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Ueslei Marcelino/Reuters
Dilma prestou depoimento no Senado no julgamento do seu impeachment na segunda-feira
Apesar de decidir pelo impeachment da agora ex-presidente da República
Dilma Rousseff (PT), o Senado manteve os direitos políticos da petista,
em votação realizada na tarde desta quarta-feira (31). O resultado da
votação foi de 42 votos a favor da cassação e 36 contra, com três
abstenções. Para que Dilma ficasse inelegível por oito anos, seria
necessário que dois terços (54) dos senadores votassem pela
inabilitação.
Senadores contra o impeachment da ex-presidente
Dilma Rousseff cumprimentaram o advogado de defesa da petista, José
Eduardo Cardozo, após a votação. Entre os que o cumprimentaram logo após
o resultado estava a senadora Vanessa Grazziottin (PCdoB-AM).
No início da tarde, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal),
Ricardo Lewandowski, determinou que a votação final do processo de
impeachment no Senado da presidente afastada seria
dividida em duas etapas, uma sobre a perda do mandato e a outra sobre a inabilitação dos seus direitos políticos.
O requerimento pela divisão foi feito pelo PT, representado pelo
senador Humberto Costa (PT-PE), no início dos trabalhos desta quarta. A
iniciativa tinha como objetivo preservar o direito da petista de
disputar eleições ou ocupar postos na administração pública mesmo se o
Senado decidisse por sua cassação.
Na primeira votação,
os senadores decidiram, por 61 votos a favor e 20 contra, que Dilma
cometeu crimes de responsabilidade, afastando-a definitivamente da
Presidência. No seu lugar, assume em definitivo o vice, Michel Temer
(PMDB), que já ocupava o cargo interinamente desde o último 12 de maio,
quando o Senado decidiu pelo afastamento da petista.
Em sua defesa no Senado,
Dilma afirmou que não praticou irregularidades e que o impeachment é na
verdade um "golpe de Estado" por ser motivado por razões políticas e
por não ter existido crimes de responsabilidade em seu governo. Esses
argumentos foram repetidos na segunda-feira (29) quando a petista passou
13 horas no plenário do Senado fazendo sua defesa, com um discurso pela
manhã e respondendo questões dos senadores até o fim da noite.
Do outro lado, senadores que votaram pela condenação afirmam que Dilma
foi responsável por graves irregularidades financeiras que contribuíram
para aprofundar a crise econômica no país.
Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
O desmembramento da votação foi decidido na manhã desta quarta
Qual foi o crime de Dilma?
Dilma foi condenada pelas "pedaladas fiscais" do Plano Safra e por ter
publicado três decretos que ampliaram a previsão de gastos do Orçamento
sem autorização do Congresso Nacional.
Para que a punição seja a
cassação do mandato, como no caso de Dilma, as condutas precisam estar
descritas como crime de responsabilidade na Lei do Impeachment. Esse não
é um tipo comum de crime, mas o único tipo de infração política que
autoriza o impedimento.
Dilma se defende de acusação de pedalada
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