Donald Tusk
Trump coloca em causa últimos 70 anos de política externa dos EUA
Donald
Tusk, presidente do Conselho Europeu, enviou carta sobre a nova
administração americana aos chefes de Estado e governo da União Europeia
O
presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, qualificou hoje como
"preocupantes" as posições da nova administração Trump, que "parecem
colocar em causa os últimos 70 anos de política externa
norte-americana".
Numa carta enviada a
27 chefes de Estado e de Governo da União Europeia, como um contributo
para o debate sobre o futuro da Europa que terá lugar na reunião
informal da próxima sexta-feira em Malta (sem o Reino Unido), Tusk
aborda as "ameaças" com que a União Europeia se confronta atualmente,
apontando que a primeira se prende com "a nova situação geopolítica"
mundial, e destaca então "a mudança em Washington".
"Uma
China crescentemente, chamemos-lhe assim, assertiva, especialmente nos
mares; uma política agressiva da Rússia face à Ucrânia e aos seus
vizinhos; guerras, terror e anarquia no Médio Oriente e em África, com o
islamismo radical a desempenhar um grande papel, bem como declarações
preocupantes da nova administração norte-americana tornam, em conjunto, o
nosso futuro altamente imprevisível", escreve Tusk.
O
presidente do Conselho Europeu sublinha então a mudança política
operada nos Estados Unidos, afirmando que "em particular coloca a União
Europeia numa situação muito difícil, com a nova administração (de
Donald Trump) a parecer por em causa os últimos 70 anos de política
externa norte-americana".
Ainda
relativamente aos Estados Unidos, o presidente do Conselho Europeu,
defende, numa parte posterior da carta de três páginas, intitulada
"Unidos prevaleceremos, divididos cairemos", que a UE deve também tirar
partido, a seu favor, da "mudança na estratégia comercial dos EUA"
intensificando as conversações com outros parceiros.
Aponta
ainda como outras ameaças o crescimento dos movimentos anti-UE,
nacionalistas e xenófobos, por um lado, e a perda de fé no projeto
europeu mesmo entre os europeístas.
Tusk
defende na missiva enviada a 27 líderes europeus, entre os quais o
primeiro-ministro português, António Costa, que "num mundo cheio de
tensões e confrontos, o que é necessária é coragem, determinação e
solidariedade política dos europeus".
"Não
podemos render-nos àqueles que pretendem enfraquecer ou invalidar o
laço transatlântico, sem o qual a paz e ordem globais não podem
sobreviver. Devemos lembrar aos nossos amigos norte-americanos o seu
próprio lema", concluiu Tusk, remetendo para o título da missiva, no
original em inglês "United we stand, divided we fall".
copiado http://www.dn.pt/mundo/
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