Guaidó retorna à Venezuela e dissipa ameaça de prisão

Guaidó retorna à Venezuela e dissipa ameaça de prisão

Afp/AFP / Rodrigo BUENDIAO líder opositor venezuelano Juan Guaidó em Salinas, no Equador, em 2 de março de 2019
O líder opositor venezuelano Juan Guaidó regressou nesta segunda-feira à Venezuela em meio à aclamação de milhares de apoiadores, dissipando as ameaças de prisão por ter ignorado uma ordem judicial que proibia a sua saída do país.
"Não vão nos deter através de ameaças. Aqui estamos mais fortes e unidos do que nunca, com o olhar no futuro", disse Guaidó em seu primeiro discurso ao voltar ao país, em uma praça do leste de Caracas.
Acompanhado por sua esposa e colaboradores próximos, o opositor, reconhecido por mais de 50 países como presidente interino da Venezuela, chegou ao meio-dia ao aeroporto internacional de Maiquetía, a 20 km de Caracas, onde era esperado por embaixadores de países europeus e do Chile.
"Sabemos dos riscos que corremos, isso nunca nos parou", declarou no aeroporto, onde um grupo de simpatizantes gritava: "Guaidó, Guaidó!" e "Sim, podemos!".
Após as marchas realizadas sem incidentes em todo o país nesta segunda-feira, feriado de carnaval, Guaidó convocou uma nova mobilização para sábado, e reuniões com sindicatos de funcionários públicos na terça.
"Não ficaremos nem um segundo tranquilos até alcançar a liberdade da Venezuela", afirmou Guaidó, que goza de imunidade como chefe do Parlamento, de maioria opositora.
Guaidó, de 35 anos, regressou de uma viagem pela Colômbia, Brasil, Paraguai, Argentina e Equador, após sair em segredo e entrar na Colômbia há dez dias, segundo ele ajudado por militares venezuelanos, no âmbito da tentativa fracassada de entrada de ajuda humanitária na Venezuela.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse que Guaidó deveria "respeitar a lei" e que se voltasse para a Venezuela "teria que ver a cara" da justiça - aliada ao governo -, que ordenou seu impedimento de saída e congelou seus bens, como parte de uma investigação por "usurpação" de funções.
Perante a multidão, o líder opositor mostrou triunfante seu documento de identidade: "Aqui está meu passaporte, são e salvo", comemorou.
"Bem-vindo presidente, isso me disseram os funcionários da Imigração, como muito carinho e respeito", disse à imprensa.
Após a chegada do líder opositor à Venezuela, o vice-presidente americano, Mike Pence, tuitou que "qualquer ameaça, violência ou intimidação contra ele não vai ser tolerada e vai ter uma resposta rápida".
A representante da União Europeia, Federica Mogherini, advertiu que qualquer medida que ponha "em risco a liberdade, a segurança ou a integridade pessoal" de Guaidó seria "uma grande escalada de tensões".

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