Confira os cenários possíveis após vitória de May à moção de censura
AFP / Daniel LEAL-OLIVASA premiê britânica, Theresa May, fala à imprensa em Londres
A vitória de Theresa May sobre a moção de censura, lançada por seu próprio partido, lhe permite continuar defendendo o acordo do Brexit que negociou com a UE.
Entenda quais são os cenários possíveis a partir de agora.
- Ratificação parlamentar
A primeira-ministra termina a nova rodada de seus contatos com os líderes europeus em busca de garantias adicionais e submete o acordo ao Parlamento. Depois de anular a sessão de ratificação prevista para esta terça, May anunciou que a nova votação acontecerá antes de 21 de janeiro.
Fortalecida por sua vitória e diante do temor de um Brexit sem acordo, talvez consiga o apoio de uma maioria de deputados, o que levaria a um Brexit tranquilo, com um período de transição inicialmente previsto até o final de 2020, mas ampliável até 2022.
Entretanto, se os deputados rejeitarem o texto, o governo deverá anunciar, em até 21 dias, o que pretende fazer.
- Eleições
A rejeição ao acordo pode marcar o fim definitivo de May, que pode renunciar se uma maioria esmagadora enterrar seu texto, ou convocar eleições gerais antecipadas.
A oposição trabalhista também pode lançar nova moção de censura contra o governo. Seu líder, Jeremy Corbyn, disse na terça-feira que estava esperando o momento adequado, quando houvesse a garantia de que pode prosperar.
Isso levaria à formação de um novo Executivo ou à organização de novas eleições legislativas antecipadas - que é o que o Partido Trabalhista gostaria de fazer, na esperança de voltar ao poder após oito anos de governos conservadores.
- Brexit sem acordo
Se as negociações não derem certo, o país pode ser ver obrigado a sair do bloco em 29 de março sem um acordo.
Da noite para o dia, as relações econômicas entre Reino Unido e UE passariam a ser regidas pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e seriam aplicadas de forma urgente a diversos controles aduaneiros e regulamentares.
Este é um cenário temido pela imprensa britânica. Provocaria uma queda da libra e levaria as empresas à incerteza.
Este cenário pode causar escassez de medicamentos, engarrafamentos monstruosos nos portos e impedir o voo das aeronaves das companhias britânicas.
- Segundo referendo
A premiê sempre rejeitou a ideia de uma segunda consulta popular sobre o Brexit, mas a ideia ganhou terreno nos últimos tempos, dada a forte resistência que seu plano de saída da UE enfrenta.
Os trabalhistas advertiram que, se não forem convocadas novas eleições, podem se posicionar a favor da convocação de um novo referendo sobre o Brexit. Embora essa opção conte com o apoio da Câmara, sua organização exigiria o adiamento da data de um eventual Brexit.
Nada garante que esta nova consulta vá ter um resultado diferente daquele registrado em junho de 2016, quando 52% dos britânicos votaram a favor de sair da UE.
Na segunda-feira, a Justiça europeia deixou claro, porém, que, se o Reino Unido decidir dar marcha a ré, pode fazer isso de forma unilateral. O prazo para isso é até que sua saída se torne efetiva.
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