Estado colombiano é condenado por maior atentado urbano das Farc Senado autoriza revista de residências de Kirchner na Argentina

Estado colombiano é condenado por maior atentado urbano das Farc

AFP/Arquivos / RODRIGO ARANGUA O clube El Nogal, em Bogotá, após explosão de carro-bomba no dia 8 de fevereiro de 2003.
O Estado colombiano foi condenado nesta quarta-feira pelo atentado contra o clube El Nogal, em Bogotá, no maior ataque urbano da então guerrilha das Farc, que há quinze anos matou 36 pessoas.
O Conselho de Estado concluiu pela "responsabilidade administrativa e patrimonial" da Nação pelas "mortes e lesões ocasionadas com a explosão de um carro-bomba nas instalações do clube".
"Se destaca o estado de comoção decretado e a difícil situação da ordem pública que naqueles dias se viviam no país, o que exigia extremar medidas para garantir a segurança e a devida proteção da população civil", destaca o Conselho de Estado, máximo tribunal para processos administrativos.
Neste sentido, os juízes ordenaram a "indenização por danos morais e materiais" aos demandantes, sem precisar seu valor.
O Estado também foi condenado a organizar um ato público de desagravo e erguer um monumento nas imediações do clube para recordar as vítimas.
O tribunal concluiu que a Procuradoria, a extinta agência de inteligência DAS, a polícia e os ministérios da Defesa, Justiça e Interior expuseram os civis ao conflito com a guerrilha comunista.
A decisão destaca que no clube se realizavam encontros de altos funcionários e que a Procuradoria e a DAS não deram a devida atenção a informações sobre um iminente ataque "de grande magnitude" contra Bogotá, tendo o El Nogal como possível alvo.
As Farc reconheceram o ataque da noite de 7 de fevereiro de 2003, que posteriormente qualificaram de "o maior equívoco" em seus 53 anos de luta armada.

Senado autoriza revista de residências de Kirchner na Argentina

AFP/Arquivos / EITAN ABRAMOVICH A ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner, em Buenos Aires, em 13 de agosto de 2018
O Senado da Argentina autorizou nesta quarta-feira (22) a revista das três residências da ex-presidente Cristina Kirchner na Argentina, dando mais um passo no caso que investiga propinas milionárias em troca de contratos de obras públicas.
A autorização teve o aval de todos os 67 senadores presentes na sessão, inclusive a própria Cristina Kirchner. Não houve abstenções.
A revista foi solicitada pelo juiz Claudio Bonadio, já que a ex-presidente (2007-2015), eleita senadora em 2017, tem foro privilegiado como senadora.
A sessão se estendeu por seis horas, com intervenções de 24 senadores.
Em seu discurso, Kirchner reiterou que o processo contra ela tem como motivação afastá-la da política.
"Se faltava algo para consagrar a perseguição política na Argentina era esta causa. Serei a primeira senadora revistada", asseverou.
Devido ao foro privilegiado, Kirchner não pode ser detida, mas pode ser acusada e condenada.
Na semana passada, uma sessão no Senado para avaliar o pedido de Bonadio havia fracassado por falta de quórum.
- Resguardo da intimidade -
Em carta aos diferentes blocos do Senado, divulgada na terça-feira, Kirchner se declarou disposta a permitir a revista às suas residências em Buenos Aires, Río Gallegos e El Calafate, as duas últimas no sul do país, embora tenha pedido que proíbam a presença de câmeras durante o procedimento.
Também solicitou que estejam presentes seus advogados e um senador durante os procedimentos.
Esses pedidos, especialmente o de impedir a divulgação de imagens, foi apoiado por vários congressistas com o argumento de resguardo da intimidade.
Kirchner "merece respeito. Revistem, busquem as provas, mas com respeito. Respeitem a dignidade humana", enfatizou o senador Adolfo Rodríguez Saa, da Unidade Justicialista (peronista).
De acordo com os cálculos iniciais, a trama de subornos poderia implicar cerca de 160 milhões de dólares.
Da bancada da Frente para Vitória, de Kirchner, a senadora Ana Almirón colocou em dúvida "o objeto e a necessidade da revista".
"Querem esconder a verdade do que acontece na Argentina, mas o povo não compra isso", declarou a senadora, em alusão ao mal-estar pelas dificuldades econômicas que levaram o presidente Mauricio Macri a acordar com o FMI um auxílio de 50 bilhões de dólares em três anos.
Do lado de fora do Congresso, alguns partidários da ex-presidente aguardaram a decisão com cartazes em apoio a ela, enquanto outro pequeno grupo se manifestou pela retirada de seu foro.
Na noite de terça-feira, milhares de pessoas se manifestaram em frente ao Congresso, horas antes do debate parlamentar, para exigir a retirada da imunidade parlamentar da senadora.
"Prisão para Cristina!", "Devolvam o dinheiro!", foram algumas das frases dos manifestantes.
Devido ao seu foro, Kirchner não pode ser detida, mas pode ser acusada e condenada.
- Em busca do dinheiro -
AFP / Eitan ABRAMOVICH Milhares de manifestantes se reuniram em 21 de agosto de 2018 em frente à sede do Congresso da Argentina para exigir ao Senado que aprove a retirada do foro da ex-presidente Cristina Kirchner
A ex-presidente, da corrente de centro esquerda peronista e que sucedeu seu marido Néstor Kirchner no cargo em 2007, é a pessoa de mais alto escalão envolvida no chamado "Escândalo dos cadernos", que investiga supostos subornos de importantes empresários entre 2005 e 2015 para obter contratos de obras públicas.
Segundo os cálculos iniciais, a trama das propinas poderia implicar cerca de 160 milhões de dólares.
A causa judicial começou há um mês baseada em anotações feitas por um ex-motorista do Ministério de Planejamento, Oscar Centeno, que supostamente fez percursos por Buenos Aires durante 10 anos levando e trazendo sacolas carregadas de milhões de dólares.
O apartamento de Kirchner em Buenos Aires, assim como a casa presidencial de Olivos e a Casa Rosada, sede do governo, aparecem nesses cadernos como pontos de entrega das sacolas.
O juiz busca pistas sobre onde poderia ter ficado o dinheiro, aparentemente sempre recebido em espécie.
As anotações do motorista logo se somaram às confissões de vários empresários detidos que decidiram ir à Justiça na condição de arrependido, assim como, recentemente, ex-funcionários do governo de Néstor (2003-2007) e Cristina Kirchner.
Além deste caso, Cristina Kirchner enfrenta outros cinco processos por suposto enriquecimento ilícito e por encobrimento de iranianos acusados pelo atentado à mutual judaica AMIA em 1994, que deixou 85 mortos e 300 feridos.
 copiado  https://www.afp.com

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