Singer: Machado tem com que comprometer “todos os homens do presidente”. Senão o próprio…
André Singer é reconhecidamente cuidadoso com o que escreve. Longe
dele panfletarismos ou “wishfull thinking”. Por isso, o que ele afirma
hoje em seu artigo na Folha é sinal de que, a boca-pequena, circulam...
André Singer é reconhecidamente cuidadoso com o que escreve. Longe dele panfletarismos ou “wishfull thinking”.
Por isso, o que ele afirma hoje em seu artigo na Folha é sinal de que, a boca-pequena, circulam informações sobre o alcance devastador das gravações de Sérgio Machado, o delator ex-Transpetro, ser muito maior do que o estrago já feito.
Um trecho é extremamente significativo: quando diz que Machado ” deve conhecer em detalhes o esquema de financiamento do partido, o qual parecia passar por certo diretor da Petrobras, supostamente indicado pelo atual ocupante do Planalto”.
Singer não o nomina, mas todos sabem que é Jorge Zelada, demitido por Dilma assim que pôde – tal como fez com Paulo Roberto Costa. Recordem que Delcídio do Amaral diz que Zelada teve como maior e mais poderoso padrinho o próprio Michel Temer.
Aninhado na cúpula do PMDB, o ex-tucano Machado tem informações capazes de comprometer todos os homens do presidente. Mais ainda, deve conhecer em detalhes o esquema de financiamento do partido, o qual parecia passar por certo diretor da Petrobras, supostamente indicado pelo atual ocupante do Planalto.
A derrubada do ex-ministro do Planejamento Romero Jucá, personagem central do gabinete temerário, constitui apenas o aperitivo da investigação. O roteiro completo estava, aliás, anunciado em reportagem de “O Estado de S. Paulo” três semanas atrás (8/5). Nela, se anunciava que depois de desbaratar o esquema de arrecadação do PP e do PT, chegara a vez de a Lava Jato fazer o mesmo com a sigla outrora comandada por Ulysses Guimarães.
Não se trata, portanto, de evidenciar apenas o envolvimento de figuras célebres como o presidente do Senado, Renan Calheiros, ou do ex-presidente da República José Sarney em diálogos algo assustados (e assustadores). Os procuradores buscam provas palpáveis de desvio de recursos públicos. Caso as consigam, a carceragem será o destino possível dos acusados.
Exatamente por conhecer tais planos, talvez tenha Machado decidido soltar as fitas, como se diria em linguagem antiga, de modo a evitar a própria prisão. Gravadas em fevereiro/março passado, funcionavam como recurso para a hora do aperto, que chegou. O quanto a divulgação interessava também aos investigadores é difícil avaliar.
Seja como for, dois elementos precisam, a esta altura, ser registrados. O primeiro é que a Lava Jato, em seus óbvios cálculos políticos, não se voltou apenas contra o PT. Quando for feito o balanço da seletividade utilizada pelos que dirigem o processo — um emaranhado de personagens, do qual agora se destaca o procurador-geral Rodrigo Janot — será mister reconhecer o estrago também realizado na governança peemedebista.
Em segundo lugar, as chances de aprovação no Congresso das medidas neoliberais anunciadas por Henrique Meirelles terça-feira (24), às quais se somariam a reforma da Previdência e a flexibilização da CLT, diminuem à sombra das suspeitas lançadas nesta semana. Se, em condições normais de temperatura e pressão, parlamentares resistem votar medidas impopulares, maior será a dificuldade com a polícia no encalço dos proponentes.
COPIADO http://www.tijolaco.com.br/André Singer é reconhecidamente cuidadoso com o que escreve. Longe dele panfletarismos ou “wishfull thinking”.
Por isso, o que ele afirma hoje em seu artigo na Folha é sinal de que, a boca-pequena, circulam informações sobre o alcance devastador das gravações de Sérgio Machado, o delator ex-Transpetro, ser muito maior do que o estrago já feito.
Um trecho é extremamente significativo: quando diz que Machado ” deve conhecer em detalhes o esquema de financiamento do partido, o qual parecia passar por certo diretor da Petrobras, supostamente indicado pelo atual ocupante do Planalto”.
Singer não o nomina, mas todos sabem que é Jorge Zelada, demitido por Dilma assim que pôde – tal como fez com Paulo Roberto Costa. Recordem que Delcídio do Amaral diz que Zelada teve como maior e mais poderoso padrinho o próprio Michel Temer.
Durou pouco
André Singer, na Folha
O relativo otimismo que qualquer novo governo provoca no cidadão
médio vigorou menos de 15 dias. Na décima jornada, a vilegiatura de
Michel Temer foi atingida por bomba revelada pela Folha.
As gravações premiadas do peemedebista Sérgio Machado, depois
complementadas pela Globo e acrescidas da delação de Pedro Corrêa,
ex-presidente do Partido Progressista (PP), na “Veja”, atingem o coração
do poder.Aninhado na cúpula do PMDB, o ex-tucano Machado tem informações capazes de comprometer todos os homens do presidente. Mais ainda, deve conhecer em detalhes o esquema de financiamento do partido, o qual parecia passar por certo diretor da Petrobras, supostamente indicado pelo atual ocupante do Planalto.
A derrubada do ex-ministro do Planejamento Romero Jucá, personagem central do gabinete temerário, constitui apenas o aperitivo da investigação. O roteiro completo estava, aliás, anunciado em reportagem de “O Estado de S. Paulo” três semanas atrás (8/5). Nela, se anunciava que depois de desbaratar o esquema de arrecadação do PP e do PT, chegara a vez de a Lava Jato fazer o mesmo com a sigla outrora comandada por Ulysses Guimarães.
Não se trata, portanto, de evidenciar apenas o envolvimento de figuras célebres como o presidente do Senado, Renan Calheiros, ou do ex-presidente da República José Sarney em diálogos algo assustados (e assustadores). Os procuradores buscam provas palpáveis de desvio de recursos públicos. Caso as consigam, a carceragem será o destino possível dos acusados.
Exatamente por conhecer tais planos, talvez tenha Machado decidido soltar as fitas, como se diria em linguagem antiga, de modo a evitar a própria prisão. Gravadas em fevereiro/março passado, funcionavam como recurso para a hora do aperto, que chegou. O quanto a divulgação interessava também aos investigadores é difícil avaliar.
Seja como for, dois elementos precisam, a esta altura, ser registrados. O primeiro é que a Lava Jato, em seus óbvios cálculos políticos, não se voltou apenas contra o PT. Quando for feito o balanço da seletividade utilizada pelos que dirigem o processo — um emaranhado de personagens, do qual agora se destaca o procurador-geral Rodrigo Janot — será mister reconhecer o estrago também realizado na governança peemedebista.
Em segundo lugar, as chances de aprovação no Congresso das medidas neoliberais anunciadas por Henrique Meirelles terça-feira (24), às quais se somariam a reforma da Previdência e a flexibilização da CLT, diminuem à sombra das suspeitas lançadas nesta semana. Se, em condições normais de temperatura e pressão, parlamentares resistem votar medidas impopulares, maior será a dificuldade com a polícia no encalço dos proponentes.
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