Massacre em presídio
PUBLICADO EM 04/01/17 - 21h23
Agência Estado
Em maio de 2016, o ministro Raul Araújo, do Superior Tribunal de
Justiça, autorizou a Polícia Federal a fazer buscas no gabinete da
desembargadora Encarnação Sampaio na sede do Tribunal de Justiça em
Manaus, no gabinete do juiz Luiz Carlos Valois, da Vara de Execução
Penal, na sala de uma servidora, nos escritórios de quatro advogados e,
ainda, na residência de uma ex-auxiliar da desembargadora. As buscas
foram realizadas em 9 de junho, durante a segunda fase da operação La
Muralla.
Todos os alvos das buscas e apreensão são suspeitos de ligação com a
facção criminosa Família do Norte, ou FDN, envolvida em uma série de
assassinatos, roubos e tráfico de drogas.
Defesa
O advogado Diego Gonçalves, que defende o juiz Luís Carlos Valois,
rechaçou com veemência as suspeitas da Polícia Federal na Operação La
Muralla. Ele atribui as acusações contra Valois a 'insinuações
irresponsáveis' de advogados que caíram no grampo da Polícia Federal.
"Alguns (advogados), inclusive, foram presos. Ficavam utilizando (em
conversas grampeadas pela PF) indevidamente o nome do dr. Valois por
conhecer a sua postura garantista", assinala Diego Gonçalves, do
escritório Valois & Gonçalves Advogados, que atua no caso em
parceria com o advogado André Espanhol, do escritório Fernandes
Advogados.
O advogado argumenta que Valois 'não tem como se manifestar sobre o que os outros estão falando'.
"Posso assegurar que na operação (La Muralla) não existe nenhuma escuta
telefônica, nem nada, comprometendo a atuação do dr. Valois, que sempre
se pautou pela lei e pela Constituição. Ele é doutor em Direito pela
USP, um dos mais respeitados do mundo em termos de legislação de drogas.
Frequentemente, faz palestras nos Estados Unidos, na Europa e no
Brasil."
Diego Gonçalves é taxativo. "Tanto que não existe nada contra o dr.
Valois que até hoje não foi denunciado. O processo está parado no
Superior Tribunal de Justiça há mais de seis meses. Agora, algumas
pessoas se aproveitaram para desenterrar essa questão da La Muralla em
virtude da solicitação do próprio superintendente da Polícia Federal
para intervenção dele (Valois) na rebelião pelo respeito que os presos
têm pelo magistrado. Ele é o juiz responsável pela garantia dos direitos
dos presos, então é óbvio que os presos o respeitem."
O advogado destaca que o juiz Valois 'sempre foi uma pessoa acessível,
mas fica muito chateado com essas insinuações que fazem sobre o trabalho
dele'.
"O dr. Valois é um juiz garantista, que aplica a lei e a Constituição.
Fica chateado principalmente em virtude desse tipo de insinuação. Nunca
em toda a vida dele teve qualquer envolvimento com organização
criminosa, com presos."
Diego observa, ainda. "A gente não sabe exatamente porque a Polícia
Federal faz esse tipo de insinuação. Algumas vezes já representaram
contra o dr. Valois. Ele é o seguinte: se a prisão é ilegal, ainda que
efetuada pela Polícia Federal, ou pela Polícia Civil, Polícia Militar,
Polícia Rodoviária Federal, ele vai relaxar (a prisão). Não importa quem
seja o preso. A postura do dr. Valois é rigidamente no sentido do
cumprimento da lei. Os policiais ficam chateados, já representaram
contra ele no Conselho Nacional de Justiça e na Corregedoria. Fizemos a
defesa dele, mostramos que ele se limita ao cumprimento da lei. Todos os
procedimentos contra o dr. Valois no CNJ foram arquivados."
copiado http://www.otempo.com.br/capa/
Nenhum comentário:
Postar um comentário