Garçom, vocês servem água potável de graça? “Será que esses empresários conhecem a Lei 1.954, de 1998, aqui do Distrito Federal? A norma obriga estabelecimentos como hotéis, bares, restaurantes e cafés a servirem água potável gratuitamente a seus clientes. Pelo jeito, é descumprida por todos”


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Garçom, vocês servem água potável de graça?

“Será que esses empresários conhecem a Lei 1.954, de 1998, aqui do Distrito Federal? A norma obriga estabelecimentos como hotéis, bares, restaurantes e cafés a servirem água potável gratuitamente a seus clientes. Pelo jeito, é descumprida por todos”
Se você vai com frequência a restaurantes aqui em Brasília, já deve ter passado pela desagradável experiência de ter que ouvir o garçom perguntar qual água você quer tomar. Ele olha para você, sério, e começa a enumerar: “Temos Perrier, San Pellegrino, Prata” (ou São Lourenço). Detalhe: a marca nacional vem sempre por último.
Eu sempre escolho a água brasileira. E sempre fico incomodada com a naturalidade com que te oferecem uma garrafinha de H2O por, sei lá quanto custa, mas certamente será o triplo do valor da opção verde-amarela.
Tudo bem. A água Perrier, importada de Vergèze, sul da França, custa muito mais do que a similar brasileirinha, tem os impostos etc. Como a San Pellegrino, extraída nos Alpes italianos e considerada por muitos o champanhe da água mineral. Mas os proprietários de restaurantes precisam se dar conta que o país está em crise, e que seus clientes querem ser bem atendidos, desfrutarem uma boa refeição e momentos agradáveis. Devem ser muito poucos os que não se importam de pagar uma pequena fortuna só para tomar água com sotaque estrangeiro, quando temos ótimas opções no Brasil.
Será que esses empresários conhecem a Lei 1.954, de 1998, aqui do Distrito Federal? A norma obriga estabelecimentos como hotéis, bares, restaurantes e cafés a servirem água potável gratuitamente a seus clientes. Pelo jeito, é descumprida por todos. Frequentadora assídua de restaurantes, não lembro de terem alguma vez me oferecido água de graça! (E agora, para piorar, estamos em pleno racionamento!)
No período do meu sabático em Londres eu costumava pedir “tap water” em charmosos restaurantes, gastropubs e cafés e os garçons, com a maior naturalidade, respondiam: “Sure!” Em minutos chegava seu copo com água, ou uma pequena jarra, tudo muito bonitinho e civilizado.
Ainda não perdi a esperança de que esse hábito cortês comece a se tornar comum por aqui. Outros estados, como o Rio de Janeiro, também têm leis parecidas, mas acho que também não são levadas muito a sério por lá.
Enquanto isso, já estou me preparando para pedir ao garçom:  você pode, por favor, trazer um copo de água potável, conforme dispõe a Lei 1.954/1998? É provável que eu receba de volta um olhar de espanto, mas aí surge a brecha para falar sobre a legislação.  Com o tempo, talvez o hábito de oferecer água sem custo vire costume por aqui.
Como estamos quase no Carnaval, a coluna trouxe a música do Timbalada que combina com o tema de hoje:
copiado http://congressoemfoco.uol.com.br/

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