O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao
analisar a suspensão do mandato do presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), em sessão plenária nesta quinta-feira, 5, abriu a hipótese
para examinar "cabimento de prisão preventiva". Fachin acompanhou o voto
do ministro Teori Zavascki, que em decisão liminar decretou o
afastamento de Eduardo Cunha. Na decisão de Teori não há menção à
hipótese de prisão do peemedebista. A medida cautelar é restrita à
suspensão do mandato de Cunha.
"No que diz respeito à adequação, ao afastamento também se nos
afigura cabível a todos os títulos consoante o iminente relator
sustentou na perspectiva da suspensão quer do exercício da presidência
da Câmara dos Deputados, quer do exercício do mandato parlamentar, diria
apenas en passant, senhor presidente, do ponto de vista da adequação
quiçá em oportunidade diversa poderemos verticalizar até mesmo o
espectro do parágrafo II, artigo 53, no que diz respeito à imunidade
parlamentar para também examinar hipótese de cabimento de prisão
preventiva, mas o que está sobre a mesa é a medida cautelar que implica
na respectiva suspensão. Na declaração de voto que vou juntar vejo
presente todos esses requisitos e segundo as conclusões do ministro
Teori Zavascki referendo a liminar", afirmou.
A decisão de Teori Zavascki foi tomada com base no pedido do
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que enumerou em petição ao
Supremo 11 motivos para o "necessário e imprescindível" afastamento do
presidente da Câmara.
O documento de Janot havia sido entregue à Corte máxima em dezembro
de 2015. O pedido de afastamento entregue por Janot ao Supremo traz um
capítulo intitulado "Dos atos que visaram embaraçar e impedir a
investigação de organização criminosa". Nele, o procurador aponta onze
razões que, em sua avaliação, justificam o afastamento de Eduardo Cunha.
Em caso de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), o vice
Michel Temer (PMDB) assume a presidência e Eduardo Cunha, réu por
corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato, chegaria ao
segundo cargo da linha sucessória.
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