Primeiro-ministro espanhol propõe à Catalunha referendo sobre maior autonomia
AFP / Raúl Arboleda
(Arquivo) O chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez
O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, propôs
nesta segunda-feira um referendo na Catalunha sobre um maior regime de
autonomia, como tentativa de solução política para a crise aberta com o
independentismo, e descartou uma consulta sobre a secessão.Em uma entrevista à rádio Cadena SER, Sánchez lamentou que a divisão da sociedade catalã em "dois blocos", o independentista e o partidário de prosseguir na Espanha, e destacou que a solução tem que ser o "fortalecimento do autogoverno" nesta região de 7,5 milhões de habitantes.
Sánchez disse que "o ato final (do diálogo) tem que ser uma votação, mas esta votação não pode ser pela independência ou pela autodeterminação, tem que ser por um fortalecimento do autogoverno da Catalunha".
A votação seria portanto um "referendo pelo autogoverno", e nesta consulta se votaria um novo Estatuto de Autonomia, uma espécie de constituição regional.
"O processo de independência é irreversível", advertiu o presidente catalão Quim Torra em uma entrevista simultânea ao canal regional TV3, durante a qual afirmou que o direito de autodeterminação da Catalunha "não pode ser deixado debaixo da mesa".
A Catalunha, região com amplas atribuições e inclusive uma polícia própria, ampliou sua autonomia com um Estatuto elaborado em 2006.
O documento foi então aprovado pelos Parlamentos da Espanha e da Catalunha, assim como em um referendo com 73% dos votos.
Mas quatro anos depois o texto foi reduzido pelo Tribunal Constitucional, que entre outros pontos anulou a referência a Catalunha como "nação".
Sánchez disse que "a Catalunha agora tem um estatuto que não votou, portanto há um problema político".
A sentença é considerada por muitos como o início da crise com o separatismo catalão, que resultou no referendo ilegal de 1 de outubro de 2017 e a proclamação unilateral de independência no fim do mesmo mês.
Nenhum país reconheceu a declaração, que provocou a intervenção durante meses da autonomia regional por parte de Madri.
O controle do governo central terminou com a posse, em meados de maio, de Quim Torra, que na terça-feira deve anunciar a nova estratégia do independentismo para os próximos meses.
Dpa/AFP/Arquivos / Uli Deck
Flores e velas em
homenagem à adolescente esfaqueada até a morte pelo ex-namorado, um
solicitante de asilo, em 2 de janeiro de 2018 na cidade alemã de Kandel
A Justiça da Alemanha condenou nesta segunda-feira (3)
um demandante de asilo a oito anos e meio de prisão acusado de matar uma
adolescente de 15 anos, um caso que a extrema-direita usou, como outro
crime na região de Chemnitz, para fazer campanha contra os estrangeiros.O caso que comoveu a Alemanha tem como culpado um jovem solicitante de asilo, que teve seu pedido rejeitado.
Em 2017, ele matou a ex-namorada com várias facadas em um pequeno mercado na cidade de Kandel, onde havia comprado a arma que usou no crime.
O homem reconheceu o ataque e expressou arrependimento durante o processo. A acusação considera que o migrante chegou sozinho ao país e agiu por "ciúme" depois que a adolescente encerrou o relacionamento.
Identificado como Abdul D., o jovem demandante de asilo compareceu a uma jurisdição para menores de idade a portas fechadas, porque afirmou que tinha 15 anos no momento do crime. Um especialista, no entanto, avaliou sua idade entre 17 e 20 anos. Diante da dúvida, os juízes renunciaram a uma jurisdição para adultos.
O fato aconteceu em 27 de dezembro de 2017. De acordo com várias testemunhas, o acusado perseguiu a ex-namorada, Mia, até o interior de um estabelecimento comercial de Kandel. Ele esfaqueou a vítima sete vezes e foi detido por pedestres.
- Campanha contra Merkel -
O assassinato é parte de uma série de agressões muito divulgadas na Alemanha que envolveram solicitantes de asilo, o que alimentou a revolta de parte da população contra os migrantes e contra a chanceler alemã, Angela Merkel.
A chefe de Governo se tornou o principal alvo da extrema-direita, que a acusa de ter provocado um aumento da insegurança ao abrir as portas do país a mais de um milhão de solicitantes de asilo entre 2015 e 2016.
O partido anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD), que conseguiu entrar na Câmara dos Deputados no ano passado, usa o crime de Kandel para insistir em sua mensagem contra os migrantes, com cartazes e protestos.
Desde o início do ano, o AfD organiza com frequência manifestações em Kandel, a mais recente delas no sábado. Em alguns casos foram registrados atos de violência.
O AfD lidera uma campanha em todo o país contra as agressões com faca em cidades da Alemanha, que atribui em grande parte aos solicitantes de asilo. Algo que não é respaldado pelas estatísticas da polícia.
O exemplo mais recente é o de Chemintz, na região leste da Alemanha, onde a extrema-direita organiza manifestações há uma semana para denunciar a criminalidade dos migrantes, depois da morte a facadas de um alemão de 35 anos.
Neste caso, a polícia prendeu um jovem iraquiano solicitante de asilo e um sírio como suposto cúmplice.
No sábado, 18 pessoas ficaram feridas em Chemintz à margem de manifestações antagônicas que reuniram milhares de pessoas, entre simpatizantes da extrema-direita e militantes de extrema-esquerda. Um jovem afegão foi agredido.
Um show de rock contra a xenofobia está programado para esta segunda-feira na cidade com o lema "Nós somos mais".
A mobilização contra os migrantes dá frutos em termos eleitorais. De acordo com pesquisas recentes, o AfD tem 16% das intenções de voto, o que significa o terceiro lugar, praticamente empatado com o Partido Social-Democrata (17%).
copiado https://www.afp.com/pt/
Nenhum comentário:
Postar um comentário