeiro de 2017
O presidente Donald Trump provocou várias reações neste sábado, após o decreto para suspender a entrada de refugiados nos Estados Unidos e impor novos obstáculos para viajantes procedentes de sete países muçulmanos, entre eles a Síria.
Para cumprir outra promessa eleitoral, Trump anunciou na sexta-feira, durante a cerimônia de posse de James Mattis como secretário de Defesa no Pentágono, um mecanismo de "controle extremo" para "manter os terroristas islâmicos radicais fora dos Estados Unidos".
A medida suspende o programa americano de recepção de refugiados durante pelo menos 120 dias, enquanto é definido o futuro sistema de verificação de vistos.
Os novos protocolos devem "garantir que os aprovados como refugiados não representarão uma ameaça à segurança ou bem-estar dos Estados Unidos".
Além disso, as ordens executivas também proíbem de maneira específica a entrada de refugiados sírios por tempo indeterminado ou até que o presidente decida que não representam um perigo para o país.
Para completar, o país não concederá vistos durante 90 dias a migrantes ou turistas procedentes do Iraque, Irã, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen.
Durante a reforma do sistema de vistos, algumas exceções devem ser aceitas para "minorias religiosas", com o objetivo de favorecer principalmente os cristãos.
No ano fiscal de 2016 (1º de outubro de 2015 a 30 de setembro de 2016), os Estados Unidos do presidente Barack Obama receberam 84.994 refugiados, sendo mais de 10 mil sírios. Para este ano, o governo de Trump não quer "mais de 50.000 refugiados".
Apelo da ONU
Em uma declaração conjunta em Genebra, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e a Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR) fizeram um apelo para que os Estados Unidos prossigam com a tradição de receber refugiados.
"A OIM e o ACNUR esperam que os Estados Unidos continuem desempenhando seu papel importante de líder e prossigam com sua longa tradição de proteção aos que fogem dos conflitos e das perseguições", afirma o comunicado.
"Estamos profundamente convencidos de que os refugiados devem receber un tratamento equitativo e oportunidades de reassentamento, independente de sua religião, nacionalidade ou raça", completa a nota.
AFP / Maria-Cecilia REZENDE Donald Trump, imigração e refugiados
Os ministros das Relações Exteriores da França e Alemanha afirmaram estar "preocupados" com as decisões de Trump e destacaram que "acolher refugiados que fogem da guerra é parte de nosso dever".
"Vamos entrar em contato com nosso colega (americano) Rex Tillerson quando for nomeado para discutir ponto por ponto e ter uma relação clara", disse o chefe da diplomacia francesa, Jean-Marc Ayrault, após uma reunião com o colega alemão, Sigmar Gabriel, em Paris.
Outros defensores dos direitos humanos e organizações de proteção aos refugiados também condenaram a decisão de Trump.
A ativista paquistanesa Malala Yousafzai, vencedora do Prêmio Nobel da Paz e vítima de um atentado executado pelos talibãs em 2012, afirmou que a medida fecha portas.
"Estou com o coração partido porque hoje (sexta-feira) o presidente Trump está fechando as portas para crianças, mães e pais que fogem da violência e da guerra", afirmou em um comunicado.
O diretor executivo da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês), Anthony Romero, destacou que o "controle extremo é apenas um eufemismo para discriminar os muçulmanos".
Ahmed Rehab, diretor em Chicago do grupo Conselho de Relações Islâmico-Americanas, disse à AFP que o decreto "afeta pessoas com base apenas em sua fé religiosa e origem nacional, e não por seu caráter".
A organização não descarta a possibilidade de combater o decreto com processos na justiça.
Mas a notícia foi aplaudida pelo presidente da Câmara de Representantes, Paul Ryan, um peso pesado do Partido Republicano, que destacou que "é tempo de reavaliar e reforçar o processo de verificação de vistos".
O presidente iraniano, Hasan Rohani, criticou, sem citar o nome, Donald Trump ao afirmar que esta "não é uma época para construir muros", depois que o presidente americano assinou um decreto para iniciar a construção de um muro na fronteira com o México.
O mundo de hoje não é um mundo no qual se reforçam as diferenças entre as nações", disse o iraniano.
Já o porta-voz do presidente tcheco, Milos Zeman, elogiou a política anti-imigração de Donald Trump.
"O presidente Trump protege seu país. Está preocupado com a segurança de seus concidadãos. É exatamente o que as elites europeias não fazem", tuitou Jiri Ovcacek, porta-voz do chefe de Estado tcheco.
"A segurança dos cidadãos tchecos é uma prioridade. Agora temos aliados nos Estados Unidos", acrescentou.
O presidente Zeman é um duro crítico da imigração de refugiados muçulmanos para a Europa. Ele chegou a citar uma "invasão organizada" e julgou ser "impossível integrar os muçulmanos".
Aparato militar
O presidente americano também assinou um decreto que estabelece as bases para uma "grande reconstrução" do aparato militar do país.
O decreto determina que o secretário Mattis tem o prazo de 30 dias para revisar a situação geral das Forças Armadas e apresentar à Casa Branca uma lista de recomendações para melhorar estas condições.
28/01/2017 - 13:44

França e Alemanha preocupados com as decisões de Trump

França e Alemanha preocupados com as decisões de Trump
As decisões do presidente americano Donald Trump, incluindo as restrições à entrada de refugiados nos Estados Unidos, "preocupa" França e Alemanha, afirmou neste sábado o chanceler francês Jean-Marc Ayrault após uma reunião com seu colega alemão, Sigmar Gabriel, em Paris.

França e Alemanha preocupados com as decisões de Trump

AFP / GEOFFROY VAN DER HASSELT O ministro das Relações Exteriores, Jean-Marc Ayrault (D), durante coletiva de imprensa com seu contraparte alemão, Sigmar Gabriel, em Paris, no dia 28 de janeiro de 2017
As decisões do presidente americano Donald Trump, incluindo as restrições à entrada de refugiados nos Estados Unidos, "preocupa" França e Alemanha, afirmou neste sábado o chanceler francês Jean-Marc Ayrault após uma reunião com seu colega alemão, Sigmar Gabriel, em Paris.
"Acolher refugiados que fogem da guerra é parte de nosso dever. Devemos nos organizar para fazer isto de maneira equitativa, justa, solidária", disse Ayrault.
Ao ser questionado especificamente sobre as restrições draconianas decretadas na sexta-feira por Trump sobre a imigração e a entrada de refugiados, Ayrault afirmou, ao lado do colega alemão, que "esta decisão pode apenas nos preocupar".
"Mas há muitos outros temas que nos preocupam", acrescentou.
"Vamos entrar em contato com nosso colega (americano) Rex Tillerson quando for nomeado para discutir ponto por ponto e ter uma relação clara", disse Ayrault, antes de informar que pretende convidar o futuro secretário de Estado americano a visitar Paris.
O nome de Tillerson como secretário de Estado ainda não foi confirmado pelo Senado americano.
"Precisamos de clareza, coerência e, se necessário, firmeza para defender nossas convicções, nossos valores, nossa visão de mundo, nossos interesses, franceses, alemães e europeus", disse.
copiado  https://www.afp.com/pt

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