Oposição põe em dúvida continuidade do diálogo na Nicarágua. Bolsonaro chega aos Estados Unidos para fortalecer aliança com Trump

Oposição põe em dúvida continuidade do diálogo na Nicarágua

AFP / Maynor VALENZUELAManifestante opositor exibe bandeira da Nicarágua em frente a um centro comercial em Manágua, 16 de março de 2019
A oposição nicaraguense pôs em dúvida neste domingo (17) a continuidade das negociações com o governo para buscar uma saída pacífica para a crise no país, depois de uma ação policial para impedir um protesto na véspera.
A ação policial, que no sábado impediu violentamente uma marcha da oposição e resultou na detenção de 164 pessoas, que depois foram liberadas, foi rejeitada por vários setores dentro e fora do país.
Jornalistas nacionais e internacionais, entre eles o cinegrafista da AFP Luis Sequeira, foram agredidos enquanto cobriam os incidentes.
"Acreditamos que ações como esta não contribuem para o processo de negociação e põem em risco qualquer tentativa de encontrar uma saída negociada para a crise do país", disse à AFP o delegado da opositora Aliança Cívica pela Justiça e a Democracia (ACJD), Max Jérez.
O governo não se pronunciou sobre o ocorrido, exceto através de um comunicado da polícia no qual disse que apesar das advertências sobre uma atividade não autorizada, grupos de pessoas violentaram a ordem pública.
O bloco opositor analisava neste domingo a posição que vai adotar para a continuidade das negociações. Embora com algumas nuances, seus membros acreditam que o diálogo é a única saída para a grave crise que afeta a Nicarágua, um dos países mais pobres da América Latina.
O presidente Daniel Ortega, de 73 anos, governa o país desde 2007 e enfrenta há 11 meses uma crise detonada por protestos que deixaram 325 mortos, cerca de 700 presos e milhares de exilados.
As negociações iniciadas em 27 de fevereiro, marcadas por um processo lento e um impasse devido à exigência da oposição de libertar presos políticos, entram nesta segunda-feira na quarta semana de trabalho.
Na sexta-feira, o governo libertou 50 detidos, após uma promessa de liberar um "núcleo considerável" de réus. Outros cem presos tinham sido colocados em prisão domiciliar no início dos diálogos.
Ortega "esta colocando uma lápide na negociação que ele próprio convocou", disse à imprensa o chefe da delegação opositora na mesa de diálogo, Carlos Tunnerman, embora tenha esclarecido que esta é uma opinião pessoal.

Bolsonaro chega aos Estados Unidos para fortalecer aliança com Trump

AFP/Arquivos / Sergio LIMAAlém de um encontro com Donald Trump na terça-feira, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro vai aproveitar sua estada em Washington para se reunir com o secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, e participará de vários fóruns econômicos
O presidente Jair Bolsonaro chegou neste domingo (17) aos Estados Unidos, onde vai se reunir na terça com o colega americano, Donald Trump, para selar uma incipiente aliança conservadora, fortalecer laços econômicos e militares e intensificar a pressão sobre a Venezuela.
A aeronave trazendo Bolsonaro pousou na base Andrews, da Força Aérea americana, nos arredores de Washington, às 15H40 locais (16H40 de Brasília).
Esta é a primeira visita oficial de Bolsonaro ao exterior desde que assumiu o poder, em 1º de janeiro, embora sua estreia internacional tenha acontecido no Fórum de Davos, que aconteceu na Suíça no mesmo mês.
"Pela primeira vez em muito tempo, um Presidente brasileiro que não é anti-americano chega a Washington. É o começo de uma parceria pela liberdade e prosperidade, como os brasileiros sempre desejaram", escreveu Bolsonaro no Twitter.
O presidente viajou acompanhado por seis ministros, incluindo o chanceler Ernesto Araújo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o da Justiça e Segurança, Sérgio Moro.
Seu filho e deputado federal Eduardo Bolsonaro - muito ativo nas articulações com representantes da onda neoconservadora mundial - já estva nos Estados Unidos.
O presidente brasileiro estará na capital americana até a terça-feira e ficará na Blair House, residência oficial para hóspedes situada em frente à Casa Branca.
Bolsonaro anunciou esta semana que o destaque da visita será a assinatura de um acordo que permitirá o lançamento de satélites americanos a partir da base de Alcântara, no Maranhão (nordeste).
Além de manter uma reunião privada com Trump na terça-feira no Salão Oval da Casa Branca, Bolsonaro aproveitará sua estada em Washington para se reunir com o secretário-geral da Organização de Estados Americanos, Luis Almagro, e participará de vários fóruns sobre as oportunidades que a economia brasileira oferece.
AFP / Eric BARADATProtesto contra visita aos Estados Unidos do presidente Brasil, Jair Bolsonaro, em Washington, 17 de março de 2019
Na noite de domingo, o presidente compareceu a um jantar na residência do embaixador do Brasil em Washington, Sérgio Amaral, para o qual foram convidados Steve Bannon, o polêmico ex-assessor do presidente dos Estados Unidos, e o escritor brasileiro radicado nos Estados Unidos Olavo de Carvalho, considerado o guru de Bolsonaro.
Walter Russell Mead, colunista do Wall Street Journal, Matt Schlapp, presidente da União Conservadora Americana, Chris Buskirk, editor do portal American Greatness, entre outros, também eram esperados no evento.
Na tarde de domingo, cerca de 50 pessoas se reuniram em frente à Casa Branca para protestar com cartazes que diziam "Bolsonaro assassino" e "Libertem Lula".
- Venezuela na agenda -
Um dos eixos da agenda bilateral é a crise na Venezuela. A oposição ferrenha ao que os dois governos consideram uma "ditadura" no país caribenho é um dos temas que mais une os presidentes.
Os Estados Unidos estão à frente dos mais de 50 países - entre eles o Brasil - a reconhecer o líder opositor Juan Guaidó como presidente interino, e aplicou sanções econômicas e um embargo ao petróleo venezuelano, crucial para a sua economia, que começará a vigorar em 28 de abril.
"Brasil e Estados Unidos juntos assustam os defensores do atraso e da tirania ao redor do mundo. Os quem tem medo de parcerias com um país livre e próspero? É o que viemos buscar!
Na quinta-feira, Bolsonaro anunciou que durante sua visita será assinado o acordo de salvaguardas tecnológicas que permitirá o uso da base de Alcântara, no Maranhão, para o lançamento de foguetes americanos.
A base de Alcântara de uma localização ideal aos lançamentos espaciais por sua proximidade com a linha do equador, o que permite economizar 30% em combustível ou transportar mais carga.
Espera-se também que ambos os líderes discutam medidas para aumentar o comércio bilateral e a entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Após sua viagem aos Estados Unidos, Bolsonaro visitará o Chile e viajará a Israel no final do mês, em um sinal claro de sua tentativa de se aproximar de governos que ele considera comprometidos com suas opções ideológicas conservadoras e economicamente liberais.
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