Jornalistas da Reuters condenados a sete anos de prisão em Mianmar. Presidente das Filipinas se desculpa por insultar Obama em 2016Jornalistas da Reuters condenados a sete anos de prisão em Mianmar.

Jornalistas da Reuters condenados a sete anos de prisão em Mianmar

AFP / Ye Aung THU O jornalista Wa Lone (C) é escoltado por policiais depois da condenação a sete anos de prisão
A justiça birmanesa condenou a sete anos de prisão dois jornalistas da agência Reuters acusados de "violar o segredo de Estado" depois de uma investigação sobre um massacre de rohingyas executado pelo exército de Mianmar.
O julgamento abala ainda mais a imagem da Prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi.
"Como ambos violaram o segredo de Estado são condenados a sete anos de prisão cada um", afirmou o juiz Ye Lwin.
"Seguimos pedindo a libertação", afirmou à AFP Knut Ostby, representante da ONU em Mianmar, pouco depois do anúncio do veredicto.
Wa Lone, 32 anos, e Kyaw Soe Oo, 28, que estavam em prisão preventiva desde dezembro de 2017, poderiam ser condenados a até 14 anos de prisão, após um julgamento muito polêmico em um país onde a independência do Judiciário é questionada.
"O governo pode nos prender, mas não tapar os olhos e os ouvidos do povo", gritou Kyaw Soe Oo aos jornalistas presentes no tribunal antes de ser levado para uma viatura policial.
Sua mulher não conseguiu conter as lágrimas ao ouvir a sentença.
A condenação é um duro golpe à liberdade de imprensa, em crise em Mianmar apesar da esperança provocada pela chegada ao poder de Aung San Suu Kyi em 2016.
A agência internacional de notícias Reuteurs denunciou a condenação e reiterou a solidariedade com os jornalistas.
"Estes dois jornalistas admiráveis já passaram quase nove meses na prisão por acusações falsas destinadas a silenciá-los e a intimidar a imprensa", afirmou a Reuters em um comunicado.
"Os dois jornalistas corajosos conseguiram as provas de que o exército havia cometido crimes em massa contra os civis rohingyas, que as autoridades birmanesas tentaram acobertar", afirmou a ONG Fortify Rights.
A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) pediu a Suu Kyi a libertação dos dois jornalistas e afirmou que "o único crime deles foi ter realizado seu trabalho".
As autoridades acusaram os dois repórteres birmaneses de terem obtido documentos relacionados às operações das forças de segurança no estado de Rakhine, a região do noroeste de Mianmar em que aconteceu a perseguição dos rohingyas.
Os jornalistas investigavam a execução de integrantes da minoria muçulmana na localidade de Inn Dimm.
Poucos dias depois de sua detenção, o exército reconheceu que soldados e habitantes budistas desta localidade mataram, a sangue frio, presos rohingyas em 2 de setembro de 2017.
Sete militares foram condenados a 10 anos de prisão por este massacre.
- Contexto de grande tensão -
A sentença foi anunciada em um momento de grande tensão entre Mianmar e a comunidade internacional.
Investigadores da ONU publicaram um relatório no qual classificam de "genocídio" a perseguição contra os rohingyas, acusam diretamente o exército e criticam o silêncio da dirigente birmanesa Aung San Suu Kyi, vencedora do Nobel da Paz.
No sábado, mais de 100 manifestantes pediram a libertação dos jornalistas em nome da liberdade de imprensa.
Mais de 700.000 rohingyas tiveram que fugir de Mianmar entre agosto e dezembro de 2017, após uma ofensiva do exército birmanês iniciada em represália aos ataques de rebeldes rohingyas contra postos de fronteira, uma perseguição que a ONU primeiro chamou de "limpeza étnica" e agora classifica de "genocídio".
União Europeia e Estados Unidos também solicitaram a libertação dos jornalistas.
Apesar da pressão internacional, a justiça birmanesa manteve as acusações.
"Se os documentos em posse dos jornalistas tivessem sido encontrados nas mãos dos terroristas, estes poderiam ter planejado facilmente novos ataques", alegou o promotor Kyaw Min Aung.

Presidente das Filipinas se desculpa por insultar Obama em 2016

AFP / MENAHEM KAHANA Presidente filipino, Rodrigo Duterte, saúda sua chegada a Jerusalém para iniciar uma visita a Israel em 2 de setembro de 2018
O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, pediu desculpas ao ex-presidente americano Barack Obama por tê-lo chamado de "filho da p..." em 2016, um episódio que deteriorou as relações entre ambos os países.
Duterte insultou Obama em declarações à imprensa de seu país em meio às críticas feitas naquele momento pelos EUA, entre outros países, sobre as execuções extrajudiciais em sua guerra contra as drogas.
Embora já tenha se desculpado há dois anos, Duterte disse, em sua viagem a Israel, que as relações com Washington melhoraram desde a chegada de Donald Trump ao poder, a quem classificou de "bom amigo" e afirmou que estão em sintonia.
"Também seria apropriado dizer neste momento, a Obama, que agora é um civil e lamento ter pronunciado essas palavras", disse Duterte no domingo, em um discurso para filipinos em Israel.
"Se você é capaz de perdoar, então, perdão. Eu o perdoei, assim como as minhas namoradas quando ainda estava solteiro... Eu as perdoei também", acrescentou o presidente filipino.
Duterte chegou a Israel no domingo para uma visita de quatro dias. Manila busca diversificar o fornecimento de armas militares e obter garantias para os direitos dos filipinos que trabalham no exterior.


 copiado  https://www.afp.com/pt/

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