Primeiro submarino brasileiro com tecnologia francesa é lançado

Primeiro submarino brasileiro com tecnologia francesa é lançado

AFP/Arquivos / MAURO PIMENTEL(Fevereiro) Equipe diante do submarino Riachuelo no início da etapa final de sua construção, no Rio de Janeiro
O "Riachuelo", primeiro de uma série de cinco submarinos ultramodernos construídos pelo Brasil com transferência de tecnologia francesa, foi lançado nesta sexta-feira em Itaguaí, na Costa Verde do Rio de Janeiro, onde será construído posteriormente um submergível com propulsão nuclear.
O lançamento, marcado por uma cerimônia em grande pompa na presença do presidente Michel Temer e seu sucessor Jair Bolsonaro, que tomará posse em 1º de janeiro, acontece dez anos após a assinatura do contrato de 6,7 bilhões de euros com o grupo francês DCNS (hoje Naval Group).
O ambicioso programa Prosub visa garantir ao Brasil, por meio dessa nova frota de submarinos, a proteção de seus 8.500 quilômetros de costa e seus depósitos de petróleo em águas muito profundas.
Batizado com o nome de uma batalha naval vencida pelo exército brasileiro no século XIX, esse submarino do tipo "Scorpene" tem 72 metros de comprimento e pesa cerca de 1.800 toneladas.
Cintilante sob o sol, adornado com as cores do Brasil, o submarino desceu lentamente em direção ao mar com a ajuda de um gigantesco elevador.
O presidente Temer, que chegou de helicóptero, ativou simbolicamente o mecanismo pressionando um grande botão de luz vermelha.
Pouco antes, o submarino foi batizado com champagne, sob aplausos, pela primeira-dama, Marcela Temer.
Após este lançamento simbólico, o submarino passará por uma série de testes e só deverá entrar em serviço daqui dois anos.
Os novos submarinos vão substituir os cinco submarinos convencionais que o país possui, construídos em colaboração com a Alemanha entre 1980 e 1990.
Com maior autonomia, garantirão a proteção dos recursos naturais da "Amazônia Azul", nome dado às águas territoriais brasileiras (4,5 milhões de km2), de superfície comparável à da floresta amazônica.
"Trata-se de uma combinação da tecnologia francesa e das competências e necessidades da Marinha do Brasil, uma espécie de tropicalização (do Scorpene) para proteger o vasto patrimônio da Amazônia Azul", declarou André Portalis, presidente do ICN, consórcio responsável pelo estaleiro e formado pelo Naval Group e pela construtora Odebrecht.
Um dos principais desafios: monitorar os depósitos do "pré-sal", enormes reservas de petróleo localizadas em águas muito profundas, sob uma densa crosta salina, e cujas concessões começaram a ser negociadas nos últimos anos em leilões muito disputados pelas maiores empresas do setor.

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