O
ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, disse hoje estar
convencido de que pode ser rapidamente alcançado um acordo após o
referendo que se realiza no domingo porque os credores da Grécia "estão
prontos" para uma solução. "Na segunda-feira, os credores terão a
mensagem do povo grego. Eles estão prontos para um acordo, mas queriam
ouvir o povo", disse o ministro à televisão grega ERT.
A Grécia,
por seu lado, quer ter na "segunda-feira de manhã uma discussão
substancial sobre uma solução viável", ou seja, que contemple as suas
propostas sobre uma reestruturação da dívida e sobre a retoma da
economia, acrescentou. "Estamos dispostos a aceitar medidas difíceis" se
essas condições estiverem presentes, afirmou. "Na segunda-feira
precisamos de encontrar uma solução no quadro do Eurogrupo", insistiu,
defendendo mais uma vez o "não" no referendo, porque, sustentou, vai dar
peso à posição grega.
Questionado sobre um levantamento das
medidas de controlo de capitais e de encerramento dos bancos em vigor
desde segunda-feira passada, o ministro afirmou que isso é possível
"imediatamente" após um acordo.
Horas antes, no seu blogue pessoal,
Varoufakis apresentou seis argumentos para votar "não" no referendo de 5 de julho sobre a proposta dos credores - Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional - para desbloquear ajuda financeira ao país.
"As
negociações chegaram a um impasse porque os credores da Grécia
recusaram reduzir a nossa dívida pública insustentável e insistiram que
ela deve ser paga 'parametricamente' pelos membros mais fracos da nossa
sociedade, os seus filhos e os seus netos", escreveu no primeiro ponto.
Varoufakis
prosseguiu afirmando que o FMI, os Estados Unidos e muitos outros
governos mundiais, assim como "os economistas mais independentes",
acreditam que a dívida deve ser reestruturada.
O próprio
Eurogrupo,
afirma, admitiu em novembro de 2012 que a dívida devia ser
reestruturada, "mas agora recusa comprometer-se" a fazê-lo. Por outro
lado, acrescenta, desde o anúncio do referendo, "a Europa tem enviado
sinais de que está pronta para discutir a restruturação da dívida".
"Isto mostra que as instituições europeias também votariam 'não' à sua
própria oferta 'final'".
Varoufakis repete que a permanência da
Grécia na zona euro e na União Europeia "não é negociável" e assegura
que os depósitos nos bancos gregos "estão seguros".
"O futuro pede
uma Grécia orgulhosa dentro da zona euro e no coração da Europa",
conclui o ministro, para afirmar que isso implica os gregos dizerem
"não" no domingo porque esse "não" confere ao governo o poder necessário
para renegociar a dívida.
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