Brasil
"O governo Temer é um retrato do atraso representado pelos golpistas"
Vanessa
Grazziotin, senadora do PC do B-AM pelo Amazonas, é defensora de Dilma.
Ao DN diz: "[Dilma] está serena. Sabe que é vítima de uma injustiça
histórica, de um golpe parlamentar"
Nesta fase, ainda acredita que Dilma não será destituída?
Nós
sabemos que há uma maioria circunstancial que decidiu encerrar o
mandato legitimamente eleito da presidenta Dilma, independentemente de
ela ter cometido algum crime ou não. A cada dia, fica mais claro que não
houve nenhum crime, nenhuma irregularidade, mas isso tem sido ignorado
pelos senadores que apoiam o governo interino. Se o Senado realizasse
uma análise puramente jurídica, calcada na nossa legislação e na nossa
Constituição não tenho dúvidas de que ela não seria destituída.
Foi muito duro ao longo dos últimos meses protagonizar um debate desigual - em número - no Senado ou repetiria tudo de novo?
Fizemos
este debate no Senado e iremos fazê-lo nas ruas também, certos de que a
história será implacável com os que pactuam com a quebra dos preceitos
democráticos. Sem dúvida nenhuma foi muito duro, mas para nós a
perspetiva de que a nossa democracia, a tão duras penas conquistada,
seja aviltada é muito mais duro do que os debates que aqui enfrentamos.
Caso o presidente interino Michel Temer assuma em definitivo, será um retrocesso para o Brasil? Porquê?
Sem
dúvida nenhuma. A própria formação do ministério interino, sem nenhuma
mulher, sem nenhum negro, é um retrato do atraso representado pelos
golpistas. Além disso, as propostas apresentadas por eles são a reedição
de políticas neoliberais que foram rejeitadas pelas urnas e quando
foram implementadas no Brasil trouxeram desemprego, atraso e
fragilização da economia.
Daquilo que conhece da presidente como acha que ela está vivendo estes últimos dias?
Ela
está serena. Sabe que é vítima de uma injustiça histórica, de um golpe
parlamentar. Todos os senadores, de todos os partidos, têm claro de que
não há crime, e, por isso mesmo, alguns receberam ordens do governo
interino para não questionarem a presidenta, apenas os líderes. Eles
estão agindo assim, pois não querem o debate. Nós vamos procurar debater
e expor ao Brasil e ao mundo as inconsistências e as fragilidades da
acusação, com questionamentos a ela e a todas as testemunhas até ao fim.
Em São Paulo
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